A filha de Poseidon | Siyoon

By nomefulano1

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E se os deuses do Olimpo estivessem vivos em pleno século 21? E se eles ainda se apaixonassem por mortais e t... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
🔊Comunicado🔊
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24 - Parte 2
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 69
Capítulo 70
Final Temporada 1
Notas

Capítulo 68

40 7 1
By nomefulano1

Não vamos conseguir nunca.- disse Zoe.- Estamos seguindo devagar demais, e o pior é que não podemos deixar o Ofiotauro.

Olhei para Bessie, o Ofiotauro nadava perto de mim enquanto corríamos à beira d'água. Deixamos o píer no centro comercial para trás e agora seguíamos para a ponte Golden gate, que era muito mais longe do que eu me lembrava quando estava no acampamento Júpiter.

- Droga! - praguejou.- O sol já está se pondo, não vai dar tempo.

Mirei o céu, uma mistura de vermelho e laranja.

- Não entendo.- franzi o cenho.- Por que temos de chegar lá ao pôr do sol?

- As Hespérides são as ninfas do pôr do sol.- Zoe respondeu.- Só podemos entrar em seu jardim quando o dia está se transformando em noite.

- E o que acontece se chegarmos tarde?

- Amanhã é o solstício de inverno, se perdermos o pôr do sol de hoje, então teremos que esperar até o anoitecer de amanhã. E a essa altura o conselho olimpiano já terá terminado, temos que libertar a senhora Ártemis está noite.

"Ou será muito tarde para Sabina, pensei."

- Precisamos de um carro.- declarou Sofya.

- Mas e Bessie?

- Hã.. gente! - Noah chamou.- Acho que tenho uma ideia.. O ofiotauro pode aparecer em diferentes condutos de água, certo?

- Bem, sim.- respondi.- Ele estava no estreito de Long Island, depois apareceu na barragem de Hoover, e agora está aqui, porquê?

- Então.- Noah parecia incerto.- Talvez se conseguíssemos convencê-lo a voltar para o estreito de Long Island, Quíron poderia nos ajudar a levá-lo para o Olimpo.- sugeriu.

- Não sei não, Urrea.. Ele estava me seguindo esse tempo todo, será que saberiam como voltar?

Olhamos para Bessie, que soltou um mugido desesperado.

- Eu..- Noah engoliu em seco.- Eu posso lhe mostrar. Posso ir com ele de volta ao acampamento.

O olhei com atenção. Noah não era fã de água, ele havia quase se afogado no mar de monstros, e não podia nadar muito bem com seus cascos de bode. Essa definitivamente não era uma boa ideia.

- Sina, sou o único que pode falar com ele.- ponderou. Noah se curvou e disse algo no ouvido de Bessie, que estremeceu, e então emitiu um mugido contente.- A bênção da Natureza.- informou.- Isso deve ajudar com a segurança, mas seria bom se tipo.. sabe, se seu pai nos desse uma forcinha também, só para garantir.

- Ele tem razão.- disse Zoe.- Reze a Poseidon, Sina, veja se ele os concede passagem segura através dos mares.

Assenti.

Noah me olhou com expectativa.

- O quê? Tipo, agora?

- Sim, tipo agora.- disse ele.- Vai!

- Certo.- cocei a garganta.

Fechei os olhos.

"Oi pai! Hã.. Eu preciso de um favor.. Por favor, ajude-nos. Leve o Ofiotauro e Noah de volta ao acampamento em segurança. Por favor, os proteja mar."

- Toda prece precisa de um sacrifício.- Sofya falou.- Algo grande.

Pensei por um segundo, então tirei meu casaco.

- Sina! - Noah me olhou.- Tem certeza? A pele do leão é algo muito útil, ele protegeu Helena de Tróia quando ela se tornou uma semideusa..

Olhei para Zoe que me observava com atenção, a menção de Helena de Tróia a fez fechar a expressão mesmo que sutilmente. Percebi que, de fato sabia quem foi a heróina de Zoe, aquela que arruinou sua vida, que a fez ser expulsa da família.

Muitos acham que Helena foi a vítima na guerra Tróia, quando na verdade, ela sempre foi a vilã, egoísta e uma manipuladora de primeira.

Suspirei.

- Se eu tiver de sobreviver, não vai ser por causa de um casaco de pele de leão, eu não sou Helena.- atirei o casaco na baía e ele se transformou novamente em um pêlo dourado, cintilando na luz.

A brisa marinha ganhou força e Noah respirou fundo. Urrea pulou na água e imediatamente começou a afundar.

Bessie deslizou a seu lado e o deixou segurar em seu pescoço.

- Tomem cuidado.- falei.

