Capítulo 68

2.7K 238 7
                                    

VICENZO VITALE

—Só faltava você mesmo! Venha se juntar a nós. Estamos em uma conversa muito importante; isso inclui o principal personagem: você — Digo, ele me mede da cabeça aos pés e passa por mim, saindo em direção à sua mãe.

— Que houve, mãe? Por que está chorando? O que esse maledetto falou? — Olha para meu pai — Papai, fala o que está acontecendo! — Pergunta

—Don Giovanni Vitale é meu pai, seu pai é Augusto Monti, seu bastardo! — Digo, e ele engole em seco

— Como mente! Sempre teve inveja da minha ligação com meu pai. Agora vem com mentiras, deu, né, Vicenzo? Não somos mais crianças! — Diz ele, e eu sorrio

—Meu sangue é legítimo dos Vitale, já o seu é do sangue ruim dos Galaretto. Uma geração de invejosos, começando com seu avô Vittório Galaretto! — Digo

— Meu pai não vai dizer nada. Olha as mentiras do Vicenzo! — Ele fala com meu pai

—Mentiras? Eu que vivi uma vida toda de mentiras, nem sei se a Natália é mesmo minha filha, muito menos você — diz meu pai. Fabrizio olha incrédulo ao ouvir suas palavras

—Como o senhor está acreditando no Vicenzo? Ele me odeia – diz Fabrizio

—Sua máscara caiu, aliás, as máscaras, pois sua mãe também retirou a dela. Há quatro noites atrás, eu matei Augusto Monti, seu pai, e ele me confidenciou coisas interessantes sobre você e sua descendência – ele fica neutro, só me observa

—Estamos diante, meu pai, de um falso. Fabrizio é aliado da Bratva, tentou me matar e falhou. Ele e seu legítimo pai queriam o cargo de Don. Uma geração de idiotas, pois todos já morreram,falta o último – sorrio

—Fabrizio, você não fez isso! Depois de uma vida juntos, cuidei de uma cobra para ela me picar. É isso — meu pai diz extremamente nervoso

— Você é um fraco! Eu que merecia o cargo de Don. Te ajudei por anos, mas você deixou o Vicenzo assumir — Fabrizio respondea ele

— Ele assumiu porque é meu filho, primogênito, único herdeiro do posto. Já você, sempre será um bastardo — meu pai grita

Em um movimento rápido, Fabrizio puxa meu pai e coloca a arma na cabeça dele, puxa a arma dele e joga longe. Eu pego a minha arma e aponto para ele.

— Se atirar, o velho morre — diz transtornado

—Miserável, sempre avisei que você não valia nada. Olha aí o resultado: alimentou e deu tudo para um infeliz — digo, ele ri

—Eu tive a melhor infância, amei jogar o Don Giovanni contra você e me divertia vendo ele te xingar. Depois, deu mesmo para me ferir só para você levar a culpa. Eu destruí sua infância, você não tinha família, esse velho — aperta a arma na cabeça do meu pai — te deixou de lado quando nós chegamos. Era maravilhoso ver você sendo excluído — diz e ri

—Não adiantou de nada, você continuou sendo um bastardo — digo, ele fecha a cara

—Larga a arma ou eu mato esse velho. Não tenho mais o que perder. Vamos, larga a arma — grita

—Não, Vicenzo, ele vai te matar — meu pai diz

—Fabrizio, para com isso, vai embora — Emília diz, chorando

—Parar? Eu só tô começando. Isso tudo é culpa sua, que não soube nem fazer um filho. Custava se deitar com o Don, mas não se deitou com qualquer um. Isso custou meu futuro — diz, transtornado, enquanto ela se afasta

—Vamos, larga a arma, ou eu mato esse velho. Você não sentiria saudades, mesmo ele sempre te excluiu — dá uma risada maldosa

Ele tá louco. Meu pai tem seus defeitos, mas é meu pai,o sangue chama. Baixo a arma.

—Joga longe — grita

—Não, Vicenzo – meu pai fala, me olhando, negando várias vezes

Jogo a arma para trás e ouço que cai perto do sofá da sala...

—Muito bem, agora sim — Fabrizio fala em seguida, empurra meu pai para o lado e aponta a arma para mim.

— Um covarde como sempre. Não tem coragem de me enfrentar sem suas artimanhas. Vamos, me mata, mas se errar, eu não vou te caçar até no inferno e não vou errar novamente — digo

— Olha sua situação, Vicenzo. Na minha mira, você morre. Mato o velho e sou o novo Don. Não tinha plano melhor, você foi ingênuo de me subestimar — ele diz

— Você nunca será o Don. Minha equipe já sabe tudo sobre você, então esse sonho você não irá alcançar — falo, o miserável destrava a arma

— Dê adeus a seu filho, Don Giovanni, pois eu vou matá-lo — olho para meu pai; ele fecha os olhos.

— NÃO! MEU IRMÃO, NÃO! — ouço Natália gritar

Fabrizio se distrai; meu pai se joga sobre ele na tentativa de imobilizá-lo junto com a arma. Muito rápido, saio na direção deles. Ouço um tiro, gritos; meu pai cai. O miserável me olha, olha para meu pai e sai correndo para fora...

— Pai! — grito

Abaixo, para ver onde foi o tiro, vejo o sangue no ombro e ouço os gritos de Natália.

— Papá — diz, abraçando meu pai

— Oi, Bambina! Papá tá bem — toca o rosto dela, cheio de lágrimas

— Vamos, pai, para o hospital — digo

— Liga para os seguranças, ele não pode fugir — diz meu pai

— Vamos para o hospital. Ele já fugiu, mas eu vou pegá-lo. Vamos, Natália, me ajuda — ela concorda. Emília só observa, sem reação.

Pego minha arma, em seguida ajudo meu pai a levantar. Levamos ele até o carro, Natália vai com ele no banco de trás. Ele está pálido, perdendo muito sangue. Tiro minha camisa, entrego a Natália e mando ela fazer pressão no local, foi no ombro, mas ele é idoso e corre risco. Corro o mais rápido possível para o hospital mais próximo que tem ligação com a máfia. Não demora, estaciono em frente, pego ele no colo e levo até a porta. Imediatamente, aparecem uma maca e levam ele para dentro. Entro, faço a ficha e vamos esperar na sala de espera.

–O papá não pode morrer — Natália chora. Abraço ela,em tantos anos, meu primeiro gesto de irmão para com ela.

—Obrigado por salvar minha vida hoje. Você mostrou que tem o sangue dos Vitale. Não se preocupe, nosso pai é forte; ele vai sair dessa, tá bom? — ela concorda

Ela senta no sofá que tem ali. Estou só de paletó. Lembro da Bella e ligo para ela, pois fiquei preocupado com o louco solto. Ela estava no shopping com sua mãe, e o Lorenzo, mando ela ir para casa. Ligo para Matteo e Adriel e informo o ocorrido. Fabrizio é oficialmente um homem procurado, vivo ou morto.

Mais de uma hora depois, uma enfermeira se aproxima e diz o nome do meu pai... Aproximo-me dela .

—O senhor Vitale está bem. Retiramos a bala, ele está estável, só que precisa de sangue, pois perdeu muito. Então, precisa de algum membro da família que seja compatível com ele. O senhor é filho — me pergunta

—Sim, eu sou — digo

—Então, venha comigo — me chama

Que ironia do destino! Logo eu, o filho que tanto tempo ele achou que não era, vou doar meu sangue para ele...

Don Vicenzo Vitale Onde histórias criam vida. Descubra agora