Capítulo 9.
Tinha acordado com o barulho da sirene dos carros da polícia que estavam andando nas ruas.
Na verdade eu nem tinha conseguido dormir direito, passei a madrugada chorando e com medo dele invadir minha casa e sair me arrastando pelo cabelo, me levando para longe do meu pai e da minha irmã.
Estou sentada na cama, encolhida no canto da parede. Não quero sair daqui.
- Lauren? - papai coloca a cabeça para dentro do quarto e quando ver que estou chorando ele entra e se senta na minha frente. - Eu sinto muito pelo que viu ontem, querida. - ele passa um dedo no meu rosto, interrompendo uma lágrima. - Isso é tudo culpa minha. Não deveria ter arrastado você e a sua irmã para esse inferno. - ele balança a cabeça em negação olhando para o nada, como se estivesse xingando-o internamente. E odeio isso. - Mas vou resolver isso agora. - ele volta a me olhar. Franzo o cenho não entendendo. - Vamos sair dessa cidade antes que outra tragédia aconteça. Vou resolver algumas coisas. Cuide de Lara.
Ele se levanta e vai embora sem ao menos me deixar perguntar nada.
[ Kaley narrando ]
Termino de trazer as coisas para o meu quarto e me sento na cama olhando ao redor, sentindo falta de tudo. Essas paredes compartilharam comigo uma época maravilhosa.
- Essa é a última caixa. - James entra no quarto e põe o objeto com algumas roupas no chão e limpa o suor da testa. - Você tem muita coisa. - o chamo com a mão e ele se senta ao meu lado. Envolvo os meus braços em seu pescoço, o abraçando de lado.
James é o meu melhor amigo, sempre um bom companheiro. Tão jovem, mas sempre sabe o que dizer. Nunca vou me conformar com o que Johnny fez com ele, o deixando de lado só por ele ser gay. Mas pelo menos o tenho aqui, do meu lado, o meu fiel confidente.
- Essa casa é assustadora. - ele revela e sorrio. Levanto minha cabeça do seu ombro. Ele está olhando ao redor como um animal assustado. - É antiga e esquisita. Como conseguiu viver aqui por tanto tempo? Nova York é bem melhor.
- Está com medo de quê, amor? De fantasmas? Qual é! Desde que se juntou à nós você já viu coisas muito piores.
- Sim, mas fantasmas são piores, eles se escondem e aparecem quando a gente menos espera, e as vezes nem aparecem, ficam invisível, e te matam.
- Não seja bobo, James. Somos mais perigosos do que qualquer fantasma, você sabe disso. E os que vivem dentro dessa casa são controlados pelo nosso adorado anjo negro. - beijo a bochecha dele e me levanto.
Passo minha mão pela mobília empoeirada. Estive esperando esse dia por um longo tempo.
- Está muito ansiosa para vê-lo, não é? - ele pergunta e um sorriso brota na minha boca. Eu quase perdia o ar só de me imaginar encontrando-o de novo.
- Sim. - rodopio pelo quarto. - Ele deve está tão lindo, todo sério como sempre. - e só de falar dele já não consigo parar de sorrir.
- Tem certeza que não vai devolver a memória dele?
- Tenho, faz parte da aposta que eu fiz com John. - paro e fico fitando o nada. Não tenho bom pressentimento sobre isso, mas não podia voltar a trás.
- Não acredito que vai correr o risco de estragar as coisas com o amor da sua vida por causa dos jogos maldosos de Johnny. Ka, você sabe o quanto ele é um estúpido na maior parte do tempo. Não tem respeito nenhum por qualquer sentimento bom. Não siga adiante com isso, você vai se machucar. - ele está na minha frente segurando minhas mãos, implorando para que eu faça a coisa certa para mim mesma, mas eu sou uma idiota.
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A Garota do Demônio
Random"Volto para o quarto e o vejo deitado na minha cama, do mesmo jeito que eu havia deixado. Sua pele morena em contraste com meus lençóis brancos, que estavam bagunçados como os seus cabelos. Pulo em cima dele e deito meus braços na sua barriga, apoi...