Pov's Dulce María.
Maite: O que diz?
--- que Belinda está morta. --- eu bufava de raiva.
Anahí: O que você vai fazer?
--- Ligar para o Christopher, ou ele dá um jeito na amiguinha maluca ou eu faço por conta própria. Belinda estrapolou!
Anahí: Mas e se ele não atender? --- perguntou com inocência.
--- Ele terá que me atender, e se não fizer, sou capaz de ir até o outro lado do mundo. --- falei decidida.
Peguei o telefone e coloquei nas chamadas recentes. --- o número dele era o primeiro por conta das 85 vezes discadas nos últimos dias.
Para a minha surpresa ao segundo toque reconheci a voz sonolenta do outro lado da linha. Meus batimentos aceleraram. --- Céus, como eu amava aquele homem!
~ Alô? --- com a voz rouca. --- Alô? --- eu permaneci calada. --- Eu vou desligar. --- ameaçou.
--- Chris...
~ Dulce?! --- parecia surpreso.
Assim como Annie e May pelo fato dele ter atendido.
~ São mais de duas horas da madrugada aqui.
--- Eu não lembrava desses detalhes. --- foi então que lembrei do motivo da ligação --- Isso não importa agora.
~ Aconteceu algo?
--- Sim, e se você não der um jeito logo, eu sou capaz de matar sua amiguinha retardada.
~ Belinda?
--- Olha, você pensou rápido.
~ O que ela fez? --- sua voz soou grave.
Então eu lhe contei.
~ Belinda, não tinha esse direito! --- falou com raiva.
--- Faça algo o quanto antes, ou eu farei e vou logo avisando... Não terei a mínima pena. Essa mulher está louca, obcecada.
~ Dulce, não faça nada, por favor. --- falou calmamente.
Como ele poderia estar calmo diante daquela situação? Com tamanha provocação.
--- Não faça nada? Tem coragem de me pedir isso? --- uma risada vazia escapou. --- Escute, Christopher, eu aguentei por muito tempo as provocações dessa mulher, agora cheguei ao meu limite.
~ Eu já disse, Belinda não devia ter feito nada sem me consultar! --- gritou com raiva.
--- Sem te consultar? O que quer dizer com isso?
~ Droga! Está vendo o que me faz dizer? --- suspirou pesadamente do outro lado da linha. --- Não era pra ser assim, foi baixo com você. --- lamentou-se.
--- Christopher, diga que foi um equivoco seu. Que eu estou exagerando e o fuso horário faz você dizer baboseiras. --- ele calou-se --- ANDA! ESTOU FALANDO COM VOCÊ!
~ Dul... --- deu uma pausa antes de continuar. --- Precisamos conversar, mas não podemos por telefone...
--- Então é isso? --- o interrompi --- Belinda não está mentindo?! Você realmente vai casar com ela. --- sentei sem acreditar.
~ Eu não posso sustentar essa mentira. É complicado demais.
Eu esperava que ele dissesse que não passava de uma brincadeira de mau gosto, mas não.
~ Dulce, eu quero que você me ouça antes de tirar conclusões precipitadas.
--- Te ouvir? Você perdeu o juízo? Não tenho o que ouvir de você. Tudo está mais claro do que nunca. Diga-me, Christopher, sou fruto de uma aposta também?
~ Não, é claro que não!
--- Quantas vezes devem ter rido de mim, da minha ingenuidade... --- senti um nó se formar em minha garganta e respirei fundo.
~ Meu amor, por favor, não fala isso. Eu jamais faria algo assim. Dulce, eu te amo!
--- Meu amor? --- ri sarcasticamente, mas minha vontade era de chorar. --- Você está fazendo muito pior... Não me chame assim, você não tem o direito!
~ Eu juro que não queria...
--- CALA A BOCA! EU NÃO QUERO MAIS TE OUVIR... SÓ QUERO QUE SUMA... pra sempre. --- desliguei.
Anahí e Maite correram para perto de mim ainda assustadas.
Eu não sabia o que fazer ou o que dizer.
Anahí: O que foi isso?
--- Você acabou de presenciar o fim da minha novela, isso resume. --- a cada segundo eu sentia minha garganta fechar mais e mais, como se quisesse me sufocar, e estava a ponto, mas eu não ia chorar, não permitiria.
Maite: Dulce, não estamos entendendo.
--- Belinda ganhou. --- falei sem ânimo --- Não é mentira, eles vão casar... E o pior, eu sou a última a saber.
Anahí: Não? --- sem acreditar --- Isso é mentira, né?
Maite: Annie, a Dulce não parece brincar. --- lhe lançou um olhar torto.
Anahí: Não. Ele pode fazer isso! Não há razão para esse absurdo. O Ucker gosta de você, é uma brincadeira de mau gosto... Eu tenho certeza.
--- E pensar que... --- apertei os punhos --- Que... Ele me enganou. Foi a primeira vez que eu baixei a guarda e o que ganho em troca? Um belo par de chifres.
Maite: Eu vou ligar pra ele. --- pegando o celular que eu havia largado sobre o sofá. --- Christopher vai ter que me dar uma boa explicação!
--- Não, você não vai. --- segurei sua mão. --- Está tudo claro para mim... Eu fui só um passatempo, ele não foi nada bobo... --- Maite me interrompeu.
Maite: O que quer dizer com isso?
--- O óbvio, May. O Christopher teve a oportunidade perfeita e não desperdiçou.
Anahí sem entender mirou Maite e em seguida voltou a mim.
--- Belinda e a mãe estão desamparadas, sem ter quem administre sua fortuna. É um ótimo momento para um casamento não, acham?
Anahí: Ele não é assim.
--- Acorda, Annie. --- falei impaciente --- O dinheiro muda as pessoas! Mas querem saber? Eu não vou chorar e muito menos lamentar.
Maite: Amiga, eu estou ficando com medo de você.
--- Temos que comemorar, afinal, eu me livrei daquele parasita.
Maite: Dulce, a negação faz parte de um trauma.
Anahí acenou para que ela se cala-se.
--- Já sei! Vamos sair pra beber. O que acham?
Anahí: Eu acho que você pirou, é isso que eu acho.
Maite: Querida, vem aqui. --- me puxou para sentar ao seu lado. --- Você está passando por um momento traumático e é normal você não acreditar, talvez até ter um surto, mas vai por mim, não faça nenhuma besteira. Descansa, se acalma, deixa a ficha cair. --- falou calmante.
--- Não há nada para cair! Se vocês não querem comemorar comigo, não vejo problema. Eu vou só. --- levantei e fui ao banheiro lavar o rosto.
Eu só queria sair e me distrair, queria provar para Christopher que não ia me abalar por sua culpa.
Depois de alguns minutos voltei a sala e vi minhas amigas com um semblante preocupado.
--- O que foi?
Maite: Dulce, você não está bem.
--- Estou ótima, me sinto mais viva do que nunca. É melhor eu me apressar. A essa hora os pombinhos devem estar ocupados, preocupados com a decoração, os convidados, igreja e essas coisas que noivos apaixonados e felizes fazem. --- a última frase saiu carregada de sarcasmo.
Maite: Annie... --- Anahí balançou a cabeça em sua direção.
Anahí: Eu vou com ela.
--- Ótimo! Hoje eu vou poder te ensinar o que é diversão de verdade.
Dei um sorriso sapeca imaginando a noite longa que viria.