- Eu vou lá - ele disse e eu concordei - Até mais Amber White.

Piscou e foi.

Suspirei alto. Uau.

- Agora você pode me contar. - Júlia me deu uma cotovelada

- Prometo te contar no fim da aula. - eu sussurro ao notar o professor começando a falar.




   No segundo que a aula acabou eu contei para Júlia apenas que eu tive coragem de pedir o número de David na festa da cachoeira. Então ela e Travis se despediram de mim e foram em caminhos diferentes para a correria que seria o dia de cada um de nós.

Travis é estagiário e Júlia ajuda em trabalhos voluntários. No segundo que sai totalmente no gramado do Campus eu já me deparei com aquele grupo reunido das líderes de torcidas.

- A UFH é de arrasar, e no primeiro jogo isso vai se comprovar. Nossos gaviões vão atacar e os pássaros vão apanhar. VAMOS UFH!!!! - Cantaram

Tampo os ouvidos olhando para uma parede por milésimo segundo, desviando e voltando a olhar no segundo que vi Brad beijando uma garota. Revirei os olhos, aquela garota fazia psicologia comigo e mal tinha acabado de sair da aula e estava agarrando ele. Eu fiquei olhando, e não, não estou afetada por aquilo.

Eu olho normalmente. Naturalmente até.

Agora que eu falo com ele não tem motivos para desviar o olhar. Embora ele pediu para continuar com isso, nosso lance. Em palavras dele.  Fazia três dias que eu não via ele, desde do tal encontro.

Brad terminou de beijar a garota, ela sorriu e saiu parecendo que tinha acabado de sair de uma noite inteira na balada.  Eu tampo os ouvidos mais uma vez ao ouvir a cantoria vindo do gramado.

- " A UFH é de arrasar, e no primeiro jogo isso vai se comprovar. Nossos gaviões vão atacar e os pássaros vão apanhar. VAMOS UFH!!!"

No segundo que Brad me notou parada olhando para ele, ele veio caminhando até mim. Eu continuei com os ouvidos tampados, aquela música já estava me dando dor de cabeça. E eu estou aqui fora não tem dois minutos. Não é a música em si e sim pelas vozes altíssimas ao cantar. Não estou generalizado, afinal, Algumas cantam bem mas infelizmente outras exageram.

- É falta de educação tampar os ouvidos quando estão cantando. - Brad disse assim que parou na minha frente, tirando minhas próprias mãos das minhas orelhas.

- Não é falta de educação quando cantam em nível agudo demais.

- Não está tão ruim - ele olhou para as líderes de torcidas cantando. Uma acenou para ele que apenas se limitou a sorrir - Estão fazendo publicidade do nosso primeiro jogo de semestre.

- Mas não é cedo demais?

- Acho que estamos preparados.

- Mas tem calouros no time, certo?

- Sim, e estamos pegando duro nos treinos com eles. Vamos vencer.

- Você é tão convencido.

- As vezes, Boneca. Mas agora não estou sendo. - Olhou para mim com aquele sorrisinho de lado - Apenas acredito que somos capazes. Eu como jogador acredito que somos capazes, eles como jogadores também acreditam. Quando acreditamos que somos capazes de algo o esforço é maior.

- Falou como um perfeito capitão de time.

Ele sorriu abertamente

- Vai ir ao jogo?

- Raramente eu vou a jogos.

- E que tal ir agora?

- Por que eu iria?

- Por que como você estabeleceu, somos - ele fez uma cara de desgosto - Amigos.

- E daí?

- E daí que amigos dão forças aos amigos. Eu quero que vá, Boneca.

- Brad...

- Por mim.

- Eu não tenho motivo nenhum para fazer alguma coisa por você.

- Lógico que tem.

- E qual seria?

- Eu poderia estar te agarrando agora.

- Adoro o fato de você mudar as coisas de rumo.

- Gosta mesmo?

- Não quero que faça comigo o que fazia minutos atrás com aquela garota.- apontei para a parede onde eles estavam a cinco minutos.

- Eu faria melhor - sorriu. O perfeito sorriso de um cafajeste. - Você sabe o que eu faria?

- não quero nem saber. E pare de me chamar de Boneca!

- Eu faria - se aproximou, não dei um passo sequer, eu não me abalo pela aproximação dele e quero mostrar isso. Seu corpo ficou poucos centímetros de encontro ao meu, sua respiração na minha bochecha. Então, seu rosto veio de encontro a curva do meu pescoço e ele encostou seus lábios molhados ali - Eu confesso que estou louco de vontade de te prensar contra aquela parede e te mostrar que nenhuma garota que eu encoste ali seria tão única quanto você.

Empurrei ele

- Amigos, esqueceu?

Ele negou com a cabeça, irritado

- Acredite Boneca, nem que eu tente eu não esqueço dessa merda de amizade.

- Pare de me chamar de Boneca! Isso é tão chato e cafona!

Revirei os olhos assim que eu falei e olhei as horas no meu celular

- Meu jesus, tenho que ir trabalhar!

Ele segurou no meu pulso

- Você vai?

- Eu preciso de dinheiro, então acho que vou sim - sorri travessa

Ele riu

- Não pro seu trabalho, no jogo. Sério Boneca, eu gostaria muito de te ver lá.

Suspirei alto

- Quando é?

- Sábado as quatro.

- Eu vou, agora me deixe em paz. Mas só vou quando parar de me chamar de Boneca! tchau!

- Tchau - sorriu, beijou minha bochecha sem que eu perceba sua aproximação repentina e foi embora - Boneca. - sussurrou no meu ouvido antes de se distanciar.

- Boneca é seu rabo!

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