- Tomaremos.- garantiu.- Ok, hum, Bessie? Vamos para Long Island, fica a Leste, naquela direção.- apontou.

Bessie deu uma guinada para a frente e, então submergiu.

- Bessie! - Noah gritou.- Eu não sei respirar debaixo d'ág--

Noah e Bessie afundaram juntos, no lugar em que estavam, bolhas de ar estouraram.

- Será que o pai te ouviu? - Sofya perguntou, olhando onde Noah tinha afundando.

- Pelo bem deles...- mordi o canto da boca, incerta se a presse foi atendida ao não.- Eu espero muito que sim.

Zoe juntou-se a nós.

- Bem, problema resolvido.- disse ela.- Agora como vamos chegar ao jardim de minhas irmãs?

- Sofy tem razão.- me virei para Zoe, que me olhou confusa.- Sobre o carro, acho que vamos precisar de um.

- E como vamos conseguir um carro por aqui? - Zoe ergueu a sobrancelha.

- Bem.. nós.. er.. bom, podemos pegar um emprestado.- sugerir.

- Roubar você quer dizer.- Zoe rebateu, sua expressão divertida.

- Eu disse pegar emprestado, o que significa que vamos devolver.

- Aham, claro.- Zoe debochou.

Sofya engoliu o riso.- É só um pequeno furto em prol do bem, Sina.

Minha irmã deu um tapinha no meu ombro.- Eu sei que você nunca deve ter feito algo assim, mas... Espera! Que expressão é essa?

- O quê? - perguntei confusa.

- Essa de culpada.- Zoe apontou.- Já roubou um carro, Deinert?

- O quê!? Não! Quer dizer, uma vez.- me encolhi constrangida.

- Ora, ora.- disse Zoe.- E eu achando que a irmã trombadinha era você, Sofya.- minha irmã arqueou uma sobrancelha.- Pequena Deinert, que surpresa!

- Não é o que estão pensando, ok? Noah, Sabina e eu estávamos em Vegas e precisávamos ir para Los Angeles e... Quer saber, não vem ao caso agora, pegamos emprestado um carro e foi isso.- encolhi os ombros, minhas bochechas esquentando.

- Quem diria.- Sofya me abraçou pelos ombros.- Eu tenho uma irmã delinquente.- meu queixo caiu. Zoe gargalhou.- Estou orgulhosa de você maninha!

- Eu não sou delinquente.- falei, indignada, batendo em seu braço e tirando-o dos meus ombros.

- Certo, certo.- disse Sofya.- Vamos lá atrás do nosso carro "emprestado"

- Claro, até porque Sina vai "devolver" - disse Zoe, juntando-se a Sofya, ambas indo na frente e zombando de mim.

- Ei! Me esperem!

****


Acabamos voltando as docas, sorte que já estava quase de noite e o movimento nas ruas tinha diminuído, o que contribuía para o nosso "pequeno delito" como disse Sofya.

- Que tal aquele ali? - Zoe apontou para uma Mercedes antiga, estacionado na direção oposta do píer, do outro lado da rua.- Parece ótimo, não vai chamar atenção.

- Ok, e como vamos fazer isso?

- A expert em roubo de carro aqui e você, Deinert, então me diga, como faremos isso? - arqueou a sobrancelha.

Meu rosto ficou vermelho. Sofya engoliu o riso, fingindo uma tosse.

- Pela décima vez. Não fui eu quem pegou EMPRESTADO a porcaria do carro, foi a Hidalgo, e a gente devolveu ele no final.- cruzei os braços, irritada.

Zoe deu uma risadinha, enquanto forçava a porta que abriu com um Clic!

- Não precisa ficar toda irritadinha, Deinert, eu só estava brincando com você.- disse, olhando o interior do carro.- E a propósito, você fica uma gracinha assim, toda vermelha.

Meu queixo caiu, pisquei algumas vezes tentando digerir o que tinha acabado de escutar, até mesmo Sofya franziu o cenho. Zoe estava mesmo flertando comigo? Tipo, essa Zoe?

- Se as duas já acabaram de namorar..- Sofya forçou a outra porta abrindo-a.- Vamos logo.

- Não estávamos namorando.- me defendi, embora, ainda sentisse meu rosto queimando.

Zoe apenas revirou os olhos.

- Ciúmes Plotnikova? - provocou.

Sofya fez uma careta de nojo.

- Você não faz meu tipo, Zoe.

- Graças aos deuses por isso.- Zoe rebateu. Sofya a olhou indignada e foi a minha vez de engolir o riso forçando uma tosse.- Eu dirijo.

Antes que pudéssemos ligar o carro, alguém bateu no vidro.

- Merda! - Sofya praguejou.- Ignora e liga logo essa lata velha!

