Capítulo 9 - Humilhada

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- Oh você está aí Cibelle, peça que nos traga mais suco. - uma loira fala me olhando.

- Sim com certeza. - ela disse apontando para uma cadeira perto de uma moça ruiva e uma de cabelos cacheados muito bonito.

- Quem é essa? - pergunta a mesma que pediu o suco.

- Ela é a Lizandra Marinho filha de um amigo de papai. - diz minha cunhada e eu estranho ela não mencionar noiva do irmão.

Fico sentada ouvindo e olhando aquelas moças tão bonitas conversar e não paro de olhar no relógio pedindo ao céu que Eduardo venha logo me salvar. Resolvo ir pegar mais suco para mim e ao me levantar tropeço em um pé que aparentemente foi colocado de propósito e derrubo algumas coisas no chão.

- Está louca? Viu o que fez? Sujou meu vestido. - gritava Cibelle comigo com o vestido sujo de suco de uva.

- E-eu s-sinto muito. - disse por fim me sentindo mal com a cena.

- A culpa é sua Belle trazer essa interiorana para nosso chá. - essa eu sei quem é, uma das prima de Eduardo.

- Foi meu irmão que insistiu, eu não queria então mamãe me obrigou.

Nessa hora eu já estava parada em pé olhando para elas falando de mim como se fosse um animal solto na cidade.

- Edu ou Rafa? - a ruiva pergunta.

- Eduardo está noivo dela. - Cibelle fala e todas me olham de boca aberta como se estivessem ouvido uma coisa do outro mundo.

Passei a ouvir risos e murmurinhos e então a gota d'água aconteceu:

- Não se preocupe Bella, conhece seu irmão assim que abusar ele deixa e pega outra, ele um dia vai se dar conta que escolher entre suas amigas é mais seguro.

Eu sinto que vou chorar, dou as costas e não me permito ouvir mais nenhuma palavra saio correndo em direção a entrada sentindo que as lágrimas banham meu rosto. Ao longe avisto uma enorme árvore e minha urgência se torna chegar nela, então não paro de correr.

Eduardo Salles narrando:

Decidi mudar para com Lizandra, claro que não iria me apaixonar por ela, mas confesso que o jeito agridoce dela me encanta, fiz o convite para que viesse ao chá que minha irmã prepara para as amigas a pedido da mesma a contra gosto, eu sei que não é o lugar preferido de Lizandra para frequentar e confesso que as amigas da minha irmã não são pessoas fáceis então assim que vejo Lizandra passar pela porta do salão de mulheres eu me arrependo do que fiz.

Ainda estou tentando agilizar os papeis no escritório para ir salvar minha amiga das garras de minha irmã quando ouço Bella gritar. Largo tudo e me dirijo para lá e ao chegar perto vejo uma pessoa correr e me dou conta que é Lizandra. Me dirijo até ao salão e vejo que zombam dela e minha irmã muito irada por ter sujado o vestido novo.

Faço questão que me vejam parado na porta e pergunto o que houve ali. Não gostei de saber que minha irmã armou algo para magoar ela. Não devia estar com raiva mas estou com muita raiva.

- Foi sua noiva primo que não sabe ser educada acabou jogando suco em sua irmã e a pobrezinha agora está nesse estado de nervos horrível. - falou Renaly.

- Cibelle você sabe que nossa mãe nos ensinou que é melhor se sujar do que magoar.

- Espera aí Edu, não vai ralhar com sua única irmã por causa de uma...

- Cuidado o que vai falar de minha noiva. - disse para a ruiva amiga de Bella que acho que nunca vi. - Ela é muito melhor que todos vocês juntas, será minha esposa e não admito que a tratem assim.

Não dou brecha para ouvir mais nada e então saio a procura dela. Me amaldiçoando por ter mandado o convite. Após caminhar um pouco vejo ela encolhida em baixo de uma árvore e fico procurando as palavras para chegar perto da mesma.

- Se veio tripudiar de mim vá embora. - ela diz ao sentir minha presença.

- Não estou de acordo com o que houve lá Lizandra.

- Não diga que não sabe que sua irmã armou isso tudo para me humilhar? - ela levanta a cabeça e vejo que chora.

- Claro que não sei, nunca concordaria com isso e nem meus pais. - me aproximo e me abaixo para ficar da altura dela.

- Eu não preciso de ser humilhada Eduardo, eu sei que fui vendida e tal mas não precisa me humilhar, se não quer levar isso a frente que seja não levamos mais por favor não me maltrate mais. - inclina a cabeça entre os joelhos e volta a chorar.

Não consigo falar, não consigo achar as palavras certas, pois na verdade o fato dela estar sofrendo me maltrata e me repreendo que não devo me apegar e não devo pensar no bem dela e só no meu mais é mais forte que eu. Me apoiei mas perto dela sentando e a puxei para se encostar em mim, sinto que ela resiste um pouco mais se entrega ao abraço e apoiada em mim continua chorar.

- Eu estava no escritório acelerando a papelada importante e ouvi o grito de minha irmã, quando vou chegando perto vejo que correu e então ao me aproximar do salão ouço o relato do que houve e vim ao seu encontro.

- Obrigada. - é a única coisa que ela diz e sinto meu coração apertar. 

- Vou lhe deixar em casa quer?

- Não. Quer dizer eu quero, mas se eu chegar assim a nossa farsa? Não tem uns papéis importantes? Posso ficar olhando trabalhar se não se importar.

- Não vai ficar entediada?

- Na verdade eu até gosto, ajudava com a contabilidade da fazenda desde que meu pai morreu.

- Se me ajudar será mais rápido e posso te pagar um sorvete que acha?

- Acho um preço justo para uma ajuda com cálculos. - ela sorri fraco e sei que se esforça para ficar bem.

- Lizandra eu nunca vou deixar nada de ruim acontecer com você, não é por que nosso casamento vai ser uma fachada que irei te humilhar ou deixar alguém fazer isso. Eu quero e vou cuidar de você tá?

- Minha irmã tentou me avisar que minha roupa não era adequada, mas eu sou teimosa.

- Não existe problemas nas suas roupas, elas que são mesquinhas e rudes. Vamos trabalhar? - tento mudar o assunto antes que ela chore novamente.

Seguimos em direção ao escritório e não vimos ninguém no caminho, ouvimos os risos e falas das meninas no salão mas a porta fechada não dava para elas nos ver passar, mesmo assim senti que ela se chegou perto de mim e foi instintivo não colocar a mão no ombro dela.

- Perdão eu não queria te tocar é que.

- Eu entendi Eduardo, obrigada por estar sendo um bom amigo para mim.

- Bem eu agora vou cobrar os favores fazendo com que me ajude.

Ela sorriu e entramos no escritório e fiquei maravilhado com o jeito como ela entendia de administração sem nunca ter estudado.

Ela sorriu e entramos no escritório e fiquei maravilhado com o jeito como ela entendia de administração sem nunca ter estudado

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