2ª temporada, cap. 35

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—Por que terminaram então? Te traiu? Ele deve ser um adolescente também...— volta a trabalhar também.

—Não tínhamos tempo um para o outro, nós dois somos heróis...— digo calmamente, concentrada.

—Quem ele é? Tipo, a sua identidade de herói.

—Homem Aranha.

—O do YouTube?

—Ele mesmo— me agacho no chão para ficar na altura melhor e enxergar o que eu estava fazendo.

—Que interessante...

Precisávamos juntar outras duas peças. Eu seguro a base e tomo conta para ele não colar errado a de cima. Conto "1, 2, 3" e ele despeja a peça por cima com a ajuda de uma pinça, tudo acontece corretamente.

Levo um susto com o barulho da porta abrindo as pressas. Não é possível que já tenham feito algo de errado.

—Estão se divertindo?— Albert pergunta entre risadas, tipo as de feiticeiros.

Harry me ajuda a levantar do chão.

—Bastante— respondo e Albert fecha a cara.

—Pena, porque vai acabar agora...— quando ele diz isso dois caras entram na sala me segurando.

Me levaram a força, passei pelo corredor com as pessoas me olhando com certa dúvida no olhar. Como se não soubessem de nada que teria acontecido.

Entramos numa sala e me deitam num Esticador, amarrando meus punhos para cima e as pernas para baixo. Girando uma alavanca que me fazia esticar inteira, mais do que o normal, causando um certo incomodo.

Depois de uns minutos na mesma posição, me sentindo maior, eles apertam mais, bem mais. Sinto como se o osso do meu ombro esquerdo estivesse se separando do meu corpo. Eu devia ter deslocado, porém não sentia a mesma coisas nos ossos restantes. Porém estava começando a sentir. Solto um berro de dor e ranjo meus dentes.

—Vocês precisam me soltar! Quem vai construir o míssil? Eu já desloquei meu ombro!— tento falar o mais alto possível. Mas todos me ignoram, até eu falar: —Por favor...

De repente sinto a pressão diminuindo e tudo voltando ao local. Só meu ombro que não, ele estava quase preto e eu tinha dificuldades o mexer.

—Essa doeu...— digo entrando desanimada no quarto e Harry vem andando até mim.

—O que aconteceu?— ele pergunta e eu tiro a mão de cima do ombro, dava para perceber um osso para frente e o outro normal.

—Está luxado...— digo me sentando na cama, ele me acompanha —Sabe como concertar?— o olho, o mesmo me encara como se não me entendesse.

—Deveria?— ele me faz rir.

—Eu vou deitar e você empurra meu ombro para o chão, ok?— vou me abaixando no chão.

—Pera, como assim? Quer que eu bote sem ombro no lugar sem nunca ter tido uma experiência antes?— me olha como se eu quisesse que ele cometesse um crime.

—B-b-b-b-Bingo!— digo e ele revira os olhos.

—E se piorar?— cruza os braços batendo o pé no chão. Solto uma risada sarcástica.

—Não tem como piorar, olha onde estamos. A única pessoa que tem chances de salvar todos aqui sou eu, e mesmo assim estou nas mesmas condições de vocês...— me deito olhando para o teto.

—Você perdeu as esperanças— diz em censura para mim.

—Deve ser isso mesmo— finjo que me importo —Agora concerta meu ombro.

—Tá— solta um suspiro, aparentava cansado de conviver comigo já —Saiba que você que é a mecânica!

Nisso ele se abaixa ao meu lado e dá um porradão em meu ombro, fazendo ele voltar para o lugar. Só senti como estivesse estalando meu ombro, o que não doeu muito.

Fecho os olhos e solto um suspiro acalmada pela boca.

—Doeu?— ele continua pondo peso em cima do meu ombro.

—Não, mas se você continuar vai deslocar de novo— digo, ele solta uma risada e sai de cima de mim.

—Como você consegue ser assim? Tipo, você é forte, mas não tem poderes— ele diz impressionado com minha reação, apenas  me sento e encaro meus pés pensando em alguma resposta que faça sentido para ele.

—Quando você entra na SHIELD, você meio que faz um teste para verem suas habilidades ou... tipo um exame de sangue para ver se você tem poderes. No meu teste, só tinha dado que eu era um gênio, estrategista e minha resistência era muito baixa. Então, tive fazer aulas e mais missões para desenvolvê-la e aprimorei a minha força. De acordo com um dos diretores eu sou super forte agora— faço uma cara de brava, e o mesmo ri de mim.

—Tipo o Hulk?— ele fala e começo a rir.

—Não...— logo paro de rir pensando no titio Bruce que sumiu a um tempo.

—Como que faz para entrar na SHIELD?

—Se você tem alguma coisa que eles querem, poderes, entre essas coisas, eles vão atrás de você, e dependendo oferecem uma vaga, mas se você for uma pessoa normal querendo virar super-herói como eu, pode entrar também, só terá de pagar a mensalidade—sorrio meio sem graça.

—Você não é uma pessoa normal... digo, você é engraçada e meio louca, porém você não é normal no caso de ser uma super heroína— ele diz e arqueio uma das sobrancelhas pensando no que ele acabou de falar —Você não acha que eles escondem alguma coisa? A SHIELD.

—Com certeza escondem, mas não tem o que esconder de mim nesse caso...

—Você devia ser mais otimista e confiante, está fazendo a armadura por fazer, porque parece que nem se importa, se pudesse morria agora desistindo de tudo, acha que nada vai dar certo, deve achar que tudo é um fracasso, que sua vida é um fracasso... quer que eu diga mais coisa?— ele começa a ser grosseiro de repente.

—Deve ser isso mesmo! Eu não me importo com nada! Fodasse! Odeio salvar vidas!— sou sarcástica irritada já, me levanto do chão gritando com o mesmo —Você não deve saber como é duro estar aqui, no meu lugar! Suas condições estão ótimas, você só vence, vence e vence; até que de repente você perde sem nem tentar, aí suas condições que sempre estiveram ao seu lado caem. Ninguém está para te defender e ninguém liga para você, mesmo assim querem que te salvem só porque continuam achando que sua vida é maravilhosa e você está aqui porque quer!— grito estressada com o mesmo, caminho em direção a porta e tento abrir-lá mas a mesma está trancada —Merda!— grito dando um soco entortando um pouco a porta —Vamos terminar logo isso...

Volto a mesa de trabalho e retorno com a armadura, ele se levanta de rabo entre as pernas sem falar nada.

A Stark Trouble (Tony Stark's Niece) Onde histórias criam vida. Descubra agora