Capítulo 48

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VICENZO VITALE

No dia seguinte, já com o jantar à espera, pois eu já havia informado ao meu piloto, Léon e Sofia se despediram de todos. Foi emocionante. Saímos em três carros: os dois primeiros para despistar em caminhos diferentes. O primeiro só tinha seguranças, o segundo, Valentin e Sr. Gregório, e o terceiro era meu carro. Eu levei-os até o aeroporto. Já na chegada, conversei com o piloto sobre a viagem e fui me despedir deles.

— Façam boa viagem — digo

— Vicenzo, antes de irmos, eu gostaria de pedir: cuida do meu pai, eu tenho medo — Sofia diz, chorando. Léon a abraça

— Ele não fará nada contra ele ou sua família. Eu não vou deixar—digo

— Ele é mau, ele — chora mais

— Conta a ele, Sofia. Alguém precisa saber — Léon diz. Fico sem entender

— Eu fui à casa do Fabrizio para terminar o noivado e ele quase me estuprou. Eu — soluço — fugi dele—

— Desgraçado, aquele miserável — falo nervoso — Sofia, por que não disse isso antes?—

—Medo do meu pai e meu irmão entrarem em uma guerra com ele e morrerem—

Ela tá certa, isso seria uma guerra e alguém morreria. O Fabrizio é ardiloso.

—Por favor, não fala ele por enquanto, não quero que ele morra por minha causa—

—Não hoje, mas eu vou falar. Não posso deixá-lo sem saber, e não se preocupa, eu vou cuidar do maledetto,logo ele vai está morto — digo

Nos despedimos, pego o carro e dirijo até a casa do Sr. Gregório. Tomo café com eles, não contei sobre o que o maledetto fez com a Sofia, isso iria desestabilizá-lo. A hora do miserável não vai demorar. Deixo a Bella com a mãe. Adriel veio fazer minha segurança, ele dirige até a sede.

—Que foi que tá pesado? — Adriel pergunta

—Como minha vida mudou rápido — ele me olha pelo retrovisor e sorri.

—Mudar vai ser quando você estiver com seus filhos, sua família — ele diz

—Não vejo a hora—

Meu celular toca, vejo no visor o nome Don. É o Dominic.

—Don — digo somente

—Vicenzo, amigo, como você está? — diz ele

—Estou bem. A que devo a honra da sua ligação? Tem novidades? —Pergunto, sei bem que ele anda bem mais informado que eu

—Sim, é sobre Augusto Monti. Ele, digamos, que não parou suas atividades—

Sabia! Ele não iria parar. Como você sabe, tem mais informações—pergunto

Mandei o Valentin pesquisar junto com o Matteo. Segundo eles, as boates estão sem prostitutas, só dançarinas.

—Ele manteve uma das suas principais casas de prostituição e boate. Essa é afastada de Nápoles, só entra rico, cheio da grana. As mulheres são prisioneiras de tráfico. Meus soldados disseram que tem seguranças por todo o local, então é difícil entrar sem ser identificado—

—Miserável, eu vou montar uma equipe. Eu vou lá; ele não vai escapar—

—Ele vai lá sempre, espera meu comando. Você pega ele lá; meus soldados estão vigiando o local— Ele tá certo.

—Ok, tudo bem—

Ele desliga. A oportunidade de pegar um traidor.

—É, meu amigo, não tá fácil, né? — Adriel fala

—Eu nunca gostei de coisas fáceis — digo, e ele ri

—Adriel, preciso que mude a rota. Vá em direção à casa do meu pai; preciso conversar com ele. Acho que é necessário — digo, e ele concorda

Cerca de 20 minutos depois, o carro chega à casa onde nasci e vivi muitos anos da minha vida, o lugar onde minha mãe viveu. Tudo aqui me lembra dela.

Saio do carro e entro na casa. Sou anunciado pela empregada. Meu pai, sua mulher e Natália estão na mesa de jantar, fazendo a refeição da manhã. Ainda é cedo, cerca de 7:30.

— Bom dia — digo. Eles me olham

— Algum problema, Vicenzo? — meu pai pergunta.l

— Sim, preciso falar com o senhor urgentemente — ele levanta

— Eu posso esperar na sala; pode tomar o seu café — eu falo, mas ele nega

— Vamos, Vicenzo, venha tomar café conosco — Emília diz. Nego.

—Vamos até meu escritório — ele diz, já saindo. Vou atrás.

Entramos, ele fecha a porta e se senta. Eu também me sento.

— Qual é o assunto? — diz

— Um assunto sério, envolve o Fabrizio — digo

— Ele está muito chateado ainda por sair do posto de subchefe, então releve as atitudes dele — diz, sorrio sem humor

—Não é sobre o cargo dele, é sim sobre a filha do Sr. Gregório, a Sofia—

—É normal um casal brigar; jovens logo voltam. —Imagino que o Fabrizio contou algo a ele

—Não é coisa de jovens um homem tentar abusar de uma mulher contra a vontade dela. Fabrizio tentou estuprar Sofia; ela já não queria o casamento, foi vê-lo para terminar, e ele tentou violentá-la. Eu já havia avisado que isso não será tolerado no meu comando—Ele fica pálido.

—O Fabrizio não faria isso—diz

—Ele fez. Senhor Gregório, não sabe ainda, mas vou contar—levanto e olho para ele—o senhor que é o protetor dele, dê esse aviso a ele: que não toque em um fio de cabelo dos D'Angelo. Se isso acontecer, eu mato ele. Não terá terra onde eu não encontre aquele maledetto, imundo, que não sabe respeitar um não de uma mulher—Ele fica imóvel

—Vicenzo, eu...—

—Não sou mais criança, meu pai. Agora sou um homem. Na minha infância, ele colocava o senhor contra mim , mentia, enganava, me machucava e colocava a culpa em mim. Eu era o mais velho, sempre o responsável por tudo, mas hoje a história mudou. Só não o matei em respeito ao Senhor, não que o Senhor mereça; nunca esteve presente na minha vida, mas sei do seu amor por aquele bastardo—

—Fabrizio não fez nada que mereça sua morte. Essa moça pode estar mentindo; ela não é de confiança–Sorrio

—A vítima sempre está errada. O canalha tenta estuprar uma mulher, mas ela tem um passado. A que nível o Senhor desceu por ele — vejo seu nervosismo

—Não o matei ainda, mas que ele não se meta comigo. Não vou falhar novamente, Sr. Geovanni. Ele tentou duas vezes; na próxima, eu mato ele. O problema dele é comigo, então mande-o não tocar nos D'Angelo. O senhor já sabe: não vou falhar novamente—Digo, nem espero sua resposta; saio de lá

Vou esperar ansiosamente pelo próximo plano dele. Agora tenho os amigos certos. Não vou cometer os mesmos erros, não mais...

Don Vicenzo Vitale Onde histórias criam vida. Descubra agora