Capítulo Nove: O Primeiro Dia de Aula

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NOTAS DA AUTORA

↯ Por favor, não se esqueça de deixar seu voto e seu comentário! 🦋

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Na manhã seguinte, acordou com o dia ainda amanhecendo e, ao tatear a mesa de cabeceira atrás da lâmpada para acender a luz, acabou pondo as mãos em um envelope.

Não vinha nada escrito. Olhando para os lados, viu que as colegas ainda dormiam. Abriu o envelope e, por sorte, conseguiu sufocar uma exclamação. Era um pedaço de uma carta, no qual estava escrito apenas "Com amor, Lily" e, junto, uma foto rasgada de uma jovem muito bonita com um bebê no colo. Apesar de a foto ser em preto e branco, Sollaria sabia que as duas figuras na foto tinham os cabelos ruivo-acobreados, eram mãe e filha, e que a moça não podia ter mais de vinte e um anos. Isso porque se reconhecia na foto. Aquele bebê era ela.

Na parte que se encontrava o rasgo, dava para ver uma mãozinha pequena balançando, que provavelmente pertencia a Harry. Lily Potter sorria para a pessoa que estava tirando a foto, depois balançava a criança em seu colo e olhava apaixonada para o vazio ao seu lado, provavelmente preenchido pelo marido.

Quem será que lhe havia enviado aquilo? Dumbledore?

Ela passou o polegar pela caligrafia da mãe.

Não... Não podia ser Dumbledore. Lily não enviaria nada ao diretor com os dizeres "com amor"; duvidava que seus pais fossem íntimos de Dumbledore a esse ponto.

Sollaria segurou a foto contra seu peito. Era a primeira vez que via fotos de sua mãe, e ela era simplesmente... Não havia palavras para descrevê-la. Como ela queria saber quem havia colocado a foto ali! Escondeu-a debaixo do travesseiro (pretendia colocar dentro de algum livro quando pudesse) e pulou da cama, sentindo-se estranhamente energizada.

Depois de tomar banho e escovar os dentes, colocou as vestes e levou um tempo ajeitando a gravata. Observara que durante a noite seu uniforme adquirira detalhes novos — do lado esquerdo da blusa, o símbolo de uma serpente fora gravado discreta e delicadamente na região acima do peito. Os detalhes no cós da saia, anteriormente pretos, transformaram-se em verde e prata, e a capa negra que usara na noite anterior agora tinha o contorno de uma serpente prateada enorme bordada nas costas.

Depois de tomar banho e escovar os dentes, colocou as vestes por cima da cabeça e demorou um tempo até ajeitar o chapéu preto na cabeça. Observara que durante a noite seu uniforme adquirira detalhes novos — o símbolo de uma serpente fora gravado discreta e delicadamente na região acima do peito, no lado esquerdo. A capa negra que usara na noite anterior agora tinha o contorno de uma serpente prateada enorme bordada nas costas.

Quando saiu do banheiro, sentiu os olhares de Daphne e Pansy, que já estavam acordadas, avaliando-a de cima a baixo. Olhou-se no espelho e entendeu o porquê: suas vestes eram claramente de segunda mão e, também, sua mochila era completamente surrada. Sollaria sustentou o olhar e passou pelas duas de cabeça erguida, não fechando a porta de propósito apenas para irritá-las.

Havia pouquíssimas pessoas no Grande Salão àquela hora. Nem mesmo Percy ou Hermione tinham chegado! Queria poder falar com alguém conhecido, pois havia horas desde a última vez que conversara com alguém.

Determinada a pensar em outra coisa, começou a colocar batatas e peixe assado no prato com certa agressividade. Colocou um pouco de suco de laranja no cálice e olhou para o conteúdo com certa apreensão. Sabia — não, desconfiava — que Dumbledore não seria capaz de fazer nada como colocar calmante em sua comida novamente, mas a dúvida sempre permaneceria, isso era praticamente inevitável, para sua infelicidade. Cortou um pedaço de batata e colocou na boca com certo cuidado; aquela seria sua primeira refeição sem estar sob efeito de poções calmantes, então seu receio era completamente válido, é claro. Nenhuma sensação de calmaria... A comida estava limpa de fato. Deu um sorrisinho mínimo: aquilo era uma vitória. Comeu mais um pedaço, e mais outro, e mais outro. Aquela era a sensação de liberdade, então? De não ser controlada? Estava livre... Para pensar, desejar e sentir a própria magia. Fechou os olhos, concentrando-se em chamar aquela força que havia dentro dela, aquele calor, aquele desejo... sua magia. Sentiu-a percorrer suas veias, as pontas dos dedos, sentiu o coração bater mais forte e a pele esquentar. Estava ali, pura e simplesmente...

Children of Dawn [1]Onde histórias criam vida. Descubra agora