- Não dá! O carro não liga.- Zoe tentou juntar os fios, mas o carro não dava a partida.

Suspirei derrotada.

- Seremos presas, mas que ótimo..

- Cala a boca, Sina!.. Merda Zoe! Vai logo.

O carro deu uma guinada como se fosse funcionar e, então morreu de vez.

- Merda.- Zoe murmurou.

O homem bateu no vidro e fez sinal para que o abaixasse. Sua expressão não era a das melhores, o que significava que muito provavelmente ele era o dono, ou seja, estavamos muito ferradas agora.

- Boa noite senhor.- Zoe deu o seu melhor sorriso.- No que podemos ajudá-lo?

O homem cruzou os braços, a sobrancelha arqueada em incredulidade.

- As portas têm travas de segurança, conseguiram entrar, mas não vão conseguir sair até a polícia chegar.

- Ferrou! - Sofya sussurrou.

- Ah! Jura? - revirei os olhos.

- Podemos explicar.- Zoe se adiantou.- Nós..- engoliu em seco.- Olha, era uma emergência, iríamos devolver o seu carro, não é mesmo meninas?

- Sim! - Sofya e eu respondemos em uníssono.- o homem semicerrou os olhos.

- O que está acontecendo aqui?

Outra pessoa havia se juntando ao homem carrancudo na calçada, e para a minha surpresa e desespero, eu conhecia bem aquela voz.

- Essas três pestinhas estão tentando roubar a Charlotte.

- Quem é Charlotte? - Zoe perguntou confusa.

O homem olhou para o carro com devoção.

- Quem é que dá nome para um carro? - disse Sofya.- Especialmente Charlotte?

- Porra.- murmurei.- Isso vai ser um desastre total.

- Você já chamou a polícia, querido?

- Sim, estarão aqui em poucos minutos.

- Olha.. como a minha amiga falou, podemos explicar.- falei.

O segundo homem franziu o cenho, ele se aproximou da janela e quando me notou, seu rosto perdeu a cor.

- Sina?!

- Oi Bob.- dei um sorriso sem graça.

- Mas o quê...? - perguntou, claramente confuso.- O que está acontecendo aqui, Sina?

- Espera! Essa é a Sina de quem você tanto falou? Sua filha? - Bob assentiu, seu rosto ganhando um tom de vermelho pelo vergonha.

O dono da Charlotte colocou as mãos na cintura, esperando uma explicação.

- Esqueceu de mencionar que ela é uma ladra.

Bob se virou para, como era mesmo o sobrenome dele? Bolofite?

- Não, ela não é.- respondeu sério.

- Então como você explica isso?

Meu padrasto descruzou os braços e suspirou.

Me virei para Sofya.- Sabe, agora seria um ótimo momento para você fazer aquele lance da névoa.

Sofya ainda olhava para Bob Deinert, atordoada.

- Bob? - o homem questionou-o

- É complicado.- Bob respondeu. Bolofite respirou fundo.

- Senhor Bolofite.

- Blofis.- corrigiu entre dentes.- Não Bolofite, Blofis.

- Certo.- pigarreio.- Desculpe, senhor Blofis. Não é o que parece, juro.

O homem elevou a sobrancelha.

- Oh, jura! - disse sarcástico.- Porque isso parece exatamente o que eu estou pensando.

Bobby colocou a mão no ombro de Blofis, ganhando sua atenção.

- Ela está falando a verdade.

Blofis olhou para Bob não parecendo acreditar.

- Se eu por acaso acreditasse.. e eu disse Se.. Que emergência seria essa que faria sua filha ter que pegar um carro "emprestado"?

- Explique filha.

- Longa história, mas resumindo.. deusa perdida, namorada perdida, fim do mundo próximo. Precisamos de uma carona.

Bolofite piscou atordoado. Ele olhou para o meu padrasto e depois para nós.

Bob assentiu sério.

- Paul, você pode me emprestar Charlotte por algumas horas? Prometo trazê-la em segurança.

Bolofite olhou para nós desconfiado.

- Isso nem mesmo pareceu uma desculpa válida, Bob.

- Eu sei que parece confuso, e quando disse que Sina é especial não estava falando apenas por ser um pai babão e orgulhoso, ela de fato é especial, entende? Minha garotinha é agraciada pelos deuses.- Bob sorriu e eu senti meu rosto quente.

Blofis nos olhou confuso.

- Vou explicar melhor quando voltar, eu prometo.- Bob deu um sorriso pequeno para Paul.- E depois que souber de tudo, irei entender se não quiser fazer parte da nossa família.

Meu padrasto apertou o ombro de Paul amavelmente.

Paul nos olhou desconfiado, por fim suspirou.

- Darei um voto de confiança a você Deinert.- disse ele.- Seja lá o que esteja acontecendo aqui, prometa tomar cuidado.

