Sabina Hidalgo Point Of View.
Londres, Inglaterra.
As lágrimas desciam por meu rosto de forma descontrolada e raivosas, o que fazia contraste com o meu estado de espírito triste, mas também raivoso. Raivoso por sentir-me inútil em algo que eu deveria ter encontrado uma solução, algo que eu tinha prometido, queiria cumprir. Porém, nem mesmo meus grandes esforços haviam sido suficientes para manter a minha palavra de mantê-la viva. Eu estava devastada, como nunca me senti antes.
Inúmeros questionamentos estavam passando em minha mente nesse exato momento. Inclusive se eu estava mesmo em uma profissão que era certa para mim, porconta do meu emocional. E foi inevitável não pensar nas palavras que Bailey disse-me alguns meses atrás. Outro pensamento foi o de que todos os meus esforços estavam sendo em vão, mesmo com toda a preparação e o tempo gasto. Do que adiantava tudo isso se eu não conseguia cumprir com as promessas que eu havia feito? Pelo menos aprendi uma lição com tudo isso. Na minha posição atual, eu não poderia fazer promessas à ninguém. E a partir de hoje era desse jeito que eu iria levar.
Nem as batidas na porta fizeram-me erguer minha cabeça para olhar para o invasor do meu estado crítico. Porém, os saltos batendo no chão de forma hesitante deu-me um bom palpite de quem era.
— Sabina...— a voz da minha melhor amiga era calma e penosa, como se houvesse acabado de encontrar um filhote de cachorro ferido. E eu nem havia olhado para ela ainda.— Bailey aguarda você na sala dele. Disse que precisa ser agora.
Fungei, tentando controlar as malditas lágrimas que lutavam contra todo o meu sistema para poderem rolar sobre minha pele sem interrupções.
— Tudo bem. Eu já esperava por isso. — levantei-me, segurando na borda da mesa ao perder um pouco do equilíbrio das minhas pernas. Eu estava completamente destruída.
Os braços de Sina cobriram o espaço do meu corpo e, bem delicadamente, ela foi me guiando para fora da sala, em direção ao elevador.
Tudo em minha volta era nada mais que um borrão, como se eu estivesse enxergando através de lentes de contato embaçadas. Sentia-me patética, fraca, inútil e ao ponto de desmoronar e virar pó. Pois meu emocional foi atingido de uma forma tão cruel e inusitada. Não havia tempo de construir torres para proteger um emocional já fragilizado.
— Eu odeio ver você assim, Sabina. — suas mãos faziam um carinho em meus ombros. — Entendo a sua dor, mas também fico triste por ver você tão destruída e não poder fazer nada para melhorar seu estado. Só quero que saiba que você não teve culpade nada, deu o seu melhor para amenizar a dor dela.
Mentira. Eu não havia dado o meu melhor, pois o meu melhor não foi suficiente. No entanto, não queria dizer isso à Sina quando ela estava fazendo o possível para dar-me amparo.
Eu apenas assenti, entrando na caixa de metal e deixando minha amiga para trás quando as portas se fecharam. Da última vez que recebi esse chamado de Bailey foi também por um motivo semelhante, e ele já havia informado-me que não queria mais ter esse tipo de problema comigo. Eu deveria me importar com isso agora, ainda mais por ter noção de que outra pessoa dependia do meu salário, porém, não conseguia sentir nada. A tristeza tomou conta de todas as partes do meu corpo, egoísta como sempre foi.
Adentrei a sala de Bailey sem ao menos bater. Se eu já iria ser demitida, não faria diferença manter minha educação ou não, por isso bati a porta quando ele se virou, já de pé. Seus olhos caramelos avaliaram-me por inteira, parando longos segundos em meu rosto antes de soltar um suspiro e colocar as mãos no bolso.
— Você está péssima, Hidalgo. — aquilo só fez-me sentir ainda pior e as lágrimas explodiram mais uma vez por meu rosto, nem me preocupei em tentar esconder dessa vez.Dane-se tudo. — Droga, Sabina. Não! Não chore em minha frente, eu não sei lidar com esse tipo de coisa. Eu juro que não. - Agitado, Bailey começou a dar passos em minha frente, balançando seus ombros largos.
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MEDICINE SABILEY
FanfictionO fato irônico é um médico não saber curar suas próprias feridas. Por isso eu estou aqui, pronta para ensiná-lo como amar alguém. Não me importo de ter que começar do zero, sou do México, sei lidar com coisas difíceis. E você, Bailey May , é uma des...