VICENZO VITALE
—Só faltava você mesmo! Venha se juntar a nós. Estamos em uma conversa muito importante; isso inclui o principal personagem: você — Digo, ele me mede da cabeça aos pés e passa por mim, saindo em direção à sua mãe.
— Que houve, mãe? Por que está chorando? O que esse maledetto falou? — Olha para meu pai — Papai, fala o que está acontecendo! — Pergunta
—Don Giovanni Vitale é meu pai, seu pai é Augusto Monti, seu bastardo! — Digo, e ele engole em seco
— Como mente! Sempre teve inveja da minha ligação com meu pai. Agora vem com mentiras, deu, né, Vicenzo? Não somos mais crianças! — Diz ele, e eu sorrio
—Meu sangue é legítimo dos Vitale, já o seu é do sangue ruim dos Galaretto. Uma geração de invejosos, começando com seu avô Vittório Galaretto! — Digo
— Meu pai não vai dizer nada. Olha as mentiras do Vicenzo! — Ele fala com meu pai
—Mentiras? Eu que vivi uma vida toda de mentiras, nem sei se a Natália é mesmo minha filha, muito menos você — diz meu pai. Fabrizio olha incrédulo ao ouvir suas palavras
—Como o senhor está acreditando no Vicenzo? Ele me odeia – diz Fabrizio
—Sua máscara caiu, aliás, as máscaras, pois sua mãe também retirou a dela. Há quatro noites atrás, eu matei Augusto Monti, seu pai, e ele me confidenciou coisas interessantes sobre você e sua descendência – ele fica neutro, só me observa
—Estamos diante, meu pai, de um falso. Fabrizio é aliado da Bratva, tentou me matar e falhou. Ele e seu legítimo pai queriam o cargo de Don. Uma geração de idiotas, pois todos já morreram,falta o último – sorrio
—Fabrizio, você não fez isso! Depois de uma vida juntos, cuidei de uma cobra para ela me picar. É isso — meu pai diz extremamente nervoso
— Você é um fraco! Eu que merecia o cargo de Don. Te ajudei por anos, mas você deixou o Vicenzo assumir — Fabrizio respondea ele
— Ele assumiu porque é meu filho, primogênito, único herdeiro do posto. Já você, sempre será um bastardo — meu pai grita
Em um movimento rápido, Fabrizio puxa meu pai e coloca a arma na cabeça dele, puxa a arma dele e joga longe. Eu pego a minha arma e aponto para ele.
— Se atirar, o velho morre — diz transtornado
—Miserável, sempre avisei que você não valia nada. Olha aí o resultado: alimentou e deu tudo para um infeliz — digo, ele ri
—Eu tive a melhor infância, amei jogar o Don Giovanni contra você e me divertia vendo ele te xingar. Depois, deu mesmo para me ferir só para você levar a culpa. Eu destruí sua infância, você não tinha família, esse velho — aperta a arma na cabeça do meu pai — te deixou de lado quando nós chegamos. Era maravilhoso ver você sendo excluído — diz e ri
—Não adiantou de nada, você continuou sendo um bastardo — digo, ele fecha a cara
—Larga a arma ou eu mato esse velho. Não tenho mais o que perder. Vamos, larga a arma — grita
—Não, Vicenzo, ele vai te matar — meu pai diz
—Fabrizio, para com isso, vai embora — Emília diz, chorando
—Parar? Eu só tô começando. Isso tudo é culpa sua, que não soube nem fazer um filho. Custava se deitar com o Don, mas não se deitou com qualquer um. Isso custou meu futuro — diz, transtornado, enquanto ela se afasta
—Vamos, larga a arma, ou eu mato esse velho. Você não sentiria saudades, mesmo ele sempre te excluiu — dá uma risada maldosa
Ele tá louco. Meu pai tem seus defeitos, mas é meu pai,o sangue chama. Baixo a arma.
—Joga longe — grita
—Não, Vicenzo – meu pai fala, me olhando, negando várias vezes
Jogo a arma para trás e ouço que cai perto do sofá da sala...
—Muito bem, agora sim — Fabrizio fala em seguida, empurra meu pai para o lado e aponta a arma para mim.
— Um covarde como sempre. Não tem coragem de me enfrentar sem suas artimanhas. Vamos, me mata, mas se errar, eu não vou te caçar até no inferno e não vou errar novamente — digo
— Olha sua situação, Vicenzo. Na minha mira, você morre. Mato o velho e sou o novo Don. Não tinha plano melhor, você foi ingênuo de me subestimar — ele diz
— Você nunca será o Don. Minha equipe já sabe tudo sobre você, então esse sonho você não irá alcançar — falo, o miserável destrava a arma
— Dê adeus a seu filho, Don Giovanni, pois eu vou matá-lo — olho para meu pai; ele fecha os olhos.
— NÃO! MEU IRMÃO, NÃO! — ouço Natália gritar
Fabrizio se distrai; meu pai se joga sobre ele na tentativa de imobilizá-lo junto com a arma. Muito rápido, saio na direção deles. Ouço um tiro, gritos; meu pai cai. O miserável me olha, olha para meu pai e sai correndo para fora...
— Pai! — grito
Abaixo, para ver onde foi o tiro, vejo o sangue no ombro e ouço os gritos de Natália.
— Papá — diz, abraçando meu pai
— Oi, Bambina! Papá tá bem — toca o rosto dela, cheio de lágrimas
— Vamos, pai, para o hospital — digo
— Liga para os seguranças, ele não pode fugir — diz meu pai
— Vamos para o hospital. Ele já fugiu, mas eu vou pegá-lo. Vamos, Natália, me ajuda — ela concorda. Emília só observa, sem reação.
Pego minha arma, em seguida ajudo meu pai a levantar. Levamos ele até o carro, Natália vai com ele no banco de trás. Ele está pálido, perdendo muito sangue. Tiro minha camisa, entrego a Natália e mando ela fazer pressão no local, foi no ombro, mas ele é idoso e corre risco. Corro o mais rápido possível para o hospital mais próximo que tem ligação com a máfia. Não demora, estaciono em frente, pego ele no colo e levo até a porta. Imediatamente, aparecem uma maca e levam ele para dentro. Entro, faço a ficha e vamos esperar na sala de espera.
–O papá não pode morrer — Natália chora. Abraço ela,em tantos anos, meu primeiro gesto de irmão para com ela.
—Obrigado por salvar minha vida hoje. Você mostrou que tem o sangue dos Vitale. Não se preocupe, nosso pai é forte; ele vai sair dessa, tá bom? — ela concorda
Ela senta no sofá que tem ali. Estou só de paletó. Lembro da Bella e ligo para ela, pois fiquei preocupado com o louco solto. Ela estava no shopping com sua mãe, e o Lorenzo, mando ela ir para casa. Ligo para Matteo e Adriel e informo o ocorrido. Fabrizio é oficialmente um homem procurado, vivo ou morto.
Mais de uma hora depois, uma enfermeira se aproxima e diz o nome do meu pai... Aproximo-me dela .
—O senhor Vitale está bem. Retiramos a bala, ele está estável, só que precisa de sangue, pois perdeu muito. Então, precisa de algum membro da família que seja compatível com ele. O senhor é filho — me pergunta
—Sim, eu sou — digo
—Então, venha comigo — me chama
Que ironia do destino! Logo eu, o filho que tanto tempo ele achou que não era, vou doar meu sangue para ele...
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Don Vicenzo Vitale
RomanceVicenzo Vitale, 30 anos, atualmente reside em Las Vegas, Estados Unidos. Ele é o Capo da Cosa Nostra e herdeiro de Don Geovanne Vitale. Vicenzo é reconhecido pelos muitos feitos dentro da máfia,acumula admiradores, dentro e fora da organização, faze...