Te encontrei quando seu coração estava quebrado
Eu enchi seu copo até transbordar
Fui tão longe para mantê-lo perto (mantê-lo perto)
Eu estava com medo de deixá-lo sozinho.
— Without me - HelseyAconselho ler ouvindo a música
Chloe
As ruas que passam rapidamente pela janela do carro não são familiares para mim. A estrada some dando lugar às árvores de copas altas, dando um ar de floresta. Não faço ideia de onde Adrian está nos levando, mas visivelmente é algum lugar no meio do mato. Fico um pouco apreensiva, mas ignoro, pois confio nele. Ele dirige mais um pouco, até passar por uma clareira, e subir uma espécie de pedra alta. O carro desacelera aos poucos, e finalmente chegamos no centro do local, parando completamente. Os faróis do carro iluminam o pouco do local.
Sinto os olhos de Adrian sobre mim, mas apenas consigo olhar em volta e encarar o espetáculo prestes a se iniciar a minha frente. Entreabro a boca levemente, encantada com a visão. Sigo o olhar pela paisagem de fora, até parar os olhos em Adrian, que tem o semblante sério.
Sem dizer uma palavra, ele abre a porta e desce do carro, deixando-a aberta, e logo em seguida vindo para o lado do passageiro abrir a minha, fazendo a mesma coisa. Assim que coloco os pés no chão de pedra e grama, olho em volta novamente. As árvores altas e escuras complementam o cenário perfeito de um filme de terror. Porém, a vista de frente para a floresta escura contradiz totalmente o ar aterrorizante. A paisagem bucólica traz um ar silencioso e calmante imediatamente.
Coloco as mãos nos bolsos de traz da calça e caminho para a ponta da pedra, encarando a cidade luminosa abaixo de mim. Vários pontos de luz se acendem na minha frente, criando algo diferente de qualquer ponto de vista que eu já poderia ter tido. O céu acima é a parte mais espetacular. O sol prestes a se pôr, para dar lugar a noite. Olho o infinito céu como se estivesse vendo uma pintura em algum museu. Pintado com cores quentes junto a tons pastéis em vários tons de laranja, amarelo, rosa, lilás e azul, limpo de nuvens. Apenas a grande esfera quente protagonizando o cenário de cores suaves.
Sinto a mão quente de Adrian tocar a minha cintura, e olho em sua direção.
— Adrian, isso é.... - tento buscar a melhor palavra para expressar o quão encantada estou - Eu não sei nem o que dizer. - completo, por fim.
Ele abre um sorriso tímido e encara o cenário a nossa frente.
— Eu venho aqui quando sinto que carrego o mundo nas costas, e poder me sentir melhor, vendo tudo de cima. Isso... Me traz paz, Chloe. - seus olhos voltam para mim. Seu tom âmbar fica mais amarelado com a luz do sol projetada em seu belo rosto. Adrian estava mais bonito do que nunca. - Desde a morte da minha mãe eu sinto que carrego várias coisas nos ombros, e me sinto pressionado em todos os sentidos. Percebi, a uns dias atrás, finalmente, que eu não conseguiria fazer outra coisa se não o basquete. Eu amo o esporte, e me sinto livre nas quadras, apesar de estar sob o orgulho do meu pai. - Ele respira fundo e quando solta o ar, conclui - Eu me sinto perdido.
Encaro seu semblante que se contorce em uma careta adorável de confusão. Abro um meio sorriso tranquilizador e me aproximo. Vejo a sombra do seu maxilar ser trincado pelos seus dentes e sua expressão forte e dura tomar conta do seu rosto. Coloco a mão direita na sua bochecha e a acaricio levemente com o polegar. Adrian fecha os olhos, suavizando sua expressão.
— Você é a pessoa mais forte que eu conheço, Adrian. Não importa a sua escolha, saiba de duas coisas: escolha o que o seu coração mandar e saiba que eu vou te apoiar independente de qual seja ela - digo em voz baixa próxima do seu rosto, para que ele note a seriedade em minhas palavras.
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ENTRELINHAS
RomanceChloe Brown e Adrian Parker tem algo em comum. Os dois amam literatura. A biblioteca Libélula, é o refúgio preferido dos dois, e coincidentemente, onde se viram pela primeira vez. Adrian é jogador de basquete do colégio Wood High School, que fica n...