- Eu vou.- Bobby deixou um beijo em sua bochecha.- As chaves?

Paul bateu nos bolsos procurando-as, quando as achou apertou um pequeno botão vermelho e as portas foram destravadas.

- Tome.- disse, entregando-as ao Bobby. Ele olhou mais uma vez para Charlotte e suspirou derrotado.- Vou voltar para o hotel, tenha cuidado.

- Não se preocupe.- Bobby deu uma piscada.- Não tome todo o vinho sem mim, hein.- as bochechas de Paul ficaram vermelhas.

Zoe pulou pulou para o banco traseiro, e Bobby entrou tomando seu lugar.

- Para onde eu devo ir? - perguntou.

- Siga reto até sair da cidade, tem um bosque nos limites de São Francisco, é para lá que temos que ir.- disse Zoe.

Bobby assentiu. Ele deu a partida fazendo o motor roncar e Charlotte ganhar vida. Bob acelerou, deixando Paul para trás ainda acenando para nós.

****

Música clássica tocava baixinho no rádio enquanto seguíamos em silêncio para fora da cidade. Não era assim que eu pensava em reencontrar meu padrasto depois de tantos meses fora de casa, mas aqui estamos nós.

Bobby pigarreou.


- Então, uma nova missão, hein?

- Sim senhor.- respondi.

- Você está bem?

- Estou sim.- dei um sorriso fraco.

- Sina, sobre o Paul... Bem, eu..

- Está tudo bem Bobby, se você está bem, então eu estou bem.- meu padrasto sorriu.- Ele parece ser um cara legal.

- É.. ele é sim.- seu sorriso aumentou.- Espera só até conhecê-lo melhor, tenho certeza que vocês se darão muito bem, ele é historiador, sabia? Paul adora os mitos gregos.

- Então ele vai pirar quando souber que todos são reais.

- Oh! Ele vai.- Bobby riu.- Pode apostar que sim.- sorrimos um para o outro.

Sofya pigarreou, minha irmã parecia desconfortável, assim como Zoe.


- Desculpem, acabei não me apresentando.- Bobby disse.- Sou Bobby, padrasto da Sina.- Bobby deu o seu velho sorriso cordial.- E vocês são?

- Me chamo Zoe, e obrigada pela carona, senhor.

- Ah, não sou tão velho assim.- ele sorriu.- Pode me chame de Bobby, é um prazer conhecê-la Zoe.- Zoe se limitou em dar um pequeno sorriso um tanto forçado.

O teto do Mercedes era pintado com imagens da batalha aérea da guerra civil americana. Caça aviões da força Norte americana cortando as nuvens no céu azul. A caçadora apontou para eles.

- Terceira batalha no Colorado, 1983.

Bobby sorriu.

- Correto! - ele disse.- Ninguém nunca acertou de primeira, todos confundem com a primeira batalha no Texas de 1981.

Zoe estudou o campo de batalha pintando no teto, com um sorriso de lado.

- As linhas alemãs ficavam mais distantes do rio, talvez por isso eles confundam.- disse ela.

Bobby franziu o cenho, fitando-a pelo retrovisor.

- Como sabe disso?

- Porque eu estava lá - Zoe disse casualmente.- Ártemis queria nos mostrar como a guerra era horrível, a maneira como os humanos lutavam uns com os outros era estúpida, a batalha foi um completo desperdício.

Bobby abriu e fechou a boca em choque.

- Você...

- Ela é uma Caçadora, senhor.- Sofya informou.- Eu sou Sofya, sou irmã da Sina, e é um prazer conhecê-lo.

Bobby piscou confuso e então arregalou os olhos.

- Você.. espera.. vocês! Poseidon teve outra filha?

- Sim senhor.

- Mas vocês parecem ter a mesma idade? - disse indignado.

- E isso é ruim? - Sofya perguntou, confusa.

- Quer dizer que ele a traiu enquanto ela ainda estava grávida.- falou irritado.- Alex merecia muito mais que isso.

- Ah..- as bochechas de Sofya coraram, ela se encolheu no banco constrangida.

Bobby bufou.

- Homens..- Zoe revirou os olhos.

Bobby a fitou.

- Sem ofensas.

- Não me ofendeu.- Bobby deu de ombros. Então olhou para Sofya.- E não se sinta envergonhada querida, você não tem culpa de nada, nenhuma de vocês duas têm.- sorriu fraco.

- De qualquer forma, bem vinda a família, Sofya.

Sofya piscou atordoada, ela engoliu em seco e assentiu com a cabeça, mas pude ouvir um obrigada trêmulo bem baixinho, quase um sussurro.

[...]

