Capítulo 34

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VICENZO VITALE

—Quanto tempo estou aqui? _pergunto

—Meus soldados te encontraram na madrugada do domingo; hoje é terça _meu Deus

—Eu não entendo como você soube, como estou aqui desde domingo_ele senta em uma poltrona por ali

—Eu sei de muitas coisas, Vicenzo, mas até agora não entendo você. Por que se arriscou tanto em uma missão sozinho? _

—Minha cabeça não estava boa; fiz sem pensar, fui irresponsável, admito_digo, ele dá meio sorriso.

—Tem mulher no meio da história_Aceno positivo—Uma situação nada confortável; quase matei um maledetto, mas a hora dele há de chegar _

—Se ela vale tanto assim que te tira do rumo, case-se com ela—

—Farei isso _digo

—Um Don jamais deve pôr-se à prova dessa maneira, Vicenzo. Temos que ter olhos dos quatro lados de nós; somos alvos em todos os lugares, temos inimigos aos montes. Você teve sorte; eu fui sua sorte. A partir de agora, jamais faça o que fez–

—Você está certo, obrigado por salvar minha vida–

–Se nós tivéssemos amizades nesse meio, uns salvando os outros, não haveria tanto derramamento de sangue _

—Você está certo, me diz onde estou?—

—Na minha casa em Roma. Meus soldados te trouxeram para cá. Nós te levamos a um hospital de um amigo meu; o médico da nossa confiança cuidou de você. Sua cabeça tinha um corte, levou pontos e perdeu muito sangue, mas não foi grave. Os remédios te fizeram dormir _

—Acho que, com a adrenalina, eu nem vi o sangue. Estava tonto. Minha costela ainda dói—

—Realmente, ela está com uma fratura e precisa de repouso —

—Como você descobriu o local? Como sabia disso tudo? _ Ele sorri de lado

—Temos o mesmo inimigo, a Bratva, mas você tem mais inimigos na própria Cosa Nostra _

—Você sabe quem são? _Ele acena positivamente

—Vicenzo, eu tenho um espião na Rússia. Ele me contou muitas coisas, e dentre elas, um plano para te matar: uma parceria de um membro da Cosa Nostra com a Bratva—

—O maledetto, quem é? Eu vou matá-lo! _Digo nervoso

—Quem são, no caso? Quando você ainda não havia assumido a máfia, já havia um plano, mas falhou. Então, você assumiu, e eles fizeram esse outro plano: manter o mesmo roubo na mesma região. Você iria lá e, em uma troca de tiros, seria morto. Acho que nem eles acreditam que você iria sozinho, mas seguindo o plano, você iria morrer e alguém assumiria a máfia—

—Esse Maledetto é próximo a mim _Indago

—Sim, bem próximo, mas adianto: não se preocupe, não são seus aliados, amigos, e sim um desafeto, dois no caso—

—Meu pai e o Fabrizio _ele ri

—Não, o velho Geovanni não tem nada a ver com isso, é igual a você nessa história, mas o Fabrizio sim, é ele seu inimigo, mas tem outro _não estou surpreso

—Augusto? _ele acena positivamente

—Ele é recente, procurou apoio pois você estragou os planos dele. Ele queria que você se casasse com a filha dele, e você negou, e ainda fez ele perder o cargo de consigliere. E, pior ainda, fez acabar com o ramo da prostituição. Sabemos que todo o dinheiro dele vem do tráfico de mulheres e da venda de virgens _

—Por que você se meteu nisso? Não entendo —

—O Vladimir Orlov, da Bratva, me odeia, pois neguei o casamento dele com minha irmã. Então, monitoro-o de perto. Ele já tentou me matar, mas não conseguiu. Preciso me precaver; tenho um homem próximo a ele. Sei de cada passo dele. Soube, através dele, que o Fabrizio iria te matar. Ele almeja assumir a Cosa Nostra. O primeiro plano deu errado. Sabendo disso, enviei uma equipe para ficar de olho, caso você estivesse nesse local, e te ajudar. Foi por isso que chegaram e te salvaram dos soldados aliados da Bratva. Você será como meu aliado; possamos nos unir.

—Pois conte comigo. A partir de hoje, somos uma máfia pela outra, amigos—ele concorda—e esses soldados que tentou me matar é da Cosa Nostra–pergunto

—Sim, o Fabrizio deve ter dado dinheiro e prometido cargos. Sei lá, só sei que você tem que ir com calma. Eu sei desses inimigos, mas você tem que descobrir os amigos dos seus inimigos. _

—Idiota se aliou ao inimigo por ganância ao poder _digo

—A Bratva é como uma sanguessuga; ela não tem amigos. Tudo isso é para destruir a Cosa Nostra. O Fabrizio acha que, te matando, ele vai ter poder; engano dele, pois a ruína será o fim dele—

—O fim dele é a morte—digo

Don Vicenzo Vitale Onde histórias criam vida. Descubra agora