Água.
Estou sonhando com água, mais precisamente: um rio.
Estou submerso na água e meus braços doem das investidas fracassadas de subir à superfície. Quando finalmente emerjo sinto a correnteza querendo atravessar meu corpo, mas eu reluto, batendo os braços enquanto tento alcançar a nascente que está há poucos metros de mim. Um fluxo calmo jorra por entre a fenda das pedras, uma água cristalina, pedras seguras, plantas adornando… eu só preciso nadar contra a corrente para conseguir alcançá-la.
Estou me afogando, mas continuo me debatendo contra a fúria das águas. Só mais um pouco de esforço e eu a alcanço. Tento de tudo, mas, quanto mais me movo mais me distancio. Meu corpo inteiro dói pelo esforço, e eu penso pela primeira vez que seria mais fácil nadar a favor da correnteza, e não contra ela. Eu desaguaria facilmente em um mar, porém, me lembro que tenho medo do desconhecido. Tento mais uma vez alcançar a folhagem para que eu me segure, mas é em vão. Quanto mais perto, mais longe estou.
Quando estou prestes a me entregar a fúria da correnteza, me assusto e dou um salto na cama, despertando do sonho.
Estou coberto de suor e meu peito sobe e desce de forma acelerada. Olho para os lados, levemente confuso e tomo um tempo até me situar. Apalpo os lençóis ao meu lado e eles estão gelados, me fazendo notar que estou no meu quarto e sozinho.
Solto um suspiro sabendo que foi burrice minha acreditar que Harry estaria aqui quando eu acordasse. Foi burrice acreditar que a noite de ontem foi realmente um recomeço quando na verdade foi apenas uma ilusão que eu criei. Me jogo na cama e passo a mão pela testa, retirando as gotículas de suor que brotam em minha pele.
Olho para o despertador e vejo que ele ainda não despertou. São 7:00 da manhã, e eu normalmente levanto às 7:15. Me jogo na cama e fecho os olhos tentando não parecer tão chateado quanto realmente estou por mais uma vez desejar acordar com Harry e despertar sozinho.
Assim que tento pegar no sono aproveitando os quinze minutos que ainda me restam, eu ouço um barulho. Abro os olhos e me sento na cama tentando confirmar se não estou louco, mas logo em seguida ouço um tilintar e uma voz. Mais precisamente Harry… cantando.
Me levanto rapidamente e caminho com cuidado pelo corredor. Levo a mão ao peito sentindo meu coração acelerado quando vejo ele de costas na cozinha. O cabelo preso em um coque enquanto ele mexe em algumas coisas e cantarola ㅡ só de cueca. Quando ele se vira para pegar algo no frigobar ele me vê e franze as sobrancelhas.
ㅡ Não tem quase nada nessa casa. Você sobrevive de que? Café? ㅡ Ele leva as mãos até a cintura me encarando enquanto me aproximo não contendo o meu sorriso enorme. ㅡ Custei a pensar no que eu poderia fazer com pão puro, por sorte, tinha um pouco de mant-
Ele para de falar quando círculo minhas mãos em sua cintura o trazendo para perto. Abraço seu corpo e me afundo na curva do seu pescoço, extremamente feliz por ele ter ficado. Ele passa as mãos pelas minhas costas e me dá um beijo preguiçoso no ombro.
ㅡ Queria muito te dar um beijo agora, anjinho, mas você disse que não gosta de beijos matinais.
ㅡ Ainda bem que prestou atenção nisso. ㅡ Ele solta uma risada baixa, e eu aperto ainda mais seu corpo no meu.
ㅡ Eu estou feliz que esteja aqui. ㅡ Sussurro.
ㅡ Eu disse que estou tentando.
ㅡ Eu sei que está. ㅡ Me desvinculo do seu corpo e olho para ele. ㅡ E prometo fazer compras.
ㅡ Você precisa mesmo. Eu durmo na sua casa e você não me alimenta? Eu preciso trabalhar, sabe? ㅡ Ele se afasta de mim, pegando e me entregando uma xícara de café. ㅡ Como vou sobreviver até o almoço com café e torradas secas?
Solto uma risada e começo a assoprar o café.
ㅡ Você quer que eu vá comprar algo pra nós?
ㅡ Não precisa. Eu já estou atrasado. Preciso sair daqui a pouco.
Assinto e dou um gole sentindo o fervor do café dançando em meu paladar.
ㅡ Você que fez esse café? ㅡ Pergunto intrigado.
ㅡ Não. Fui buscar café na esquina só de cueca. ㅡ Ele revira os olhos e eu solto uma risada ㅡ Óbvio que foi, Louis. Só tem nós dois aqui, se não foi você, obviamente fui eu. Por que? Achou ruim?
ㅡ Está perfeito. Exatamente como eu gosto: forte e doce.
ㅡ Como eu. ㅡ Ele me lança um sorriso levantando e abaixando os ombros.
ㅡ Exatamente como você, anjinho.
ㅡ Eu estava sendo irônico.
ㅡ Mas eu não. ㅡ Me aproximo e beijo o seu maxilar. ㅡ Você é forte. ㅡ Beijo sua bochecha. ㅡ Doce. ㅡ Beijo o seu nariz. ㅡ E extremamente gostoso, igualzinho a esse café.
ㅡ E quente. ㅡ Ele ergue uma sobrancelha.
ㅡ E muito quente. ㅡ Confirmo.
Ele se vira e pega as torradas me entregando uma. Não costumo comer de manhã, mas não recusaria algo que ele fez. Dou uma mordida e por incrível que pareça é o melhor café da manhã que comi em anos. Eu e Harry de cueca, comendo torrada e tomando café em pé na cozinha entrou para a lista das minhas coisas preferidas para se fazer de manhã.
Assim que comemos, ele busca as suas roupas espalhadas na sala e eu vou até o quarto para desprogramar o despertador que apita incessantemente. Quando volto, ele está sentado no sofá se vestindo.
ㅡ Eu preciso ir. ㅡ Ele me encara por cima dos ombros enquanto abotoa a camisa sentado no sofá. ㅡ Tenho uma cliente às oito e preciso passar em casa antes.
ㅡ Tudo bem, eu também preciso trabalhar.
ㅡ O programa não se faz sozinho, não é, Tomlinson? ㅡ Ele se levanta soltando uma risadinha e é a minha vez de revirar os olhos.
ㅡ Você nunca vai se cansar disso?
ㅡ Nunquinha. ㅡ Ele passa os braços pelo meu pescoço e me encara antes de me dar um selinho rápido.
ㅡ Olha só. Você me beijou.
ㅡ Uma bitoquinha de despedida. ㅡ Ele dá de ombros.
Fico encarando o seu rosto não sabendo ao certo qual vai ser o próximo passo. Não sei como reagir em relação a ele, e para saber, eu preciso perguntá-lo.
ㅡ Harry… E como vai ser? ㅡ Pergunto baixinho, enquanto passo o braço em volta da sua cintura. ㅡ Você quem está guiando esse carro desgovernado que é nós dois, e eu preciso saber o que fazer.
ㅡ A gente vai ficando, Louis. Vai se conhecendo, se encontrando… eu também não sei. ㅡ Ele diz um tanto confuso. ㅡ Não estou acostumado com isso…
ㅡ Então vamos com calma.
ㅡ Sim. ㅡ Ele concorda com a cabeça. ㅡ Com calma.
ㅡ Tudo bem. Faremos assim então.
Ele me abraça e me dá um beijo na bochecha antes de se desvincular do meu corpo, indo em direção a porta. No entanto, antes de virar a maçaneta, ele me encara.
ㅡ E me aceita naquele caralho de Instagram. ㅡ Ele diz erguendo uma sobrancelha. ㅡ Eu não vou pedir pra te seguir de novo.
ㅡ Vou aceitar, anjinho. ㅡ Digo sorrindo. ㅡ Bom trabalho.
ㅡ E bom programa pra você. ㅡ Ele diz abrindo a porta e passando por ela sorrindo. Lanço a ele um dedo do meio e nego com a cabeça.
Assim que a porta se fecha, me sento no sofá e não contenho o sorriso que brota em meus lábios. Lembro de como o meu terapeuta disse que eu precisava ver que Harry estava fazendo um esforço para estar comigo, e ele está… então acho que estamos no caminho certo. Vou até o quarto pegando o celular, aceitando e seguindo Harry no Instagram, e instantes depois recebo uma mensagem.
Harry: Bom garoto.
Louis: Isso é uma frase usada para cachorro.
Harry: E quem disse que você não é o meu?
Louis: Quem fica de quatro é você, anjo.
Harry: E se depender de mim continuarei ficando de quatro por você, Tomlinson.
Louis: 😈
Harry: Eu não era anjo?
Louis: Você tem a capacidade de ser os dois.
Harry: 😈😇
Fico olhando para a mensagem, mas logo percebo que já está na minha hora de trabalhar, então apenas travo o meu celular e vou para minha mesa tentar pensar em algo que não seja só Harry Styles.
Assim que logo no sistema e abro o meu email corporativo, eu vejo que há um email novo na caixa de entrada. É uma oferta de um cargo mais alto, com um salário relativamente maior. O empecilho? Me mudar para Manchester para trabalhar presencialmente na sede do banco por algum tempo para fazer o treinamento. Fico analisando a proposta e vejo que o salário não compensa a minha mudança de cidade, então, recuso sem pestanejar, e volto a trabalhar normalmente.
…
Alguns dias depois.
Por incrível que pareça, as coisas com o Harry fluíram mais naturalmente do que pensei. Nos encontramos algumas vezes na semana e dormimos juntos em todas elas. O sexo ainda é ardente, mas agora, não é a única coisa que nos resume. Conversamos sobre filmes, sobre livros, sobre as nossas vidas, os nossos trabalhos. Estamos tomando tempo conhecendo os gostos um do outro apesar de sermos completos opostos.
O filme preferido de Harry é O Diário de uma paixão, enquanto o meu é Whiplash - Em busca da perfeição. O seu livro preferido é O pequeno príncipe, enquanto o meu é Uma vida pequena. O curso da nossa vida foi completamente diferente. Eu me formei e fiz faculdade, Harry se formou e teve que se virar vindo para Londres. Ele não conta muito a respeito da sua família e nem do seu passado, mas dá para sentir a mágoa em seu tom de voz, assim como se sente a paixão quando ele fala sobre o salão e suas conquistas profissionais. Sei que ele conquistou tudo que tem por puro esforço, e fico orgulhoso em pensar no quanto ele é determinado.
Comecei a comprar as coisas aqui para casa sabendo que pelo menos três vezes na semana ele dormirá aqui. Comprei até vinho, já que ele me segredou que amava. Harry é leve, é divertido, é apaixonante… e é sempre bom estar com ele… e dentro dele.
Também tenho feito as minhas sessões de terapia online uma vez por semana. Dr. Antony sabe que eu e Harry estamos tentando, e ele não me julgou por ter cedido tão fácil. Ele apenas me disse para insistir caso tenha retorno… e é isso que eu estou fazendo.
Niall deu uma sumida, e eu posso jurar que ele está aprontando algo. Sempre que o chamo para beber ele diz que tem compromisso. Não duvido nada que ele esteja tendo um caso com a mulher casada dos seus sonhos. Bem, descobrirei isso hoje, já que marcamos de nos encontrar no PJS, junto com Harry e Zayn.
Termino de me arrumar e desço as escadas indo em direção ao apartamento de Niall. Assim que eu bato na porta, ele a abre sorrindo.
ㅡ Lou… estava com saudades de voc-
ㅡ Você está comendo a casada. ㅡ O interrompo antes de que me dê um abraço, e ele me olha arregalando os olhos.
ㅡ Como você sabe?
ㅡ Você está? ㅡ Eu praticamente grito e observo suas bochechas adquirirem um tom de vermelho quase que de imediato. ㅡ Você não tem vergonha de confessar assim?
ㅡ Eu achei que você estava afirmando.
ㅡ Mas eu estava.
ㅡ Então sinal que você já sabia.
ㅡ Niall, ela é casada, pelo amor de Deus. Você sabe o quanto isso é errado?
ㅡ Exatamente. Ela é casada, eu não. ㅡ Ele dá de ombros me encarando. ㅡ Se ela não está se importando com isso, quem sou eu pra me importar?
ㅡ Meu Deus do céu! ㅡ Bato a mão na testa, completamente incrédulo.
ㅡ E você está comendo o Harry. ㅡ Ele acusa.
ㅡ Estou.
ㅡ Está? ㅡ Ele diz surpreso.
ㅡ Você afirmou, ué.
ㅡ Mas eu não sabia que estava mesmo.
ㅡ A gente tá meio que ficando? ㅡ Digo incerto ㅡ Eu acho?
ㅡ Ficando de pau duro um pro outro.
ㅡ Isso também. ㅡ Solto uma risada e Niall me acompanha.
ㅡ Ainda bem que não peguei aquele colchão.
ㅡ A gente tem outros lugares para fazer as coisas, Niall.
ㅡ Mas, vocês estão ficando tipo sexo?
ㅡ Mais que isso.
ㅡ Então estão namorando? ㅡ Ele ergue uma sobrancelha parecendo intrigado.
ㅡ Menos que isso.
ㅡ Ficando sério? ㅡ Ele indaga.
ㅡ É. Acho que dá pra definir assim.
ㅡ E você está sendo cauteloso? ㅡ Ele fica sério, abruptamente. ㅡ Não quero que se machuque de novo, Lou.
ㅡ Estou. Não se preocupe. ㅡ Tendo mudar de assunto. ㅡ Agora vamos que ele e Zayn já devem estar nos esperando lá.
ㅡ Nessas horas dá uma tristeza ser amante. ㅡ Ele diz em um tom melancólico, enquanto se vira trancando a porta do seu apartamento. ㅡ Não posso nem chamar a minha amada para ir num barzinho comigo.
ㅡ É o preço que se paga por ser amante. ㅡ Bato a mão em seu ombro enquanto ele suspira me arrancando uma risada ainda incrédula.
Não compactuo com esse tipo de comportamento, mas sou adepto de que cada um faz da sua vida o que quer, mesmo quando faz escolhas erradas.
Descemos o restante das escadas e vamos conversando durante o caminho enquanto eu fumo um cigarro. O inverno está próximo, e o vento está mais gelado do que há semanas atrás. Olho para o céu mais claro do que o normal para essa hora e percebo que não demorará muito para começar a nevar.
Assim que nos aproximamos, percebo que Harry e Zayn estão parados na porta do bar, provavelmente nos esperando. Meu coração sempre se acelera quando vejo Harry.
ㅡ Olha eles aí. ㅡ Zayn nos cumprimenta com um sorriso, sendo retribuído por mim e por Niall. ㅡ Finalmente chegaram.
Mesmo tendo dormido com Harry a noite passada, e mesmo estando mais acostumado com a sua presença, eu sorrio e caminho até ele, o puxando pela cintura, mas quando vou dar um selinho em seus lábios, ele vira o rosto discretamente e meu beijo acaba sendo dado em sua bochecha.
ㅡ Oi. ㅡ Ele diz baixo e me lança um sorriso contido.
ㅡ Oi. ㅡ Digo um pouco sem graça.
ㅡ E aí, galera? ㅡ Niall diz, se posicionando entre nós três. ㅡ Por que não entraram?
ㅡ Decidimos esperar por vocês. ㅡ Zayn diz caminhando em direção a entrada, assim como o restante de nós.
Caminho ao lado de Harry, e busco a mão dele entrelaçando os nossos dedos ao descer as escadas. Os dedos de Harry, no entanto, não se prendem nos meus, e na primeira oportunidade, ele solta a minha mão.
ㅡ Está tudo bem? ㅡ Cochicho próximo a ele.
ㅡ Está. ㅡ Ele diz, virando o rosto para me olhar. ㅡ Eu só não sou fã de demonstrações de afeto em público.
ㅡ Ah, sim. ㅡ Me afasto levemente do seu corpo sentindo um desconforto.
Quase que simultaneamente ouço a voz do meu terapeuta martelando em minha cabeça com um eco infinito de "não se anule" povoando a minha mente. Tento afastar esses pensamentos, já que eu estou apenas tentando respeitar o espaço de Harry, mesmo isso indo contra ao que eu quero. Estamos nos relacionando recentemente, e eu preciso dar a ele o tempo que ele precisa para se ajustar.
