Capítulo - 79

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Pov's Dulce María.

Christian lia atentamente --- e para mim parecia uma eternidade. --- Eu não era capaz de descifrar sua expressão, mas então ele parou e me olhou.

Christian: Positivo. Sete semanas. --- virou o papel em minha direção para que eu pudesse ler.

Mas eu não conseguia sequer me mover, estava estática.

Christian me ajudou a sentar e depois saiu da minha vista, não demorou nada para voltar, e com um copo na mão.

Christian: Bebe, é água com açúcar. --- me entregou o copo e sentou ao meu lado abraçando-me.

--- Eu não estou grávida, isso não pode acontecer. --- neguei com a cabeça por diversas vezes. --- Esse exame está errado, tem que está!

Christian: Dulce, você está grávida. Pare de agir como uma criança e aceite isso. Aconteceu.

--- Mas não era pra acontecer comigo! Eu não quero um filho. Nunca quis!

Christian: Então por que foram irresponsáveis a ponto de deixar acontecer?

Christian estava praticamente gritando comigo, o que fez Guilherme acordar assustado e começar a chorar. --- e aquilo me irritou profundamente. --- Christian percebeu e o pegou no colo tentando o acalmar, ao mesmo tempo me lançava um olhar fulminante.

--- Preciso de ar. --- o deixei e fui em direção ao meu quarto.

...

Christian: O que está fazendo? --- ao me ver com o telefone na mão discando e o notebook em cima da cama.

Guilherme estava mais calmo.

--- Resolvendo minha vida. --- falei em um tom grave e sem olhá-lo.

Ele se aproximou e olhou tela, no mesmo instante puxou o telefone de mim.

Christian: Você está maluca, Dulce? Aborto? Você estava a procura disso?! Eu estou enojado.

Eu já chorava.

--- Você não entende. Eu não posso ter essa criança! É o meu corpo, é a minha vida, você não pode decidir por mim!

Christian: Você não está raciocinando! Eu não vou deixar você cometer nenhuma loucura.

Olhei para Guilherme, ele se balançava e estendia os braços em minha direção.

Foi o que bastou para eu desabar de vez.

--- Céus! A onde eu estava com a cabeça? Me perdoa, me perdoa. --- eu falava comigo mesma... Ou melhor, com a minha barriga. --- E...eu... Pensei em matá-lo. A que ponto cheguei?

Christian me deu um abraço apertado.

Christian: Vai ficar tudo bem. Não tenha medo.

Christian não saiu um minuto do meu lado. Esperou cada lágrima secar e também teve paciência até eu adormecer. --- Para minha surpresa quando acordei ele continuava ali.

--- Minha cabeça está girando.

Christian: Você teve altas emoções. Está mais tranquila?

--- Eu acho... Minha ficha não caiu. --- admiti.

Christian: O que vai fazer? Vai contar a ele, não é? Christopher tem que saber.

E foi então que eu percebi que não se tratava só de mim, Christopher também estava nessa.

--- Ele tem o direito, eu não posso o negar. Que ironia. --- ri por um breve momento. --- Ele me machuca da pior forma possível e como eu lhe pago? Realizando o sonho de se tornar pai. Sou uma otária.

Christian tinha o olhar triste.

Christian: Você está fazendo o correto.

--- Só não sei se terei coragem para encará-lo.

Christian: Claro que vai! --- segurou em minha mão e a beijou. --- Esse bebê vai ser a ponte entre vocês.

--- Para de falar bobagens --- puxei minha mão e levantei.

Christian: Dulce, você vai ser mamãe! --- falou animado. --- Nossos caçulas vão ser pais!

Eu sorri sem muito ânimo.

--- Fercho, não conte a ninguém por enquanto. Eu estou assustada, quero esperar um pouco mais.

Christian: Como quiser. Mas não vai dar para segurar por muito tempo. --- fez um círculo imenso e um "buh" com a boca, dando a entender que algo havia explodido.

--- Idiota. --- falei rindo.

Ele havia conseguido me arrancar um sorriso em meio a tensão, Christian era o meu anjo da guarda.

--- Você tem razão. --- pensei por um instante --- minha barriga não vai demorar a aparecer.

Christian: Você vai contar ao Christopher amanhã quando for ao hospital?

--- Sim. --- seria a primeira vez que eu o veria desde o casamento.

Nos últimos dias fiz até o impossível para não encontrá-lo e estava funcionando.

Christian: Boa sorte. Qualquer coisa é só me ligar que eu chego rápido.

--- Claro, você trabalha lá.

Christian: mas o que vale é a intenção.

--- Idiota. --- Christian era um ótimo amigo, sempre ali presente quando eu precisava. Ele sabia o que eu estava pensando ou sentindo somente por me olhar.

Christian: Vai ficar bem?

--- Sim. --- garanti com a voz suave.

Christian: O seu bem ou o meu bem?

--- Bem, bem. Só isso.

Ele riu da nossa pequena confusão.

Christian: dê tchau para a dinda, filho. --- segurou o bracinho de Guilherme e acenou. --- Tchau, dinda, e cuida bem do meu priminho. --- fazendo uma voz fina.

--- Você é um babaca. --- revirei os olhos --- Tchau, meu amor. --- dei um rápido beijo e um cheiro em seu rostinho.

Christian: Se alimente e durma bem

--- Isso não precisa nem recomendar.

Christian: Tia Eugênia vai perder feio essa batalha.

--- Vai logo de uma vez! --- o levei até a porta. --- Não quer que eu te ajude com as sacolas até o carro?

Christian: Não. logo, logo você vai aprender a se virar sozinha, assim como eu e a morena.

--- Tchau, Fercho.

Assim que ele se foi, fui até o quarto da Anahí limpar a prova do crime e tirar nossas digitais, mas parei ao passar na frente daquele gigantesco espelho. Levantei a blusa querendo ver algo de diferente, mas nada. Minha barriga continuava da mesma forma e eu nem sequer havia colocado os pés em uma acadêmia na minha vida.

--- É, tia Annie vai ter que se adaptar a mais um lugar à mesa.--- sorri. --- Espera, eu estou falando sozinha... --- balancei a cabeça. --- Isso é assustador. Eu estou ficando maluca!

Aprendendo a Amar - VONDY. -  CONCLUÍDA ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora