twenty one

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-Ahn, sua comida favorita? -Chris jogava a bolinha antiestresse para mim, que devolvia a ele a cada lance. Estávamos naquela brincadeira há tanto tempo que eu já havia perdido as contas.

Chris estava apenas com sua calça, e eu vestia sua camisa desabotoada por cima da minha lingerie. A bolinha ia de um lado para o outro, e conversávamos despojadamente enquanto estávamos jogados no chão de seu quarto.

-Macarronada. -Respondi, e senti Chris me empurrar com seu pé, ri de seu ato, e fiz o mesmo com ele. Parecíamos duas crianças encrenqueiras. -E a sua?

-Torta de morango.

-Torta de morango. -repeti ao suspirar, ouvindo minha barriga roncar. -Que horas são?

Chris checou seu relógio, e me encarou por alguns segundos antes de finalmente responder. Seis da manhã. Passamos a noite inteira acordados, apenas existindo. Engatinhei até o lado dele, e pus minhas pernas em seu peito, deitando minha cabeça numa almofada jogada no chão. Chris mordeu minha canela, e ri sem nem pensar em reclamar, eu teria de me acostumar com sua aleatoriedade com as mordidas.

-Podemos pedir café da manhã? -Perguntei, apoiando meu cotovelo no chão para encara-lo, que levou minha perna até seu rosto. Às vezes seus gestos pareciam os de uma criança de cinco anos, e eu já não ficava mais impressionada com isso.

-Podemos pedir o que você quiser.

-Torta de morango, café bem forte, frutas e pães! -Me levantei novamente, dessa vez encostando minhas costas em seu peito, e senti suas mãos acariciarem minhas costas.

Ele ficara calado de repente, apenas olhando para mim. Pensei no que Viola havia falado no dia anterior, mas precisava limpar isso da minha cabeça, então resolvi comentar sobre a proposta, enquanto vi Chris ligar para o restaurante do hotel. Quando ele acabou, bati em seu peito, e ele riu com o ato, fingindo ter sentido dor.

-É assim que vai me tratar agora? -Brincou, e me deitei sobre seu peito enquanto encarava seu rosto risonho.

-Por que me recomendou para Viola? -Perguntei, e ele batucou minha testa com seus dedos gélidos.

-Porque você é a melhor que eu conheço. -Sorri, e me aproximei para dar um selinho em seus lábios, o qual ele retribuiu, e me puxou para um beijo mais duradouro, depois que nos separamos ele continuou: -Trabalhar com você é incrível, você é uma ótima sócia, mas você lutou tanto para chegar até aqui, e merece muito mais, acho que a presidência é o seu ápice.

-Obrigada por me apoiar, você consegue ser fofo quando não está sendo um garotinho irritante. -Ele riu, e acariciou minhas bochechas enquanto me encarava.

Virei meu rosto para evitar que aquilo continuasse, e ouvimos a porta do quarto bater.  Corri para lá, mas senti as mãos de Chris em minha cintura, para depois me alertar que eu estava seminua no quarto. Ele me empurrou para o lado e abriu a porta, enquanto eu me escondia atrás das cortinas, esperando até que o funcionário do hotel deixasse toda a comida e saísse de lá.

-Que horas é o nosso voo? -Perguntei, pegando um morango do pote, enquanto Chris enchia duas xícaras de café para nós. Ele me entregou e sentou-se novamente onde estávamos antes da comida chegar.

-Duas da tarde. -Ele respondeu, e peguei bandejas para pôr no chão onde ele se encontrava, sentando-me ao seu lado.

Comemos em silêncio, exceto pelas vezes que Chris brincava comigo de alguma maneira estranha, e ríamos por alguns segundos. Estava tudo gostoso, e essa era a vantagem de visitar países diferentes: comida. Não o turismo, não as compras, mas sim a comida.

Vi se deliciar com uma fatia da torta, e notei sua barba ficando suja com as migalhas que caiam, e então me dei conta: nunca o vi sem barba desde que nos aproximamos. A curiosidade despertou, e não demorei muito a chamar sua atenção.

-Como você fica sem barba? -Perguntei, mordendo um pedaço de pão.