O sol mergulhava no horizonte, o laranja e vermelho no céu davam lugar ao anoitecer quando finalmente conseguimos sair da cidade.

A estrada de terra estreita levantava poeira entre os longos pinheiros conforme avançamos.

Não demorou muito e o monte Tamalpais surgiu em nossa frente. Não era uma montanha tão grande como eu pensei que seria.

- Então é esse o monte do desespero? - Bobby perguntou.

- Sim.- disse Zoe, a caçadora parecia tensa.

- Por que o chamam assim? - ele perguntou.

Zoe se manteve calada.

- Desculpe, não quis ser invasivo.

- Tudo bem.- ela suspirou.

- Depois da guerra entre os titãs e os deuses, muitos titãs foram punidos e aprisionados.- contou.- Cronos foi feito em pedaços e lançado no tártaro, seu braço direito, o general de suas forças, foi preso lá em cima, no topo, logo depois do Jardim das Hespérides.

Bobby assentiu, sua expressão séria enquanto ouvia os relatos de Zoe.

- É estranho imaginar que tudo isso é real, que crianças colocam suas vidas em risco para salvar o mundo, especialmente a minha criança.- Bob me fitou pelo retrovisor e suspirou.

- Prometam que terão cuidado, todas vocês.

- Não precisa se preocupar, Bobby.- disse Zoe.- Tenho séculos de experiência e já vivi muitas vidas, sei o que estou fazendo, acredito que Sina e Sofya também.

- Mas ainda sim, por favor, tenham cuidado.- ele pediu.

- Teremos.- Sofya falou.

Bobby deu a ela um sorriso pequeno que logo foi retribuído.

- Chegamos.- disse Zoe.

Olhamos pelas janelas, as nuvens pareciam espiralar em torno do pico, como se a montanha estivesse as recolhendo, rodando-as como um pião.

- O que está acontecendo lá em cima? Uma tempestade? - Bobby perguntou.

Dessa vez, Zoe não respondeu, mas tive a sensação de que ela sabia exatamente o que as nuvens significavam, e claramente parecia não gostar do que via.

- Precisamos nos concentrar.- Sofya falou.- A Névoa é muito forte aqui.

- O tipo mágico ou natural? - perguntei.

- Ambos.- respondeu.

- Obrigada pela carona Bobby, assumimos daqui.- Zoe estendeu a mão para o meu padrasto que a apertou cordialmente.- Foi um prazer conhecê-lo.

- Igualmente senhorita Zoe.

- Vou deixar vocês se despedirem, não demorem.

Bobby assentiu. Zoe passou por mim e Sofya, embrenhado floresta a dentro.

- Vem cá.- Bobby abriu os braços e eu prontamente me joguei neles.

- Tenha cuidado, salve sua amiga e volte para casa em segurança.- disse, me envolvendo num abraço apertado.

- Eu te amo, filha.

- Eu também te amo pai.

Bobby beijou o topo da minha cabeça, antes de me soltar.

- Você também.- disse abrindo os braços para Sofya, que o olhou surpresa.

Bobby a envolveu num abraço apertado igual fez comigo.

- Não a conheço bem, Sofya, mas sei que é uma boa garota, fico feliz que minha Sina tenha uma irmã, cuidem bem uma da outra, sim?

- Sim senhor.- Sofya respondeu baixinho.

Assim como fez comigo, Bobby beijou o topo da cabeça de Sofya. Fiquei surpresa ao ver seus olhos dela marejados. Bobby os limpou ternamente.

- Vão lá salvar o mundo.- ele deu uma piscadela.

- Sim senhor.- acenei.- Nos vemos no natal, Bobby.- pisquei para ele.

- Até lá.- disse piscando de volta.

- Ah, se não tiver planos Sofya, será um prazer recebê-la no natal dos Deinert.

Sofya assentiu emocionada. Bobby acenou um tchau antes de entrar no carro.

- Seu padrasto é bem legal.

- É.. ele é sim.- sorri.- Se você quiser, sabe, se quiser vir comigo depois das férias, Bobby ficará feliz em te receber, meu quarto não é tão grande, mas é bem confortável, não me importo em dividir.

- Está me convidado para morar com você? - Sofya arqueou uma sobrancelha.

Dei de ombros.

- Você é minha irmã.- respondi simplista.

Não esperei para ouvir sua resposta e corri na mesma direção que Zoe. A verdade é que eu não queria ouvir um não, já tinha me acostumado a ter Sofya sempre comigo, mesmo com seu mau humor, as piadas ácidas e as ameças vez ou outra, era legal ter uma irmã, mas legal ainda que fosse Sofya, embora eu não vá admitir em voz alta para amaciar o ego enorme que ela já tem.

Será que Bob reagiria igual quando conhecesse o Zane?


