O Descendente de Anur - Usuár...

By EduardoAMiranda

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#1 Lugar em Fantasia em Os Tops do Ano 2017 Balrók, o Caçador, montado em seu leão de fogo juntamente com mai... More

SINOPSE
EPÍGRAFE
O Mistério de Nanduque
Relatos do Tapeceiro - A Invasão
Relatos do tapeceiro - Carnificina
Curiosidades - "Balrók, o Caçador"
A Profecia
Uma Visita Inesperada
Desafio
Agilidade Vs. Imprevisibilidade
Ataque Vs. Defesa
Extras - FanArt
Revelações
A Conspiração do General
Doran
O Rei do Cangaço
Extras - FanArt
Confusão
Conheça o Seu Futuro
Desafio - FanArte
O Sem Rosto
Possessão
Trovadores, Bardos e Menestréis
A Última Besta da Terra
O Descendente de Anur e a Mitologia Brasileira
Vielas, Becos e Valados
O Nascimento de um Guerreiro
Mercenários
O Lendário Guerreiro do Clã das Árvores
Adagas
Galeria FanArte
Fogueira, Música e Dança
Shepperd, o Tapeceiro
O Mestre da Contação
A Descoberta
Curiosidades - Toren, Nação da Terra
Inquieto
A Lâmina Letal
Keer
EN e ON
Explosão Sensorial
Fugir ou Lutar?
Invasores
O Limiar da Batalha
Naelins não Sangram
O Reencontro
O Chamado da Morte
Quem Eu Sou?
Uma Fagulha de Esperança
O Lamento das Bromélias
A Besta Domada
A Lenda do Bosque do Dragão
Venenosa
Desespero
O Quarto Portal
O Despertar
Um Refrigério para a Dor
O Descendente de Anur - News
Nova Capa
Cicatrizes
A Floresta Sagrada
O Guardião da Floresta
O Temível Mapinguari
Retorno
Prêmio de Consolo
Curupira
Amigo ou Inimigo?
O Grande Quebra-Cabeças
Tensão no Ar
Medo e Insegurança
A Batalha da Floresta Sagrada
Encruzilhada
O Sussurador e o Usuário do Fogo
A Centelha do Fogo e o Sangue do Dragão
As Verdadeiras Intenções de Mainz
Despedida
O Mensageiro de Goldor
As Leis do KEER
Reforço, Percepção, Resistência e Cura: As Potencialidades do KEER
A Herança de Sangue
A Chama Sagrada
A Origem do Metal Flamejante
Reunir, Agregar, Extrair e Armazenar
A Decisão do Guerreiro Solitário
Dissimulando
Efeito Colateral
Cama Macia e Refeição Quentinha
O Espadachim Aaori
A Frieza de Gamel
A Canção da Morte
Metal, Sangue e Fogo
Luto
A Cidade das Árvores
Teia de Mentiras
Encrencado
Interrogatório
O Vale do Precipício
Recrutamento
O Lobo Cinzento
Contra todas as Chances
O Desafio Torenkai
O Lobo Branco
Pensamentos Deprimentes
O Bosque do Rei
O Grande Urso Pardo
O Plano
Emboscada
Prisioneiro
A Fruta do Dragão
A Fuga
Capítulos Finais - Book Trailer
O Poder de um Guardião - Capítulos Finais
Assassino e Traidor - Capítulos Finais
Sentimento de Impotência - Capítulos Finais
Julgamento - Capítulos Finais
E agora?
Retorno - Capítulos Finais

Espíritos

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By EduardoAMiranda

Ela estendeu mais uma vez a mão. Fiz como pedira e coloquei minha mão direita sobre a dela. Ela a segurou e permaneceu calada durante alguns segundos.

— Mãos delicadas e ao mesmo tempo firmes — disse, rompendo o silêncio enquanto avaliava minha mão como se fosse uma pedra preciosa. — Pele fina e branca — continuou agora acariciando meus braços com as costas das mãos.

De forma um pouco inesperada ela puxou-me para perto e passou a mão  pelos meus cabelos.

