Seguradores de Alma.

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[ Madelaine narrando ] *Nova personagem*

Madelaine Petsch, eu realmente gostava desse sobrenome, costumava exibi-lo por aí como uma medalha. Não mais. Não há uma semana atrás quando meu pai foi descoberto, tendo suas atividades criminosas na capa de todos os jornais da minha antiga cidade, trazendo vergonha para nossa família.

O Sr. Petsch era um político corrupto; as máscaras haviam caído. Mamãe e eu é claro que sofremos por isso; suas amigas lhe deram as costas, fui excluída do meu próprio grupo escolar. De menina mais popular da escola passei a ser vista como a filha de um bandido, a estranha, a que todos nem ao menos queriam chegar perto como se eu tivesse alguma doença contagiosa.

O pai da minha mãe ofereceu uma moradia nessa droga de Heaven City, numa tentativa de nos poupar de termos que conviver com aquelas pessoas que nos detestavam. Eu odiei a ideia, é claro. Alguém como eu não poderia viver numa cidade pequena, ofuscada. Eu nasci para o brilho, para a glória. Mas não tinha como discutir ou ir contra aquela maré de escândalos. Nós estávamos quebrados sem nada, sem ter um lugar para chamar de nosso.

Chegamos na sexta-feira e desde então fiquei trancada em meu quarto, envolta de minhas coisas antigas, me agarrando aos vestígios da vida que não existia mais; era tudo perfeito. Mas quando me arrumava para ir ao novo colégio tomei a decisão de que não seria uma pobre coitada, buscaria o meu lugar, me destacaria. Iria construir um novo reinado.

Assim que pisei os pés no grande prédio busquei logo entrar em contato com a "chefe" do grupo das líderes de torcida. Ao contrário do que eu pensava, a garota era uma anta, seria fácil me tornar rainha desse reino sem lei. A fiz me contar tudo que parecia importante para o meu caminho até o topo.

- Então Louis, Liam, Harry e Zayn são os garotos mais populares do colégio? - confirmo terminando de fazer minhas últimas anotações em meu caderno. Uma mulher independente tinha muito trabalho a fazer, quase nunca descansava. O poder tinha um preço muito alto e eu com certeza pagaria cada centavo por ele.

- Isso! - Heather com seus cabelos loiros presos num rabo de cavalo piscava os olhos empolgados e agitados para mim. Ela parecia ser submissa, disposta a fazer coisas. Sim, ela seria útil para mim.

[...]

Os lábios rosados com formato de coração de Harry Styles se distanciam dos meus depois de um beijo demorado, porém frio e sem emoção. Eu não queria um relacionamento ou me apaixonar, isso apenas fazia parte da escada para a popularidade.

Harry tinha sido descartado por uma garota chamada Lauren Jauregui, desde então virou um bad boy, andando com sua moto por aí quebrando os corações das garotas que se atreviam a gostar dele.

Não posso deixar de não entendê-las, o garoto parecia um astro do rock com seus cabelos cacheados brilhosos, sua altura atraente, seus olhos verdes e todo o resto de sua aparência. Os garotos o detestavam, as garotas babavam em seus pés.

- Isso foi apenas um beijo, não quero que pen... - o interrompo imediatamente colocando minhas mãos em cima de sua boca carnuda e rosada, nos poupando daquela desculpa idiota que meninos costumavam dar.

Styles, eu não quero segurar a sua mão.

- Você é adorável, anjo, mas não é o meu par ideal. Aqui não é o filme A Dama e o Vagabundo. - arrumo minha roupa um pouco amassada demais por ficar tanto tempo sentada naquela arquibancada e levanto, me certificando que Heather estava tirando fotos e espalhando para o colégio todo. - De qualquer forma... Por mais que eu queira ficar escutando sua voz rouca sedutora tenho coisas mais importantes para fazer.

Styles não é um babaca por natureza, isso eu posso garantir. Talvez o estrago que essa tal Lauren fez tenha sido grande demais para o pobre garoto suportar. Agora ele está aqui com sua postura séria, como se nada fosse importante o suficiente, tratando todos com insignificância. Derramando um pouco de sua dor em todas que se atrevessem a chegar perto. A dor nunca ficando menor ou mais suportável.

A Garota do DemônioOnde histórias criam vida. Descubra agora