Elliot Lockhart 60

                                    

                                          

                            

                                
                            
                              
                                  
                              
                              
                                
                                  
                                  
                                
                              
                             
                            
                            
                          
                          
Compramos a casa que queríamos, ela fica próxima à mansão, dá para ir andando se quisermos. A casa é grande, quatro quartos em cima, um escritório em baixo, sala ampla, cozinha grande, nos fundos um espaço enorme com piscina. Coloquei tudo no nome da Amy.
 
Em vez de namorar, decidimos noivar e esperar tudo melhorar para casarmos. Ela segurou o vestido branco e correu do quarto, fugindo de mim enquanto gritava para que eu a deixasse em paz.
 
— Vai embora, cachorrinho — ela rosnou enquanto descia a escada.
 
Corri atrás dela, desci as escadas rapidamente, alcançando-a antes que pudesse sair pela porta da sala. Levantei-a pela cintura o mais alto que conseguia, ela balançava as pernas, se esperneava tentando sair de perto de mim.
 
— Você perdeu para mim de novo, gatinha — segurei-a nos meus braços, dando um beijo na testa.
 
— Amanhã eu consigo fugir antes de ser pega — sua mão tocou no meu rosto.
 
Hoje vamos fazer um noivado simples aqui na nossa casa, os fundos da casa estão enfeitados, com mesas e cadeiras, comida e bebidas. Amy já está arrumada, esperando as amigas chegarem e eu os meninos.
 
— Ethan ainda está dormindo, aquele moleque, ele sabe que hoje é o nosso noivado — falei irritado.
 
Eu e Amy subimos as escadas até chegarmos ao seu quarto, abrimos a porta que não estava trancada e ele estava jogado na cama com o Enemy dormindo do seu lado. Amy subiu em cima da cama, chacoalhando-o.
 
— Saí de cima de mim, coisa feia — ele a empurrou.
 
— Levanta, moleque, vai ser arrumar para o nosso noivado.
 
Ele se levantou, reclamando, mas fez o que mandamos. Amy desceu com o Enemy e eu fiquei olhando a sua beleza. Ela está linda nesse vestido branco, ele é apertado na cintura e não é tão rodado, as mangas do vestido são de renda, deixando seu ombro livre, e no seu cabelo tem um véu pequeno. Ela está com uma maquiagem básica. Ela se virou, me olhando com o Enemy no rosto e um sorriso lindo.
 
As poucas pessoas que conhecemos chegaram Avni e Morgan e depois Liam, Elijah e Tracy. Amy está abraçando as amigas e eu fui para perto dos meninos. Não imaginaria nunca que um assassino que não merece mais que a morte por todas as almas que estão gritando no inferno pudesse ter alguém como a Amy do lado.
 
Como quero um dia ver crianças correndo por essa casa, mas tudo ainda está muito difícil, não sabemos o paradeiro de Ashley e Carson, eles podem estar em qualquer lugar do mundo agora.
 
Nós fomos para os fundos da casa, agarrei a Amy puxando-a para mim em uma dança, uma música lenta estava tocando, ela deitou a cabeça no meu peito enquanto a gente só sentia um pouco de paz depois de anos brigando, discutindo e chorando. Estamos juntos de fato agora, um protegendo o outro. Realmente existe amor em meio ao caos, e o ódio às vezes pode transformar duas pessoas.
Peguei um champanhe e pedi a todos que prestassem atenção em mim.
 
— Eu quero brindar a esse noivado, eu queria que isso tivesse acontecido há cinco anos — olhei para os olhos da Amy. — Princesa, eu preciso te contar o que aconteceu naquele dia, não posso estar com você escondendo isso.
 
Ela me observou com atenção, percebi que ficou um pouco nervosa, não queria falar isso assim, mas não posso ficar escondendo isso dela.
 
— Carson e Ashley naquele dia... — Me aproximei ainda mais dela. — Eu não tive escolha, Amy, eles disseram que, se eu não aceitasse ser incriminado por todos os crimes deles, eles incriminariam todos vocês.
 
— Todos estaríamos presos agora? — Ethan perguntou.
 
— Sim, e eu morto, eles acabariam comigo naquele dia mesmo e colocariam provas para incriminar cada um de vocês — respondi.
 
— Então você aceitou ser culpado para deixar todo mundo livre? — Sua mão tocou a minha.
 
— Sim — sussurrei.
 
— Se tivesse me contado antes, eu teria feito algo — seus olhos estavam marejados.
 
— Eu te conheço, Amy, você ia dizer que era a culpada de tudo só para eles me soltarem.
 
Sim, ela faria isso por mim e foi um dos motivos que me fez não ter contado nada, porque sei que ela faria qualquer coisa para eles me soltarem até assumir tudo no meu lugar.
 
— Obrigado — ela me abraçou.
 
— Já passou, princesa, estamos juntos agora e não vou deixar nada acabar com isso de novo — devolvi o abraço.
 
Depois do que eu contei, ela não queria sair de perto de mim e eu não reclamo, gosto de tê-la em meus braços por todo o tempo que eu conseguir. Avni e Liam estavam tendo alguma conversa séria debaixo de uma árvore que tem aqui nos fundos da casa.
 
Elijah estava com Tracy agarrada nos seus braços, Morgan se aproximou jogando bebida no rosto dele. Por que diabos esses dois estão sempre brigando?
 
Ele empurrou-a na parede, pressionando-a sem deixar espaço para que ela fuja. Sua mão estava puxando o cabelo dela com força, o rosto estava próximo demais.
 
— Não foi o bastante o que fiz com você naquele quarto? — Elijah segurou no pescoço dela.
 
— Me solta, idiota — Morgan tentou empurrá-lo, mas sem sucesso.
 
— Não contou para as suas amiguinhas o nosso segredinho sujo? — Sua boca foi até o ouvido dela.
 
— Cala a porra da boca, Elijah — ela disse, rangendo os dentes.
 
— Tem medo de que as pessoas descubram o que Morgan Brown gostava de fazer comigo há cinco anos? — Ele a pegou pela cintura. — Você é tão suja quanto eu, Morgan, tem medo de dizer às pessoas que somos parecidos — Ele voltou com a boca no seu ouvido. — Mas até que eu gosto de ter segredinhos sujos com você.
 
Amy me soltou com raiva, pegou uma faca em cima da mesa e pulou nas costas dele, colocando a faca no seu pescoço.
 
— Você pode me dar medo, Elijah, pode me assustar e querer me matar, mas não faça isso com as pessoas que eu amo, se eu não, eu juro que mato você. — A faca estava pressionada no seu pescoço.
 
Puxei a minha bravinha pela cintura, desagarrando-a das costas do Elijah. Porra, ela fica tão linda quando quer matar alguém. Puxei a gola da blusa dele com força e olhei no fundo dos seus olhos.
 
— Saí da minha casa agora, vá para a mansão ficar escondido, você não sabe viver em sociedade — soltei sua blusa.
 
— Eu sei o que você fez no inverno de cinco anos atrás, Morgan Brown — gargalhou. — E você fez comigo — ele saiu.
 
Amy foi ajudar a sua amiga que estava muito assustada. Elijah assusta qualquer um. Ela estava ofegante e chorando depois das coisas que ele falou.
 
— Do que ele estava falando? — Amy perguntou, preocupada.
 
— Ele é louco, Amy, não dá ideia para as mentiras que ele conta — ela desviou o olhar.
 
Demorou um tempo para todo mundo se acalmar de novo, menos o Ethan, que estava bem calmo, comendo todos os doces da mesa enquanto assistia em primeira mão toda a discussão com um sorriso no rosto. Amy foi até ele e deu um tapa na sua cabeça. Ele reclamou, mas não parou de atacar a mesa de doces. Depois que o noivado terminou, nós começamos a nos preparar.
 
— É hoje à noite, é a festa de gala — falei.
 
— Sim, Tracy já trouxe as roupas.