— Cabelos sedosos, com fios finos e bem lisos. Tonalodade cinza, quase branco. Bem atípico por essas regiões — falou fazendo expressão de curiosidade carregando levemente o cenho.

Passou a mão em meu rosto tocando delicadamente minha boca, orelhas, nariz.

— Face suave, traços milimetricamente ajustados — continuou com sua avaliação.

Senti minha pele queimar um pouco de vergonha. Eu nem conhecia aquela mulher. 

Com exceção de minha mãe, ninguém jamais me tocara daquele jeito.

Então, ela chegou ainda mais perto ficando com a face bem próxima à minha. Olhou-me nos olhos carregando um pouco as suas pálpebras até suas pupilas se contraírem tornando-se minúsculas.  

Olhos vermelhos! — Afastou-se um pouco para trás demonstrando-se confusa.

Ela fechou os olhos e permaneceu calada. Começou a contorcer os lábios e fazer um grunhido baixo parecendo meditar sobre algo. Abriu os olhos bem arregalados...

— Perfeito! — exclamou depois de alguns minutos dando me um susto. — Magnífico! — prosseguiu.

— O que é magnífico? — questionei.

— Eu não consigo. — Ela respondeu balançando a cabeça e erguendo os ombros. — Não consigo ler sua sorte — concluiu demonstrando desapontamento na voz.

— Você não é estrangeiro, é?

A pergunta pegou-me de surpresa. 

Quando comecei a abrir a boca para responder ela me interrompeu:

— Espere, deixe-me adivinhar. Deixe-me ver, deixe-me ver... Essa pele, esses traços são bem típicos, mas esse cabelo e... — hesitou novamente — esses olhos? Certamente não combinam. Eu nunca vi nada parecido. É como se você estivesse dividido em dois.

Ela fechou os olhos novamente. 

Com uma das mãos segurava minha mão direita e com a outra alisava meu rosto ainda parecendo me avaliar.

— Sim! — exclamou com convicção.

— Sim o que? — indaguei prontamente.

— Só pode ser.

Ela deu uma pequena afastada, levou uma das mãos ao queixo e o alisou vagarosamente com uma das sobrancelhas arqueadas.

— Areano! — exclamou, abrindo os olhos.

— Uma grande besteira — interrompeu Leo dando uma bufada e puxando-me para trás com força fazendo com que minha mão se desvencilhasse da mulher.

Eu levei um susto, tão envolvido que estava. 

Então olhei para o Leo tentando entender o porquê ele reagira daquele jeito. Sua face estava carregada. Ele parecia assustado. Quer dizer, não assustado, assustado não. Nervoso. Preocupado!

— Vamos ou perderemos o festival! — Ele insistiu tentando disfarçar a intromissão.

— Não! — rebati. — Quero continuar.

Devolvi minha mão à mulher que me olhou profundamente e a apertou com mais firmeza como que com o intuito de impedir uma nova tentativa do Leo.

— Eu não sou areano — respondi a mulher em tom seco e firme. — Meu pai e minha mãe são toreanos, de clãs e nações diferentes, mas ainda toreanos. Minha mãe é de AzToren, do clã dos montanheses. Isso justifica meus traços. Meu pai é fazendeiro de Anzare, aqui mesmo de AnToren. — Eu falei em tom austero olhando-a nos olhos. Ela ouviu tudo o que eu disse em silêncio, parecendo digerir aquelas informações.

— Há algo mais, garoto. Eu não sei explicar. Mas é a primeira vez que isso acontece comigo. Você parece um enigma, uma porta trancada —  afirmou ela abaixando o volume da voz quase num sussurro —, só que sem fechadura.

Sua expressão era de confusão. Era nítida sua frustração.

— Quem é você garoto? — perguntou com ar de curiosidade e tom firme.

— Sou Ravel, filho de Mainz, de Anzare. Já disse!

Ao ouvir isso ela deu uma gargalhada sinistra e ao mesmo tempo debochada.

— Ó, tudo bem — falou com condescendência.

Ela soltou minha mão. 

A frustração estampada na face. 

Voltou a se empertigar na cadeira deixando as costas eretas. Seus olhos, por um instante, tornaram-se desafiadores.

— Você quer saber o que os espíritos têm a dizer sobre você? — perguntou-me com ar misterioso arqueando as duas sobrancelhas.

Senti os pelos da nunca se eriçarem.

Espíritos? Se disser que isso não me assustou eu estaria mentindo. Mas agora eu não poderia voltar atrás. Agora eu queria saber. Estava decidido. Obstinado.

— Quero — respondi sem floreios.

Ela balançou a cabeça positivamente uma vez e fechou os olhos. Pousou as duas mãos sobre a bola de cristal e cerrou cenho. Depois de alguns segundos começou a enrolar a língua em umas palavras estranhas as quais eu não podia compreender.

O ar ficou mais pesado. Denso, eu diria.

O ambiente ficou mais quente. 

Comecei a suar. 

Coração acelerado.

Meu corpo parecia queimar e senti as pernas trêmulas. Não sei dizer se estava com medo ou empolgado com tudo aquilo, mas estava decidido a continuar, a ir até o fim. Nada mais importava. 

Então a mulher começou a fazer o conjuro:

"Ó espíritos sábios que vagam por onde a carne e o sangue jamais habitarão.

Espíritos que desde os tempos da antiguidade governam a luz e a escuridão.

Faz-nos saber o que só os sem corpo podem vislumbrar.

Venham ao mundo da matéria e digam aos vivos

aquilo que só os errantes podem perscrutar."

Ao terminar de dizer essas palavras a mulher começou a se contorcer em sua cadeira. 

Seus membros começaram a se enrijecer e as mãos a se atrofiar. Sua aparência ficou obscura, retorcida. 

Comecei a sentir um medo progressivo, principalmente ao notar que ela começara a revirar os olhos ao ponto de só aparecer a parte branca.

Um gemido sombrio saindo do fundo de sua garganta encheu a tenda. 

Subitamente a luz tremeluziu e depois se apagou como se um vento forte tivesse soprado contra ela. 

Tudo ficou escuro por alguns segundos e depois a bola de cristal que estava no centro da mesa começou a emitir uma tênue luz azulada.

Em seguida, semelhante a uma serpente, ainda encostada na cadeira, a mulher começou a ziguezaguear com o pescoço fazendo sua cabeça pendular de um lado para o outro.

Inesperadamente ela caiu de bruços sobre a mesa e ali permaneceu por alguns segundos. Eu dei um passo para trás de susto e senti o corpo do Leo atrás do meu. Ele estava tremendo.

Não sei de onde tirei coragem e comecei a me aproximar devagarinho com o intuito de certificar se ela estava bem, pois parecia haver desmaiado.

— Vamos embora daqui, Rav — insistiu Leo, com a voz vacilante.

Fiz como se não o ouvisse e me aproximei ainda mais da mulher colocando a mão sobre um de seus ombros e balancei com cuidado.

— Senhora?

Nenhuma reposta.

— Senhora? — prossegui.

Ela continuou petrificada.

Chacoalhei-a com mais força e nada.

Olhei para trás para ver a reação do Leo. Ele olhou em meus olhos e deu de ombros agitando as mãos.

Ainda virado para o Leo, mas com a mão direita sobre o ombro da mulher, senti algo se mexendo. 

Virei-me rapidamente para ver se ela havia se despertado.

— Senhora, a senhora está bem? — perguntei.

Ela não respondeu, mas levantou-se lentamente.

— Tudo bem com a senhora? — insisti.

Senhora? — questionou ela prontamente com uma voz sinistra.

A mulher endireitou seu corpo na cadeira mantendo a coluna ereta e disse:

 — Nós estamos bem... muito bem!  — falou e soltou uma risada estranha.

No mesmo instante os pelos da minha nuca se arrepiaram e o coração quase parou.

Continua... 

______________________________________________________________________________

Olá queridos leitores, o que vocês têm achado até agora de O Descendente de Anur?

Gostaria que vocês comentassem qual foi a sensação de vocês ao lerem esse capítulo (Espíritos). Alguns leitores de fora do Wattpad disseram que tiveram muito medo quando leram (rsrsrs). E vocês?

Eduardo Miranda

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