Capítulo - 88

2.5K 161 105
                                    

Pov's Dulce María.

--- Dá pra me dizer o porquê dessa cara de c**? --- ele levantou o olhar e me repreendeu.

Christian: Você já foi menos boca suja.

--- Olha, estamos aqui a quase uma hora e você não trocou uma palavra comigo. Foi a mesma coisa durante o caminho. Pode dizer que bicho te mordeu?

Christian: Talvez devesse perguntar ao Ucker, o felizardo papai... Ah, não... Ele não sabe.

--- É isso? --- suspirei.

Christian: Quando vai contar?

--- Eu não vou.

Christian: Você enlouqueceu ou acha que está brincando de casinha? Christopher nem sonha que você está grávida.

--- E nem tem que sonhar. Ele não vai saber. --- falei com descaso

Christian: E o que vai dizer quando a barriga crescer? Que são gases?

--- Credo! Para com isso. Ele não vai saber, porque eu não estarei aqui.

Christian: O que quer dizer com isso?

--- Tomei uma decisão enquanto você me ignorava. Eu já havia pensando sobre o assunto e com o acontecido de hoje... Christopher mais uma vez me humilhou! Praticamente me pediu para ser sua amante.

Christian: Dulce, você vai ser mãe, seu filho tem que vir a frente! Ele vai querer ter uma família.

--- E terá! Por favor, não me venha com o discurso que Christopher é a família dele, porque não é!

Christian: Dulce, não importa o babaca que o pai seja, tem o direito de saber que vai ter um filho. Essa criança também tem! Você não pode negar isso.

--- Essa é a minha decisão! E é pensando nessa criança e em mim, que farei isso. --- aproximei mais minha cadeira. --- Você acha saudável ver os pais em constante ofensas? Ver a mãe infeliz? Além do mais, eu não serei a única a ter um filho.

Christian: Então você já sabe. --- me encarou com tristeza.

--- Ah, sei. Ambos fizeram questão de esfregar na minha cara. Fercho, a Belinda me odeia, vai maltratar essa criança e a rebaixar sempre que puder. Acha que eu quero isso? Ver meu filho ser chamado de bastardo? Porque é isso que acontecerá! Ela é casada com ele e eu não. Não me chame de egoísta, porque eu não sou!

Christian: Não é fugindo que você irá resolver.

--- Não quero resolver, quero recomeçar.

Christian: Dulce, esse bebê vai crescer, vai querer saber sobre o pai, os avós. Vai dizer o quê? Que ele foi um presente da cegonha, que veio em uma fralda de pano e quando te viu abriu os braços?

--- Pare com esse sarcasmo! Estou te contando porquê você é o meu melhor amigo e merece saber, agora se vai me apoiar ou não, é com você.

Ficamos em silêncio. Terminamos de almoçar e ele pagou a conta.

--- Boa tarde. --- falei rispida e peguei minha bolsa para sair dali.

Christian: Eu te levo em casa.

--- Prefiro ir só. Não aguento mais seu olhar de reprovação.

Christian: Estou tentando colocar juízo nessa sua cabeça, se não percebe.

--- Christian, eu não sou mais uma adolescente. Ficar aqui irá tornar tudo mais complicado. Esse bebê não fará falta para o Christopher, você mesmo já deve ter ouvido ele encher a boca e falar o quanto está feliz com esse filho que Belinda está esperando.

Christian: Dulce, o seu bebê tem uma enorme vantagem: é SEU. Isso deixaria ele aos seus pés, Belinda não teria vez com você.

--- Eu não posso tirar a família daquele bebê, ele não tem culpa de nada.

Christian: Mas pode tirar a do seu, não é?

...

O percurso até minha casa foi tão silencioso, quanto o do restaurante. --- Eu estava aborrecida e Christian também. --- Não toquei em nenhum outro assunto. --- Do jeito que estávamos, poderíamos discutir até por causa de uma música no rádio.

Christian: Já deveria ter iniciado o pré natal.

--- Não farei aqui.

Christian: Aonde vai morar?

--- Com meus pais.

Christian: Então essa é a sua grande ideia para se esconder do Ucker?

--- Não será para sempre. É só por um tempo. Eu direi as pessoas que fiz uma prova com oportunidade para trabalhar fora do país, passei e estou indo.

Christian: Annie e May não irão concordar.

--- Elas também não saberão.

Christian: O QUÊ? --- esbravejou. --- Você só pode ter perdido o juízo! Elas são suas amigas, Dulce! Merecem saber.

--- Contar à elas vai me deixar insegura, em um momento de distração podem contar ao Christopher... E, elas também vão querer ter contato, fazer visitas... Tudo isso é perigoso.

Christian: E por acaso você acha que estamos em algum tipo de serie policial?

--- Fercho, você está totalmente certo, eu não discordo de nada. Mas essa é a minha vida, o meu futuro. Só peço que me apoie... Mesmo que não compreenda.

Christian: Está bem. --- abri um sorriso --- Ainda não acabei. --- ergueu a sobrancelha. --- sob uma condição.

--- Qual?

Christian: Que manterá contato comigo e que poderei te visitar sempre que tiver vontade.

Pensei por alguns segundos.

--- Eu aceito! --- lhe surpreendi com um abraço que o fez desequilibrar e cairmos no chão rindo. --- Obrigada, eu sei que não será nada fácil pra você, ele ainda é seu amigo.

Christian: E espero que um dia nos perdoe.

--- Vou conversar com as meninas e o Poncho ainda hoje.

Christian: Seus pais estão sabendo?

--- Somente minha mãe. Vai ser difícil contar para o meu pai.

Christian: E quanto a morar com eles?

--- Não têm a menor ideia, vai ser uma surpresa... Para ambas as partes.

Christian: O que vai dizer ao tio Fernando?

--- Não sei, mas espero que ele também respeite minha decisão. Até o final dessa semana tudo já estará organizado e eu poderei ir.

Christian: Dulce, não está esquecendo do seu trabalho? Aqui você tem uma profissão e um emprego, não pode jogar tudo pro alto. E além do mais, não espera ser sustentada por seus pais, não é?

--- Mas é claro que não! Tenho algumas economias no banco, dá para me manter durante um bom tempo ou até conseguir novamente um emprego... --- fui interrompida.

Chistian: Que só acontecerá depois do fim da licença maternidade ou mais.

--- Deixa de ser negativo! Quanto ao hospital, o mais breve possível irei ao RH e depois conversarei com o tio Victor, mas será a última coisa que pretendo fazer. Não quero que o Ucker saiba e pense que isso é por causa dele.

Christian me olhava com cara de tédio.

--- O que foi?

Christian: E desde de quando o motivo não é ele?

Revirei os olhos e ignorei seu comentário.

Christian me ajudou a pensar em alguns detalhes que não poderiam passar batidos. --- mesmo contra a sua vontade. --- Depois me obrigou a descansar e assim que teve a certeza que eu faria, retornou ao trabalho

Aprendendo a Amar - VONDY. -  CONCLUÍDA ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora