❝Em minhas costas, respirando pesado, olhando a luz, rezando, isso aqui não é o fim, mas é claro que poderia ser. Em minhas costas, o coração batendo fora do meu peito. Eu nunca pensei, não posso acreditar que eu partirei assim.❞
Nunca condene algué...
Sweets, como sempre, na mídia tem um vídeo de trilha sonora, e só dá para colocar um por capítulo. E, nesse capítulo aqui, é mencionado outra música, então vou deixar o link dela, caso queiram escutar de curiosidade, ou pra acompanharem e deixarem o trecho da história mais real.
Piano:https://www.youtube.com/watch?v=7nLNCkvEf-Q
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Vovó já estava na estrada com Sebastian, eles partiram cedo na carroça de madeira, ambos em busca da encomenda de Lydia que nem em um milhão de anos me convenceria com aquela desculpa de que as ervas seriam para seus trabalhos artísticos. Dez dúzias? Isso era um absurdo, como vovó não consegue perceber?
— Está na hora. — Um pequeno buquê de lírios-brancos é colocado contra o meu rosto, tão perto que as pétalas tocavam minha pele.
Abandono os meus pensamentos e encaro Wendy parada na minha frente com uma mão na cintura sobre seu avental, enquanto a outra segurava o buquê.
— Eu não sei se quero fazer isso. Estou me sentindo patética, Wendy. — Confesso.
Minha irmã arqueia as sobrancelhas, mantendo as flores estendidas.
Nem de longe ela parece a mesma Wendy preocupada de ontem. Depois que todos nós nos acalmamos. Tive que manter a mentira de Lydia, pelos menos, até eu descobrir toda a verdade dela.
— Por que você seria patética? Está apenas agradecendo. Você não disse que se perdeu e ele te ajudou a achar a mansão? Não há nada de errado com isso. — Wendy balança as flores em frente ao meu rosto, quase me fazendo engolir algumas pétalas.
Ela suspira.
— Eu não tenho certeza sobre isso...
— Você precisa parar de se remoer o que aconteceu. Pensei que quisesse uma trégua. Agora vá depressa, antes que se arrependa, Eleninha. — Encaro os lírios e depois Wendy, soltando um suspiro e pegando as flores, o que faz minha irmã sorrir. — Você vai voltar hoje?
— É claro, Wendy. — Respondo séria.
— Se você demorar muito, eu vou para casa. — Ela dá de ombros e vai para o jardim da loja.
Eu me pergunto como alguém pode ser desse jeito? Sinceramente, Wendy é única.
Retiro o avental, e com o buquê em mãos, caminho para fora da loja, sentindo o ar quente do fim da tarde - menos quente que ontem, mas, ainda sim, quente. Preciso de algum tempo para conseguir entrar na floresta, temendo que tudo pudesse se repetir. Estou fazendo isso para agradecer, seja lá o que aconteceu, eu estou viva e bem graças aos irmãos da mansão, mesmo que eu desconfiasse da participação deles nessa confusão toda.
Sempre olhando para frente e evitando espiar os lados respiro aliviada ao passar do lado da macieira e não encontrar ninguém. O trajeto pelo caminho de arbustos, foi tranquilo, mas admito que parei por alguns segundos para encarar a entrada que me levaria para noite passada.