****


As nuvens rodopiavam ainda mais espessas sobre a montanha, e nós continuamos seguindo em direção a elas. A floresta já tinha ficado para, seguíamos pelo caminho íngreme da montanha em direção ao pico.

- Você está bem? - perguntei a Sofya.

Seu rosto estava pálido, Sofya parecia soar frio.

- Muito alto.- murmurou.

- Estamos quase lá, só mais um pouquinho, ok? - ela assentiu.

- Olhem! - Zoe apontou para a encosta do outro lado da floresta.

Atracado na encosta estava o princesa andrômeda. Os olhos de Sofya se arregalaram.

- O navio da Any? - Sofya murmurou.

- Parece que teremos companhia, então.- disse Zoe, sombria.- O exército de Cronos está---

Eu estava prestes a responder quando de repente os cabelos em minha nuca se eriçaram. Sofya me empurrou para o lado segundos antes de um raio atingir o lugar que eu estava a poucos segundos.

- O que.. o que foi isso?

- E, pela mão do pai, um irá sucumbir.- murmurou ela.- Eu o considerava um pai, e mesmo assim ele iria me destruir? A mim? - Sofya soou arrasada.- Maldito seja ele..

Levei um segundo para perceber que ela estava falando de Zeus.

- Aquele não podia ser um raio de Zeus, não tem como, Sofy..

- De quem, então? - perguntou magoada.

- Não sei, Zoe falou o nome de Cronos, talvez ele...

Sofya sacudiu a cabeça, a mágoa dando lugar a raiva.

- Não, não Cronos.. foi ele.

- Espera! - falei.- Cadê a Zoe? - olhei em volta e nenhum sinal da caçadora. Sofya me estendeu a mão ajudando-me a levantar.

- Zoe! - gritei.

- Caçadora! - gritou Sofya.

- Parem de fazer escândalo! - Zoe surgiu próxima a entrada do pico.

- Você está viva.- disse Sofya.

- Não se as duas idiotas continuarem gritando.- respondeu.- Calem a boca e venham pra cá.

Sofya e eu caminhamos em sua direção. Zoe encarava a entrada do pico como se sentisse dor.

Meu queixo caiu quando me dei conta para o que ela olhava. Acontece que o pico da montanha não era bem um pico. A entrada dava para um jardim enorme, o jardim das Hespérides.

- Nossa! - Sofya arquejou.- É tão...

- Lindo! - completei.

- Vamos.- disse Zoe.- Mas sem fazer barulho, Ládon está dormindo agora.

A entrada ondulou como se fosse um portal. Zoe foi a primeira a saltar para o outro lado, logo depois Sofya. Quando saltei, senti a mudança no ar, parecia mais puro, mais refrescante.

O cume da montanha agora parecia mais próximo, com a espiral de nuvens de tempestade e o poder em estado bruto. Só havia um caminho para o topo, diretamente à nossa frente. E seguia por um luxuriante prado de sombras e flores.

O jardim do crepúsculo, exatamente como eu vi em meu sonho, se não fosse pelo enorme dragão, o jardim seria o lugar mais lindo que eu já vi.

A grama refletia a luz prateada da lua, e as flores tinham cores tão brilhantes que chegavam a brilhar no escuro.

Pedras de mármore negro polido formavam um caminho em torno de uma macieira de ouro maciço.

- As maçãs da imortalidade.- disse Sofya.- O presente de casamento de Zeus para Hera.

Eu queria subir e pegar uma, apenas uma, afinal, quem não ficaria tentado?

Zoe virou-se para mim, séria.- Eu não faria isso se fosse você.- disse ela, como se pudesse ler minha mente.

- O quê?

- É tentador, eu sei.- Zoe fitou a macieira, em seus olhos havia uma certa nostalgia.- Foi feita para ser.

- Duvido muito que alguém realmente tente alguma coisa com ele lá.- Sofya apontou com o queixo em direção a árvore.

Franzi o cenho confusa.

- Ele quem?

Zoe bufou.

- As vezes me esqueço o quão lerda você é, Deinert.

Revirei os olhos, tornando a olhar para macieira. Zoe estava certa, um pequeno detalhe tinha passado desapercebido aos meus olhos, um detalhe que certamente me mataria antes mesmo que eu chegasse próxima a árvore. Enrosca na árvore estava a maior cobra que eu já tinha visto, suas escamas eram dar cor de cobre, igual ao tronco da macieira.

Engoli em seco.

Levei a mão a minha espada quando um som lindo e lúgubre ecoou pelo vale, o som de cem vozes sussurrando a mesma melodia.

Zoe me deteve.

- Está tudo bem, abaixe a espada.