Sentamos à mesa, e Liam aparece com um sorriso no rosto instantes depois. Ele se abaixa e dá um beijo nos lábios de Zayn. Fico olhando para a cena, e desvio os meus olhos para as minhas mãos no colo, voltando a erguer o olhar somente quando Liam me chama.
ㅡ Nada se balcões hoje? ㅡ Ele pergunta divertido.
ㅡ Não. ㅡ Dou um sorriso mínimo. ㅡ Hoje ficarei na mesa com todo mundo.
Liam assente e em seguida anota os nossos pedidos. Eu peço uma cerveja, assim como Niall. Harry e Zayn optam pelo uísque com energético.
Eu estou um pouco sem graça e com aquele tipo de incômodo no peito. Não sei o que eu estava esperando de Harry com a nossa aproximação, mas com certeza não era isso.
Passo o restante da noite bebendo, enquanto tento não tocá-lo. Harry não parece desconfortável, mas eu estou. Minha voz quase não é ouvida enquanto os três falam sobre tudo.
Harry não me toca, não me beija, e mal me olha durante toda a noite. Quando termino a quarta cerveja, já não estou mais no clima de ficar aqui.
ㅡ Eu acho que eu vou indo. ㅡ Digo me levantando. ㅡ Amanhã eu trabalho cedo.
ㅡ Eu também já vou. ㅡ Niall diz. ㅡ Hoje ainda é dia útil.
Assinto e olho para Harry. Não sei ao certo o que espero dele, mas pela primeira vez na noite, seus olhos focam em mim por mais cinco segundos.
ㅡ Eu vou com você. ㅡ Ele diz baixo e se levanta.
Despedimos de Liam e Zayn, e caminhamos os três até o prédio, calados, enquanto eu fumo um cigarro tentando absorver o que aconteceu essa noite. Niall me entende mais do que eu imagino, e puxa papo com Harry enquanto conversam sobre assuntos triviais. Eu apenas escuto os dois, enquanto presto atenção em meus passos.
Harry é uma incógnita, e quanto mais eu acho que o conheço, menos eu sei sobre ele. Quando chegamos, deixamos Niall em seu apartamento e subimos as escadas sem trocar nenhuma palavra. Porém, quando abro a porta do meu apartamento, Harry avança e me beija de forma repentina. Por mais que queira, não retribuo as suas investidas. Ele percebe e então se afasta, me encarando com as sobrancelhas franzidas.
ㅡ O que foi?
ㅡ Você me evitou praticamente a noite inteira, e agora que estamos aqui você está me beijando.
ㅡ Eu disse a você que não gosto de demonstrações de afeto em público.
ㅡ Você mal olhou na minha cara, Harry. ㅡ Digo com indignação.
ㅡ Eu te disse que eu não sei fazer isso direito, Louis. Achei que você me daria o tempo que eu preciso para tentar descobrir as coisas.
ㅡ Você parece outra pessoa quando não está entre quatro paredes comigo. Eu não estou pedindo pra você me agarrar em público, mas nós já nos beijamos no Liam, a única diferença é que não estávamos tentando. Vai ser assim, Harry? ㅡ Indago e ele permanece me olhando, negando algumas vezes com a cabeça. ㅡ Você pode me beijar quando era só sexo e quando estamos nos envolvendo você simplesmente não gosta de demonstrações de afeto em público?
ㅡ Desculpe. Eu só… ㅡ ele engole em seco ㅡ eu só estava desconfortável.
ㅡ Você ao menos contou para Zayn de nós dois?
ㅡ Contei. Ele sabe. Liam também. ㅡ Ele se aproxima do meu corpo e olha para mim. ㅡ Me desculpe, Louis. Eu estou tentando, de verdade. Eu só tenho alguns bloqueios. Eu vou tentar melhorar. Eu juro que vou...
Ele passa os braços pelo meu pescoço e afunda o rosto na curva do meu pescoço. Por mais que eu também abrace o seu corpo e entenda que ele tem seus limites, eu me sinto como se estivesse boiando em um mar que não aceita intrusos.
… E uma hora ou outra, eu vou acabar à deriva.