-Gato. -Ele disse sério, dando uma piscadela para mim, e voltou a morder a torta, que já estava no fim.

-Me deixe tirá-la. -Ele mordeu o último pedaço, me encarando por um tempo enquanto parecia pensar no meu pedido, ele respirou fundo e assentiu.

-Não acredito que vou te deixar fazer isso comigo. -Ele riu, e se levantou, dando suas mãos para me puxar, fazendo com que eu ficasse em pé ao seu lado.

Chris me guiou até o banheiro de seu quarto, e remexeu nas gavetas do armário em busca de lâmina e creme de barbear, os hotéis sempre serviam para os hóspedes. Ao achar, ele pôs em minhas mãos, e dei um grito assustado quando senti suas mãos agarrarem minha cintura para me colocar em cima da pia, rindo de minha reação no fim.

-Eu podia ter subido sozinha. -Ri, enquanto ele beijava meu pescoço, fazendo cócegas com sua barba. Seria minha última vez sentido os pelos de seu rosto roçarem contra minha pele.

-Não teria sido tão divertido. -Dei um tapinha de leve em seu rosto, e ele revirou os olhos enquanto ria.

-Ok, pronto? -Ele assentiu, deixando suas mãos sobre minhas coxas.

Enchi a pia de água e passei o creme de barbear em seu rosto, deslizando a lâmina por ele vagarosamente. Fiz isso algumas vezes, tendo o maior cuidado para não machucar sua pele, indo e vindo até a pia para molhar a lâmina em minhas mãos. Me concentrei naquilo por todo o tempo em que fazia, assim como mamãe me ensinou na época em que meu pai havia quebrado o seu braço, e não tinha como se barbear sozinho. Senti o olhar de Chris me observando, e lutei para não me distrair com seus olhos azuis encarando meu rosto, e sua respiração indo ao encontro da minha.

Quando acabei, parecia que eu não conhecia o homem à minha frente. Sua pele era tão macia que dava vontade de acariciá-la por todo o tempo, e ele parecia um pouco mais novo e divertido. Sorri, e percebi que ele fazia o mesmo, enquanto olhava para os meus lábios. Limpei seu rosto, e assim que o acabei senti seus lábios sobre o meu, dando-me um selinho demorado.

-E então? -Ele perguntou quando nos separamos.

-Você tinha razão. -Ele arqueou suas sobrancelhas, não entendo o que eu dizia. -Gato.

Ele riu, me beijando novamente, e retribui pondo meus braços ao redor de seu pescoço. Ele partilhava beijos por todo o meu rosto, indo até o pescoço e depois aos seios. Ele me encarou novamente, e seu nariz roçava contra o meu.

-Você é tão linda que dói os olhos. -Ele encostou nossas testas, fechando seus olhos, acariciei seu rosto, agora novo para mim, e ele nos separou. -Como você consegue?

-Cala a boca. -Desci da pia, limpando-a para tentar disfarçar o quanto o havia ficado sem graça com seu comentário. Ele pareceu perceber, e se encostou no batente da porta para me encarar. -Ok, não pode fazer isso, lembra?

-Oh, não pode usar nosso acordo como desculpa só porque você fica sem graça com meus comentários! -Ele riu, agarrando minha cintura para me puxar mais para si, e lutei para fingir que estava tudo bem, enquanto meu coração estava mais acelerado que tudo. -Adoro quando você fica coradinha.

Ele me beijou profundamente, e retribui sem atraso, puxando seu rosto contra o meu. Ele me encostou na pia, desabotoando os únicos dois botões da camisa que eu vestia, e a jogou no chão, deixando-me apenas de roupa de baixo. Mordi seus lábios, e senti seu gemido ecoar pelos meus ouvidos, deixando-me cada vez mais afim do que estava para acontecer.

-Você é algum tipo de ninfomaníaco? -Perguntei entre beijos, lembrando de que já havíamos feito isso na noite anterior, e o ouvi rir perto de meus lábios.

-Acho que você me deixa assim.

the proposal • chris hemsworthOnde histórias criam vida. Descubra agora