Incerta, fiz o que ela pediu. Quatro figuras tremeluziram, ganhando vida, quatro garotas que se pareciam muito com Zoe. Usavam túnicas brancas, com adorno de ouro. A pele era pálida como a de Zoe, os cabelos negros e sedosos caíam soltos em torno dos ombros. Era estranho, eu nunca havia percebido o quanto Zoe era bonita até ver suas irmãs, as Hespérides.

- Irmãs.- disse Zoe.

- Não estamos vendo nenhuma irmã aqui, você não é uma de nós, não mais, então não ouse nos chamar com como tal.- disse uma das garotas com frieza.- Vemos apenas duas meios sangues e uma caçadora que, em breve irão morrer.

- Você compreendeu mal.- dei um passo adiante.- Ninguém aqui vai morrer.

As garotas me estudaram, os olhos negros feito a noite.

- Sina Deinert.- disse uma delas.

- Não a vejo como uma ameaça, irmã.- refletiu outra.

- E quem disse que eu sou uma ameaça?

A primeira Hespéride olhou para trás, na direção do topo da montanha.

- Eles temem você, estão insatisfeitos por essa aí ainda não ter matado você.

Ela apontou para Sofya.

- Às vezes, é uma tentação.- admitiu Sofya.- Mas, não, obrigada, ela é uma boa irmã.

- Aqui não existem bons, filha de Poseidon.- disse a garota.- Somente inimigos, então eu sugiro que voltem enquanto ainda a tempo.

- Não sem Sabina Hidalgo.- disse Sofya.

- E Ártemis.- Zoe a lembrou.- Temos que nos aproximar da montanha.

As garotas riram secamente.

- Ele matará você.- disse a garota que parecia ser a mais velha.- Você não é páreo para ele.

- A senhora Ártemis precisa ser libertada.- insistiu Zoe.- Me deixe passar.

A garota sacudiu a cabeça.

- Você não tem mais direitos aqui, Zoe, eu preciso apenas levantar a voz e Ládon acordará.

- Ele não vai me machucar.- Zoe insistiu.

- Não? - a garota arqueou a uma sobrancelha.- E pode dizer o mesmo das suas... Posso chamar de amigas?

Zoe encarava a irmã numa espécie de batalha silenciosa. Quebrando o olhar, Zoe fez a última coisa que eu esperava. Ela gritou.

- Ládon! Acorde!

A serpente agitou-se, as escamas reluzindo ao por do sol. A mais velha arregalou os olhos em choque, enquanto as outras correram para longe.

- Você ficou louca?

- Foi você que nunca teve coragem, irmã.- replicou Zoe.- Esse é o seu problema.

Ládon agora estava se contorcendo, uma de suas três cabeças açoitando o vazio, as línguas movendo-se e provando o ar. Zoe deu um passo à frente, os braços levantados.

- Zoe, não! - Sofya ofegou.- Ela tem razão, você não é mais uma Hespéride, aquela coisa não vai hesitar em te matar!

- Ládon é treinado para proteger a árvore.- disse Zoe.- Fiquem longe dos limites do jardim e subam a montanha, contanto que eu seja uma ameaça maior, ele deve ignorar vocês duas.

- Deve? - engoli em seco.- Isso não é muito tranquilizador.

- É a única maneira.- Zoe suspirou.

- Mesmo nós três juntas não podemos lutar contra ele.

Ládon abriu as bocas. O som das cabeças silvando ao mesmo tempo fez um arrepio percorrer as minhas costas, e isso antes de seu hálito chegar até mim. O cheiro era como ácido, meus olhos arderam e a minha pele esquentou.

Eu queria puxar minha espada, mas lembrei do meu sonho com Zoe e Helena, e em como Helena fracassou num ataque direto. Resolvi confiar no julgamento de Zoe.

Sofya foi para a esquerda, eu fui para a direita. Zoe encaminhou lentamente até Ládon.

- Sou eu, garota.- disse ela.- Zoe voltou.- Ládon deslocou-se para a frente, depois para trás. Algumas das bocas se fecharam, enquanto as outras continuaram a sibilar.

Uma serpente confusa. Enquanto isso, as Hespérides tremeluziram e se transformaram em sombras.

A voz da mais velha sussurrou.

- Tola.

- Eu costumava te alimentar na mão..- continuou Zoe, falando com uma voz tranquilizadora enquanto se aproximava da árvore dourada.

- Ainda gosta de carne de cordeiro?

Os olhos do serpente cintilaram.

Sofya e eu estávamos a meio caminho no jardim. Adiante, a única trilha pedregosa se estendeu, levando a tempestade ao topo negro da montanha.

Tínhamos quase vencido a campina quando alguma coisa deu errado.

Senti o humor da serpente mudar, talvez Zoe tenha chegado perto demais, ou Ládon tivesse percebido que estava com fome. Qualquer que tenha sido o motivo, ela investiu em um bote contra Zoe. Dois mil anos de treinamento mantiveram-na viva.

Zoe desviou de um conjunto de presas afiadas e tropeçou debaixo de outra, deslizando entre as cabeças da serpente, enquanto corria na nossa direção.

Saquei a contracorrente para ajudar.

- Não! - arfou Zoe.- Corram!

A serpente tentou pica-la e Zoe gritou. Sofya acionou Aegis, Ládon sibilou em um momento de indecisão. Zoe disparou montanha acima, passando por nós, que a seguimos. Ládon não tentou nos perseguir, ela sibilou e tornou a deslizar em direção a árvore como foi treinada para fazer.

Subimos a montanha enquanto as Hespérides recomeçavam a cantar nas sombras atrás de nós. A música agora já não me parecia tão bonita, era mais como a trilha sonora de um funeral.

No topo da montanha havia ruínas, blocos de granito e mármore negros tão grandes quanto casas. Colunas quebradas, estátuas de bronze que pareciam um pouco derretidas.

- As ruínas do Monte Otris.- Sofya sussurrou, incrédula.

- Sim.- disse Zoe.- Não estavam aqui antes, isso é um mau sinal.

Levantei a mão.- O que é o Monte Otris?

- Era a fortaleza da montanha dos titãs.- respondeu Zoe.- Na primeira guerra, Olimpo e Otris eram as duas capitais rivais do mundo. Otris era..- ela estremeceu e levou a mão à lateral do corpo.

- Você está ferida? - perguntei.- Me deixe ver.

- Não! Não é nada, não se preocupe. Como eu ia dizendo... na primeira guerra, Otris foi destroçado.

- Mas... como pode estar aqui? - Sofya olhava ao redor com cuidado à medida que abríamos caminho em meio aos destroços, passando por blocos de mármore e arcadas quebradas.

- Ele muda de lugar da mesma forma que o Olimpo. E sempre existe nas margens da civilização, mas o fato de estar aqui, nesta montanha, não é bom.

- Por quê?

- Esta é a montanha de Atlas.- disse Zoe.- Onde ele segura...- Zoe ofegou tomada pelo desespero.- Onde ele costumava segurar o céu.

Havíamos chegado ao cume. Alguns metros à nossa frente, nuvens cinzentas formavam um funil que quase tocava o topo da montanha, mas em vez disso, descansava nos ombros de uma garota de cabelos avermelhados e vestido prateado em
farrapos. Ártemis, com as pernas presas à pedra por correntes de bronze celestial, assim como no meu sonho.

Mas não era um teto de caverna que Ártemis era forçada a segurar, era o teto do mundo. A deusa estava segurando o céu, literalmente.

- Minha senhora!

Zoe fez menção em correr até a deusa, mas Ártemis.

- Pare! É uma armadilha, vocês precisam partir agora.- a voz dela estava exaurida, seu corpo, encharcado de suor. Eu nunca vira uma deusa com dor antes, mas o peso da abóbada celeste era claramente demasiado para Ártemis.

Zoe estava chorando, ignorando os protestos da deusa, ela correu até Ártemis. A caçadora tentou quebrar as correntes.

- Não adianta.- Ártemis murmurou parecendo sentir dor.

- Vocês precisam ir..- Ártemis ofegou.- Zoe..

Uma voz estrondosa reverberou pela caverna.

- Ah, que comovente!

Nós nos viramos. Ali estava o general, de pé, ao seu lado, estavam Any e meia dúzia de víboras carregando o sarcófago de ouro de Cronos. Sabina estava ao lado de Any, as mãos algemadas às costas e com a boca amordaçada. Any mantinha a ponta da espada em sua garganta.

Meus olhos encontraram os de Sabina, tentando lhe fazer mil perguntas.

No entanto, ela me enviava apenas uma resposta: FUJA!


- Any.- rosnou Sofya.- Solte-a, agora.

O sorriso da filha de Hermes era fraco e pálido. Any parecia ainda pior do que três dias antes, em Washington.

- Essa decisão é do general, Sofya, mas é bom rever você, sentir saudades.


Sofya cuspiu em Any, arrancando uma risada do general.


- É isso que se recebe dos velhos amigos.- disse ele.- E você, Zoe. Há quanto tempo! Como vai minha pequena traidora?

- Zoe, não responda.- gemeu Ártemis.- Não o desafie.

- Cale a boca! Você não tem o direito de interferir, deusa. Esta é uma questão de família.

Franzi a testa. Olhei para Zoe.

- Questão de família?

- Sim.- ela disse com tristeza.- Atlas é o meu pai.

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