Capítulo 24: "Aceitas-me de volta?"

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Ambicionara aquele momento durante meses a fio, tinha-o pensado e imaginado ao pormenor na minha cabeça, mas apenas com o olhar dele tudo se desmoronava. Só de olhar para João, o peso na consciência remoía-me e a dor no peito tornava-se mais pesada e doía cada vez mais. Tudo o que tinha pensado em dizer, simplesmente ficava esquecido na minha mente. Porque não aproveitava mais uma oportunidade que ele e a vida me davam? Senti o meu filho dar-me um pontapé e despertei dos meus "sonhos", embora estivesse acordada.

-Chica? – Colocou-se à minha frente e pude ver os seus olhos brilharem. – Aceitas-me de volta?

-Isso pergunto-te eu, João. – Ambos sorrimos. – Afinal fui eu que te deixei e sou eu que te quero de volta.

-Quero ser, de agora até ao fim da nossa vida, o teu marido e o pai do nosso filho. – Abraçou-me, mas não como antes, afinal a barriga era uma grande divisória entre nós.

-E eu quero ser a tua melhor amiga e a tua mulher numa única pessoa. – João beijara-me a testa como fazia desde sempre. – Lamento informar-te, mas se já voltamos a ser namorados, já me podes beijar, nos lábios.

-Eu sei disso, mas quero fazer tanto que não sei por onde começar. – Peguei-lhe na mão e tremia.

-Estás nervoso?

-Estou bastante nervoso. – Sorriu timidamente. – Eu sabia que te queria de volta, mas tinha medo que não me quisesses... Além de que ainda estou a digerir a notícia que vou ser pai.

-Nenhum de nós tinha pensado ou desejado, mas Paris trouxe-nos esta muito agradável surpresa.

-Eu quero ser o melhor pai que conseguir, mas tenho medo de não estar preparado, entendes?

-Eu também tenho, mas até ele nascer, temos tempo de nos prepararmos e de o preparamos para nós, mas tenho de te dizer que tens aqui um fã. Há pouco, demorei um pouco mais para responder e o nosso filho deu logo um pontapé.

-É isso mesmo bebé, apoia e defende o pai. – Pousou as mãos sobre a minha barriga e beijou-a. – Eu amo-te, meu filho.

-E a mim, não? – Fiz beicinho.

-Amo-te muito, muito, muito. – Deu-me um beijo sentido nos lábios. – Tanto que sou capaz de te raptar e de te levar para junto de mim outra vez.

-Amanhã, eu vou de livre vontade, mas hoje vais dormir aqui connosco.

-Sabes o que quero?

-Isso não vai acontecer João, lamento. – Sorri provocando-o.

-Estava a falar em dormirmos em conchinha, se quiseres, é claro.

-Sim, isso pode ser...

-Eu vou só despir-me e durmo de t-shirt e boxers, não te importas?

-Claro que não! – Ele foi até à cadeira que se encontrava num dos cantos da cama e pousou os seus sapatos, as meias e as calças e a vê-lo assim algo em mim nasceu novamente... O desejo de o ter novamente para mim.

-Anda cá meu gostoso. – Despi o meu pijama, fiquei apenas em roupa interior e chamei-o para a minha cama.

-Para quem não me queria.

-Cala-te e vem matar a fome à mamã. – Ele sorriu e não tardou muito para ele me fazer a vontade que descobri que também era sua...

ÂncoraWhere stories live. Discover now