𝐌𝐚𝐥𝐝𝐢𝐭𝐨 𝐏𝐢𝐫𝐮𝐥𝐢𝐭𝐨

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Eu juro que tentei me concentrar no plano

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Eu juro que tentei me concentrar no plano. Juro mesmo. Mas como é que eu ia conseguir prestar atenção nas ideias de estratégias enquanto a Clarisse estava ali, sentada no chão, de pernas cruzadas, com aquele maldito pirulito na boca? Ela dava uma mordida aqui, um giro com a língua ali, como se não fosse nada, e eu só conseguia pensar em como aquele pirulito era o ser mais sortudo da face da Terra.

Clarisse era assim. Fazia qualquer coisa parecer algo grandioso. Até chupar um pirulito. Enquanto eu estava tentando esboçar um mapa mental do campo, ela gesticulava com a mão livre, me explicando como devíamos abordar o time adversário, como se fosse um general. A forma como os olhos dela brilhavam quando falava com entusiasmo era desconcertante.

– Tá prestando atenção, Louise? – ela perguntou, me olhando com aquela sobrancelha arqueada que dizia "eu sei que você não tá".

Eu pigarreei, tentando voltar ao planeta Terra. – Tô, tô sim. Você tava falando sobre... avançar pelo lado esquerdo?

Ela revirou os olhos, mordendo o pirulito. – Não, Louise. Eu disse que o lado esquerdo é a armadilha óbvia. Eles vão esperar que a gente tente por lá. O negócio é fingir que vamos por ali e, na real, desviar pelo lado direito. Você tá com a cabeça onde?

"Na sua boca", pensei, mas obviamente não disse isso.

– Só tô cansada – menti, dando de ombros.

Ela deu uma risadinha curta. – Pois é bom você acordar, porque eu não vou perder esse caça-bandeira de jeito nenhum. E você vai me ajudar.

A convicção dela me fez sorrir, mesmo que eu soubesse que estava ferrada. Clarisse podia ser meio mandona, meio impaciente, mas o jeito como ela levava tudo tão a sério – até mesmo um simples jogo – era o que me fazia admirar tanto ela. Quer dizer, admirar como amiga, claro.

Ou pelo menos era o que eu tentava me convencer enquanto ela girava aquele pirulito na boca de novo, como se o universo não estivesse testando minha sanidade.

Ou pelo menos era o que eu tentava me convencer enquanto ela girava aquele pirulito na boca de novo, como se o universo não estivesse testando minha sanidade

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𝐈𝐦𝐚𝐠𝐢𝐧𝐞𝐬 - 𝐂𝐥𝐚𝐫𝐢𝐬𝐬𝐞 𝐋𝐚 𝐑𝐮𝐞 Onde histórias criam vida. Descubra agora