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CHAPTER EIGHT
(together)
QUANDO DOMINIC HADES fôra levado para Azkaban, em 1971, já desenvolvia um plano para escapar; sabia que não seria inocentado de suas acusações. No entanto, quando finalmente alcançou seu objetivo, se isolou por semanas tentando digerir que estava realmente livre e poderia voltar à sua vida antiga. Estava mais magro e menos são do que estava seis anos antes, e até mesmo sua aparência dava indícios de sua loucura: os olhos agitados e vazios, o sorriso estranho e uma enorme cicatriz que seguia da sobrancelha até o lábio inferior.
Mesmo assim, o rosto de Irina se iluminou quando, em sua forma de animago, Dominic passou por uma das janelas da Mansão Hades. A mulher sempre reconheceria o marido, mesmo em sua forma de águia. Quando voltou a natureza humana, os dois deram um longo e silencioso abraço. Nada precisava ser dito, o silêncio era o suficiente.
Ao se separarem, a mulher não questionou quando o homem andou até a biblioteca da casa, procurando pelo artefato mais famoso dos Hades: consistia em uma enorme pintura de todos os familiares reunidos, que fôra enfeitiçada para se mover. Curiosamente, os retratados naquele quadro envelheciam com o passar dos anos; quando morriam ou sua lealdade deixava de pertencer à família, desapareciam como se nunca tivessem passado por ali.
Entre a figura de Dominic, agora barbudo e com sua cicatriz, e de Irina, estava Rosaleen, bem diferente do que o pai se lembrava; já não era mais a pequena garotinha rabugenta que deixara anos antes.
─ Ela cresceu tanto... ─ murmurou, deslizando uma mão pelo rosto sério da filha.
─ Seis anos, Dom. ─ Irina disse, séria, se aproximando. ─ É quase uma adulta agora.
─ E está pronta para se tornar uma de nós.
A mulher suspirou, sentindo um estranho aperto no peito.
─ Rosaleen vai chegar à qualquer momento. Vá se arrumar, ela não irá te reconhecer com esse ninho tampando seu rosto. ─ a mulher mandou, e o marido sorriu, subindo as escadas.
algumas horas depois
Rosaleen bateu na porta da mansão com o coração à mil. Nunca esteve tão nervosa quanto naquele momento; ainda assim, tentava parecer calma e contida.
─ Rosaleen! ─ a mãe exclamou, a puxando para um abraço rápido ao abrir a porta. Então, ela e a filha se encararam por um momento; os olhos brilhantes da mais nova evidenciavam sua dúvida.
─ Ele está aqui?
─ No porão. Por precaução, caso os guardas voltem. ─ explicou, com a voz baixa. ─ Venha, ele está louco para te ver.
Ao passarem pela biblioteca no caminho, Rosaleen tentou dar uma espiada no quadro, mas não conseguiu ver. Respirou fundo antes de sua mãe abrir a porta para o porão, adentrando no mesmo e esperando as velas flutuantes iluminarem o local.
Rosaleen se surpreendeu ao encontrar Dominic sentado em um sofá, com o cabelo a altura dos ombros e uma enorme cicatriz ocupando seu rosto. Parecia envelhecido e cansado, mas sem dúvidas, era seu pai.
O abraço dos dois foi longo. Quando se soltaram, o pai admirou o rosto da filha, agora não muito mais baixa do que ele. Tinham os mesmos olhos azuis pálidos e o cabelo ruivo; agora, os da garota já batiam no fim das costas, e ela não o usava mais trançado.
─ Você cresceu tanto. ─ murmurou, com um sorriso que revelou os dentes mal cuidados. ─ Já é uma adulta, praticamente.
─ Tenho 17 anos, papai. Não sou bem uma adulta.
─ É o suficiente para nós. ─ ela engoliu em seco por saber à que nós o pai se referia. ─ Estamos tão ansiosos, filha. Walburga e seu filho também, eles se juntarão à nós no jantar.
Que ótimo. A primeira vez que via Dominic em seis anos, e aquilo era tudo sobre o que ele queria falar. A frieza dos Hades nunca fôra um problema, até aquele momento.
Rosaleen passou o resto da tarde no próprio quarto, pensando no jantar que ocorreria dali a algumas horas e em como diria aos pais que não se sentia mais a vontade sendo parte daquilo; seria melhor deixar para outro dia, não iria arruinar sua estadia na mansão logo no primeiro momento.
O grande quarto branco da garota estava escuro, iluminado apenas por um feixe de luz que escapulia por uma fresta na cortina; a iluminação alaranjada demonstrava que o sol já estava se pondo. Logo, Rosa deveria começar à se arrumar logo para o tão esperado jantar, com alguém que ela nem ao menos se lembrava do nome, ou porquê era tão importante para seus pais.
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Os cabelos lisos e ruivos desciam pelas costas da Hades mais jovem, sem nenhum adereço que o enfeitasse. Um vestido azul acinzentado era sobreposto por um casaco preto e delicado, e um par de sandálias pretas cobriam seus pés, que batiam no chão sem parar.
─ Desça logo, filha. Nossos convidados já estão chegando. ─ Irina abriu a porta do quarto e avisou a filha, a olhando rapidamente.
Na enorme sala de jantar, Dominic ajeitava talheres a mesa. O velho elfo doméstico, Vesper, terminava de lavar a louça. Vozes eram ouvidas da sala de estar, e Rosaleen supôs que os convidados já haviam chegado. Se sentou em um cadeira qualquer, enquanto o pai ajeitava as mangas do longo casaco verde escuro.
Estava distraída com seus próprios joelhos quando a mãe adentrou a sala de jantar acompanhada por mais duas pessoas.
─ Aqui, Walburga. ─ Dominic puxou a cadeira para que a mulher se sentasse, e fez o mesmo para Irina. ─ Regulus, fique a vontade.
─ Obrigado, Dominic. ─ Rosaleen se assustou ao finalmente levantar o rosto e se deparar com alguém familiar. Regulus Black, o irmão de Sirius, estava sentado a sua frente, aparentemente bastante confortável com toda a situação. ─ Boa noite, Rosaleen.
─ Regulus. ─ abaixou a cabeça levemente, em um cumprimento cordial. ─ Walburga, é um prazer te conhecer.
Os três adultos sorriram, não percebendo a voz falhada e levemente aguda da garota. Bebeu um grande gole de suco de abóbora, tentando disfarçar, enquanto Walburga e os Hades conversavam sobre algo qualquer.
Regulus a observava com a testa franzida e um leve sorriso lateral, que fez a garota se engasgar ao perceber.
─ O que foi? ─ perguntou, com a voz baixa para que os outros não escutassem.
─ Nada. ─ ele deu de ombros, também bebendo o suco. ─ Não é nada.
O jantar se arrastou lentamente, e os dois jovens passaram a maior parte do mesmo em silêncio, apenas apreciando a comida e rezando para que aquilo acabasse logo. Walburga, Dominic e Irina pareciam ter uma interessante conversa que nenhum dos dois prestava atenção.
Era torturante e entediante.
─ Walburga, foi um prazer conhecer você. Regulus, nos vemos na escola. ─ Rosa murmurou, enquanto se levantava de sua cadeira. Dominic a olhou a repreendendo, e Irina segurou sua mão suavemente, a obrigando a se sentar novamente.
─ Querida, porquê não leva Regulus para conhecer a casa?
─ É uma ótima ideia, na verdade. Logo, vão passar tanto tempo juntos, não é mesmo? ─ Walburga sugeriu, e Dominic sorriu, concordando.
─ Também me tornarei um comensal, Rosaleen. ─ ele explicou, sem esboçar nenhuma emoção.
─ E não é só isso. ─ Irina sorriu, olhando para os dois, ainda sorridente. ─ Mas não é assunto para agora.
A mais jovem se levantou novamente, respirando fundo e abrindo um sorriso forçado na direção de Regulus, que se levantou em seguida e foram juntos até um longo corredor, no qual a garota os guiou até a última porta.
─ Seu quarto? Um pouco precipitada, não acha?
─ Não seja idiota. ─ bufou, fechando a porta atrás dos dois. ─ Você já entendeu o que está acontecendo?
─ Estamos nos tornando comensais.
─ Eles querem nos casar! ─ ela grunhiu, e o rapaz suspirou, dando de ombros. ─ Você já sabia?
─ Já imaginava desde que mamãe me contou sobre esse jantar. É para um bem maior, Rosaleen. ─ falou calmamente, a encarando nos olhos. ─ O Lorde das Trevas gostará de saber que não correremos risco algum de misturar nossos sangues puros com mestiços ou trouxas.
A ruiva trincou a mandíbula, engolindo em seco. Sua expressão demonstrava que a ideia não lhe agradava nem um pouco, e Regulus riu ao perceber.
─ Você não gosta da ideia? ─ perguntou, ironicamente, se sentando em uma poltrona que havia ali ─ Tenho te visto bastante com Potter, então provavelmente você também é próxima de Sirius. Os ideais dele te corromperam?
Havia algo estranho na voz de Regulus, era quase insinuante, como se ele estivesse realmente curioso sobre aquilo, e não apenas a provocando. Aquilo não passou batido por Rosaleen.
─ Sirius me odeia. ─ desviou da verdadeira pergunta, olhando para a janela, assumindo um tom de voz mais baixo. ─ Me diga você, Regulus. Você sim, foi corrompido pelos ideais do seu irmão, não é?
Ele se levantou num pulo, se aproximando perigosamente da garota, com o olhar preocupado e a testa franzida, com a boca levemente aberta em surpresa. Ela não se moveu, o encarando sugestiva.
Ficara claro para a garota que Regulus estava em uma situação parecida com a sua; ambos destinados a se tornarem comensais, sem realmente desejarem aquilo. No entanto, Regulus não parecia disposto a ir contra a família.
─ Você envergonhará sua família tanto quanto o seu irmão, não é? ─ sussurrou, cerrando os olhos. Regulus não respondeu. ─ Então faremos isso juntos.
Mas a ideia do rapaz era diferente; não pretendia assumir para a mãe que era como Sirius. Enquanto Rosaleen pensava em dizer toda a verdade para os pais e causar seu mais profundo desgosto ainda no dia seguinte, Regulus tinha pensamentos mais revolucionários e perigosos.
Pensamentos heróicos.
─ Não os envergonharemos, podemos fazer coisas verdadeiramente boas se formos acolhidos por Voldemort. ─ ele disse, quase em um murmúrio. ─ Podemos o derrubar lentamente, sem que ele saiba que fomos nós. Podemos o sabotar, sem que ele mate nossa família por termos nos recusado a seguí-o. Você e eu, somos das famílias mais puras do mundo bruxo. Somos os seguidores que ele sempre almejou, ele não nos perderia tão facilmente. Ele ia querer vingança.
─ Você parece ter pensado muito sobre isso.
─ Penso sobre isso desde o dia em que Sirius nos deixou. ─ respondeu com a voz trêmula. Aquilo o machucava. ─ Apenas me diga, Rosaleen. Estamos juntos nessa ou não?
Ela estudou cada traço do rosto do rapaz, pensativa. Pensou nos pais. Em Voldemort. Nos avós, nos tios, nos primos. Pensou em Hogwarts, nos dementadores, nos colegas, em James.
Pensou em Lily.
─ Estamos juntos nessa, Regulus.
A porta do quarto foi aberta rapidamente, e ambos improvisaram um teatro de casalzinho recém-apaixonado. Os adultos não poderiam ter ficado mais satisfeitos ao ouvirem a risada tímida de Rosaleen, enquanto Regulus se afastava com um sorriso.
─ Até mais, Rosaleen.
Primeiro capítulo sem as boiolices do James e eu tô- saudades do meu casalzinhoh
Emoções não tão fortes quanto eu disse que teriam porquê eu tinha planejado outra coisa pra esse capítulo, mas enquanto escrevia surgiram outras ideias e eu mudei tudo k enfim.
IMPORTANTE: escolhi duas pessoas que vocês falaram pra colocar como o rei da fanfic, também conhecido como Archibald Johnson. Os escolhidos são o Thomas Sangster e o Brenton Thwaites, por favor me ajudem a escolher um 😭
Claro que isso nem importa porque vcs imaginam os personagens como vocês quiserem, mas eu quero colocar o Archie no capitulo d introdução.
Até o próximo capítulo!