twenty six

                                    

                                          
Nunca havia visto tantas pessoas de classe alta num só lugar em toda a minha vida. Quando desci, estava desacompanhada, pois Chris correra para o seu quarto para se arrumar, deixando-me sozinha para espera-lo. Encontrei Rene e Anthony conversando com alguns amigos e, ao me notarem, não demorou para que me chamassem para me juntar a eles. 
                          
-Amelia, quero que conheça Thomas, é um dos melhores amigos de Christopher. -O rapaz estendeu sua mão, que apertei imediatamente, tentando lembrar de onde eu o conhecia, já que seu rosto era família.
                          
-Tom Hiddleston. -Ele disse, e eu assenti sorridente.
                          
-Amelia Ducain. -Ele semicerrou os olhos, parecendo também me reconhecer, e imaginei se minha mente demoraria para processar essa informação. 
                          
Ele pareceu querer falar mais alguma coisa, mas seu olhar tomou outro rumo, reparando em algo atrás de mim. Segui seu olhar, dando de cara com Chris finalmente arrumado. O terno azul coube perfeitamente em seu corpo, combinando com o tom de seus olhos; seu cabelo estava penteado, e ele fizera novamente sua barba, deixando seu rosto completamente liso, estava tão lindo que eu poderia expor num museu com uma das maravilhas do mundo. 
                          
-Não acredito que tirou sua barba! -Tom riu, indo em sua direção para abraçar o amigo, que retribuiu o gesto animadamente. -Que saudade, amigo.
                          
-Você sumiu! -Chris falou quando os dois se afastaram, e vi Tom assentir ainda sorrindo. 
                          
-Muita coisa acontecendo naquela universidade, você não acreditaria se eu contasse. 
                          
Olhei em volta, e todos os que estavam ao meu redor pareciam ter procurado algo para prestar atenção, inclusive Rene, que agora conversava com seu marido com entusiasmo um pouco mais distante de nós. Não acredito que estão juntos há tanto tempo e continuam a agir como namorados de infância. Senti meu nome sendo chamado, e virei-me para ver os homens à minha frente me encararem, buscando por uma resposta.
                          
-O quê? -Perguntei confusa, e Chris sorriu de canto, enquanto Tom segurava seu ombro.
                          
-Thomas acabou de dizer que acha que te conhece. 
                          
-Ah, eu também senti isso, mas não consigo me lembrar de... -Minha mente finalmente encontrou a resposta, e sorri ao lembrar de onde eu conhecia, chamando sua atenção. -O elevador! 
                          
Ele pensou por um instante, antes de finalmente entender o que eu quis dizer; ao seu lado, Chris nos olhava confuso, enquanto ríamos ao lembrarmos da situação que passamos um ano atrás. 
                          
-Lembra quando fui te visitar em agosto do ano passado e disse que fiquei preso no elevador com uma moça? -Chris assentiu, finalmente entendendo sobre o que falávamos. -Foi um dia louco.
                          
O cintilar de uma taça chamou a atenção de todos, e imaginei que seria Rene pronta para fazer um discurso sobre seu relacionamento com o marido, mas encontrei Anthony em frente à mesa principal, enquanto todos olhavam para o mesmo. Ele olhou para todos no recinto, dando uma piscadela quando seus olhos encontraram os de sua mulher, e começou a falar.
                          
-Esta noite está acontecendo para celebrar o dia em que eu e o amor da minha vida oficializamos nossa união. -Olhei para Chris, que sorria ao meu lado, e voltei novamente minha atenção para o homem à minha frente e seu belo discurso. -Eu poderia viver mais mil anos ao seu lado sem nem pensar em reclamar, minha querida, e espero que nós possamos ficar juntos em outra reencarnação quando sairmos desse mundo, você é o sopro de vida que me faz levantar da cama toda manhã. Eu te amo.
                          
Vi lágrimas escorrerem pelo o rosto de Rene, e ela se aproximou rapidamente de seu marido para depositar um breve beijo em seus lábios, que o mesmo retribuiu. Em seguida, depois que os convidados encerraram as palmas, ela continuou o que seu marido começara anteriormente.
                          
-Eu não imagino o quão difícil deve ser viver ao lado de alguém que se ama sem poder dizer isso a esta pessoa a cada segundo. -Ela olhou para Chris quando o disse, e o vi suspirar pesadamente, enquanto engolia o seco. -Fico grata que a vida me dera voz para que eu pudesse usa-la para me declarar à você, Anthony. 
                          
Todos ao redor sorriam e aplaudiam, e eu fiz o mesmo, com um pesar em meus ombros que eu ainda não sabia o que significava. Senti o olhar de Chris sobre mim, e o encarei sorridente, feliz pelo o momento de deus pais. Ele retribuiu, e voltamos nossa atenção ao que acontecia em nossa frente.
                          
Depois das lindas declarações, o jantar finalmente começou, e passei horas conversando com diversos amigos da família Hemsworth. Inclusive, me aproximei bastante de Tom, descobrindo que ele ensinava literatura na Universidade Columbia, e era mentor de futuros escritores.* Também conheci um outro Chris, dessa vez com sobrenome Evans, que era um dos mais velhos amigos do Hemsworth. 
                          
Foi uma noite cansativa, e várias vezes em que me senti perdida no salão, pude notar o olhar de Chris me observar, enquanto conversava com seus amigos. Mas depois de um tempo, acabei o perdendo, logo quando a festa ameaçava chegar ao fim. Rodei por todo o salão à sua procura, mas não o encontrei em lugar algum, desistindo enquanto ia em direção ao meu quarto. Não resisti à tentação de me aproximar do quarto de Chris e, quando abri a porta, encontrei-o sentado no chão, apoiando suas costas na cama enquanto bebia whisky direto da garrafa, encarando a paisagem da sacada do seu quarto. 
                          
-Fugindo do nosso combinado? -Perguntei, me encostando no batente de sua porta, e o vi se virar para olhar para mim, sorrindo de canto, enquanto levantava a garrafa em sua mão para me oferecer. 
                          
Entrei no quarto, fechando a porta atrás de mim, e me juntando à Chris no chão de seu quarto. Peguei a garrafa, dando um demorado gole, e o ouvi rir fraco diante do ato. O encarei, levantando meu vestido até o joelho para me sentar em seu colo, enquanto seu olhar seguia meus movimentos. Ele encostou sua mão em minha bochecha, acariciando-a lentamente. Pude ver que ele parecia um tanto embriagado, mas eu provavelmente também estava depois de tantas taças de champanhe.
                          
-Você é tão linda. -Ele disse, pus minha mão em sua boca para que ele parasse de falar, vendo-o tirar enquanto ria. -Pare de ser chata por um segundo e me deixe olhar para você. 
                          
Não reclamei, não com os seus olhos azuis sobre mim de um jeito que minha respiração não conseguia se manter constante. Eu estava sem fôlego, isso era certo, e meu coração acelerava a cada segundo em que nos encarávamos. Ele continuava a acariciar minha bochecha, e senti sua mão descendo pelo o meu pescoço, clavícula, e seus dedos passarem a passear pelo o decote de meu vestido. Fechei meus olhos por alguns segundos, até sentir seus lábios encostarem nos meus, beijando-me lentamente.
                          
Senti o hálito de bebida se misturar com o meu, e desci minhas mãos por seu terno, desabotoando sua camisa enquanto ele abria o meu vestido, mas não o tirando de imediato. 
                          
Chris me deitou sobre o tapete de seu quarto, e puxei-o mais contra mim agarrando seu pescoço, sentindo-o distribuir beijos por todo o meu rosto. Era estranho não sentir sua barba roçar contra minha pele enquanto o fazia. Ele mordeu o lóbulo de minha orelha, e o ouvi sussurrar perto de meu ouvido.
                          
-Como pode ter esse efeito sobre mim, Ducain?