Novembro de Novo - 5

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30.03.2013

Era sábado. Guilherme já estava na cidade desde sexta.

A namorada estava junto.

Laura. Esse era o nome da namorada. E por ser fim de semana, Laura veio para conhecer os amigos de Guilherme.

- Ela vai junto com vocês? – Cris perguntou enquanto eu me arrumava.

Era sábado, eu estava cansada e levemente mal humorada.

A faculdade estava começando a deixar minha rotina cansativa e, mais do que a faculdade, o debate que tive comigo mesma durante todo o mês, estava me deixando mentalmente exausta.

Na cabeceira da cama, estava o guia de bolso de espanhol e catalão.

Era Guilherme quem estava me fazendo pensar demais.

- Sei lá – respondi dando de ombros.

- Você está chata hoje... – Cris se levantou e pegou sua bolsa, que estava sobre minha cama.

- Estou meio sacuda mesmo – concordei, também pegando minha bolsa – Precisamos ir.

- Mesmo se não precisasse, eu iria. Você está muito chata mesmo. Resolva isso logo – Cris fez uma careta e saiu do meu quarto. Eu revirei os olhos.

Ela nem sabia o que estava falando.

Cheguei no Pub do Brownie antes de Guilherme. Acho que até mesmo minha aparência mostrava o quão impaciente e mal humorada eu estava.

Eu vestia uma calça jeans escura, um tênis, uma camisa jeans e o cabelo preso num rabo de cavalo. Suspirei e sentei na mesma mesa que sentamos nos últimos dois meses.

Se eu pudesse escolher, eu pularia o encontro de março.

- Eu estava esperando vocês hoje!

Olhei para cima e vi Davi. Sorri amarelo.

- Seu amigo vem?

- Vem... Vem sim.

- Que ótimo! Aqui está o menu. Até mais tarde – ele depositou o cardápio sobre a mesa e se afastou sorrindo.

Minutos depois, enquanto meu estomago embrulhava levemente, Guilherme, Laura e mais um casal de amigos dele estavam parados do lado de fora do pub. Fechei os olhos, pedindo a Deus que a imagem que eu tinha na cabeça de Guilherme, Laura e eu sentados na mesma mesa, não se concretizasse.

Quando o vi beijar rapidamente a namorada e entrar sozinho no Pub, suspirei de alívio. Assim que entrou, Guilherme me localizou com o olhar e sorriu. Eu não consegui retribuir.

- Você está bem? – ele perguntou quando se aproximou, me observando meticulosamente.

- Sim – concordei o encarando, tamborilando os dedos sobre a mesa.

- Certeza?

- Não.

Guilherme fez uma careta sem entender e se sentou em na minha frente. Não sorria. Seu cenho estava franzido e seus olhos procuravam uma resposta em meu rosto.

- E aí? – perguntou dando de ombros, um pouco impaciente.

- E aí? – repeti séria, tão impaciente quanto ele.

Ficamos um tempo em silencio, nos medindo.

Minha irritação sempre começava aos poucos e sem motivo e naquele momento ela tinha crescido exponencialmente.

Nossos 12 mesesOnde histórias criam vida. Descubra agora