Capítulo - 105

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Pov's Christopher Von Uckermann.

"Boa tarde Dr. Uckermann"

Ouvia os cumprimentos pelos corredores e dava um sorriso como resposta. Minha mala arrastava pelo chão com um som irritante, estava na hora de trocá-la.

Antônio, o médico de plantão da semana, precisou voltar para casa devido a problemas familiares. --- haviam outros que podiam substituí-lo, porém sempre ocupados com suas famílias e lares.

Eu agradecia por isso, era melhor "morar no hospital", que aturar minha esposa insatisfeita e meus fantasmas interiores.

Me instalei no estar da clínica pediátrica e em seguida fui até o posto de enfermagem.

Núbia: Bem vindo novamente, Christopher. --- disse a enfermeira de plantão.

--- Obrigado, preciso de uma relação nominal. Podemos começar?

Núbia: Mas já? Você acabou de chegar.

--- Meu plantão iniciou a 20 minutos --- pisquei enquanto colocava o jaleco e o estetoscópio.

Meu celular então começou a vibrar, olhei o visor, era Maite ligando.

--- Só mais cinco minutos. -- sorri para Núbia e atendi. --- Alô.

~ Oi, vou ser breve. Eu sei que você não tem nada a ver com o que vou te contar, mas ainda acho necessário que saiba.

--- Quê?

~ Só cale a boca e me escute.

--- Está me deixando preocupado.

~ Eu também estou, oras.

Só poderia se tratar do Guilherme ou  Christian.

~ Tia Blanca está aqui em casa. --- falou em um tom mais baixo.

--- May, você sab...

~ Eu mandei você ficar calado! --- ordenou e eu sabia que ela estava batendo o pé muito irritada naquele momento.

Também reparei que ela estava nervosa.

--- O que houve?

~ O tio Fernando sofreu um infarto.

Dulce.

Era egoísta, --- confesso. --- mas foi o primeiro pensamento que me veio a mente. Ela era muito apegada ao pai.

~ Ucker? Está aí?

--- Sim, sim... Ehr... E Como ele está? --- balancei a cabeça tentando focar.

~ Mal, está na uti.

Eu não sabia o que dizer, era um choque até para mim.

--- Em que hospital ele está internado?

~ No dos seus pais. Foi transferido para a capital na noite anterior. Escuta, pelo que entendi, as filhas não estão aqui, talvez queira ir vê-lo. Eu sei que suas famílias eram próximas.

--- Sim, faço questão de ir vê-lo. Obrigada, May.

~ Você não soube por mim, não esqueça!

--- Está bem... --- prendi o ar e o soltei com força. --- Pensei que ela estaria aqui em uma situação como essa.

~ Nós não sabemos o mot... Bom, na verdade, sabemos. Mas não importa.

--- Talvez não tenha sido só ela a se enganar. Dulce está sendo egoísta. É o pai dela!

~ Christopher, você não precisa de ressentimentos... O Guilherme acordou. Tenho que desligar, só me garanta que não fará bobagem.

--- Não se preocupe. ---  desliguei.

As visitas levaram quase uma hora. --- a clínica estava lotada. --- Alguns pacientes eu havia atendido no último plantão que havia encerrado à dois dias.

Comecei a prescrever algumas altas, mas minha mente estava longe, pensando no que Maite havia dito.

Eu queria ir visitar Fernando, mas não conseguia, era como se algo me prendesse.

Núbia: Christopher, ligaram a pouco da cardiologia houve um acidente e eles querem um parecer de mais um pediatria.

--- Okay. Avise-os que em cinco minutos eu subo.

O quadro de médicos teria que aumentar o quanto antes.

...

Gabriel: Infelizmente precisamos esperar estabilizar para poder levá-lo para a sala de cirurgia.

--- É arriscado, mas se não o levarem o quanto antes ele morre.

Gabriel: A equipe está ciente e o monitorando.

Essa era a parte ruim de nossa profissão.

Gabriel: Eu preciso voltar para o atendimento. --- se despedindo com um aperto de mão.

--- É, eu também.

Era raro eu ir até essa ala do hospital, geralmente meus pacientes vinham encaminhados depois de passarem pelo médico especialista daqui.

Segui para a entrada observando cada detalhe, porém um chamou minha atenção fazendo-me parar.

Fernando Saviñón
401.

Esse era o quarto do pai da Dulce.

Abri a porta e me deparei com Fernando entubado, uma imagem que nunca pensei presenciar. Meu tio, agora parecia tão vulnerável, sozinho ali e com vários equipamentos ligados a seu corpo.

Me sentia pior ao saber que talvez nunca tivesse a oportunidade de lhe pedir desculpa pelo mal que causei a Dulce, ele devia me odiar.

"Voltamos, foi difícil, mas conseguimos encontrar as favoritas da mamãe e com tod...."

O barulho de vidro quebrando ecoou pela sala. --- eu teria me assustado se não estivesse paralisado.

Aprendendo a Amar - VONDY. -  CONCLUÍDA ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora