Capítulo 15 - Costumo gostar de manter por perto coisas que não posso ter

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Sabina Hidalgo Point Of View.

Londres, Inglaterra

Não havia mais nada para ser feito ou pensar, já não sabia mais a quantidade de respirações profundas eu havia dado ou se era humanamente possível alguém furar um chão de tanto andar de um lado para o outro em tão pouco tempo. Eu estava prestes a descobrir, bastava apenas mais alguns minutos. 

Três dias depois da descoberta, um tanto constrangedora, de que meu irmãozinho caçula e a filha do meu chefe haviam fugido juntos para um lugar, até agora, desconhecido.Setenta e duas horas sem dormir e ouvindo todos os tipos de xingamentos saírem da bocado homem que estava tão presente em minha vida ultimamente que parecia que o destino estava zombando de mim. "Sexo no trabalho, sério Sabina? Você já esteve melhor" Por mais que eu não pudesse pensar nesse tipo de coisa no momento atual, flashes repentinos apareciam em minha mente nos piores momentos. 

E é claro, o olhar que Sina lançava para mim deixava claro que Noah havia aberto a grande boca e feito o favor de contar cada detalhe do ocorrido antes de eu sequer ter oportunidade para tal coisa. Não que eu esperasse mesmo que ele segurasse a língua dentro da boca ou que eu arrumasse a coragem necessária para contar da minha aventura quente com uma pessoa que, supostamente, eu deveria manter distância. 

— O que você tanto olha nesse celular? — a voz da minha amiga estava tão calma que eu tive que olhar ao meu redor para saber se a cena havia mudado. Porém, não era isso. 

As únicas pessoas que estavam realmente tensas na minha pequena, porém aconchegante, sala de estar era Bailey e eu. Sina estava sentada sobre o colo de Noah,que fazia um carinho na coxa desnuda pelo vestido rosa claro de seda que minha amiga vestia. As expressões do casal estava relaxada, mas a curiosidade vagava pelos olhos deles toda vez que Bailey ou eu fazíamos algum movimento, seja ele insignificante ou não. 

— Coloquei um rastreador no celular da Júpiter um ano atrás. — era estranho vê-lo sentado na minha poltrona, parecia que ele era a imagem bela de uma exposição horrenda. 

— Você fez isso mesmo? — o tom de surpresa era claro em minha voz, mas percebi ser tolice no segundo seguinte. Claro que Bailey May era capaz de colocar um rastreador no celular da filha, isso era o de menos. 

— O que está esperando para descobrir onde a pestinha está? — Sina estremeceu, ela achava que estávamos em um filme de investigação ou algo do tipo. Eu queria poder empurrá-la escada abaixo a cada palavra eletrizante que saia da sua boca,mas não estávamos no segundo andar e eu não poderia matar minha única amiga. 

— Só funciona quando o celular estiver ligado. — bufou. — Espera, acho que agora enfim está indo.Tentei aproximar-me por conta da curiosidade de saber o que estava passando no aparelho nas grandes mãos do May. No entanto, contive-me porque se eu me aproximasse demais sabia que iria causar um certo constrangimento. Então tive que ficar satisfeita apenas roendo minhas unhas e olhando para o rosto do moreno. 

Bailey, por sinal, nunca pareceu tão mais velho que eu como agora. Sabia que alguns anos nos diferenciavam, mas agora ele estava com um ar cansado e um pouco destruído. Imagino que tenha ouvido bastante da sua ex-mulher, pois, quando bateu em minha porta na manhã de hoje havia olheiras abaixo dos seus olhos que indicavam que ele não tinha conseguido dormir. O que não foi o meu caso. Apesar de preocupada e raivosa pela falta de consciência do Andrew, eu ainda sentia que havia restado um pouco de responsabilidade naquela cabeça e assim que visse que não era uma boa ideia, ele iria voltar. 

Era uma tentativa de não surtar por pensar em dois adolescentes dentro de um carro sem saber se estavam a salvo ou correndo perigo. 

— E aí? — esfreguei minhas mãos nas coxas, sentindo-as suadas o bastante para me incomodarem. 

MEDICINE SABILEY Where stories live. Discover now