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Maria 
Acabei dormindo na casa de Vitor, tanto ele como eu estávamos bêbados demais, dormimos juntos, sem sexo, por enquanto. Na verdade, quero esperar um pouco e desenvolver mais nosso relacionamento, ainda assim, é bom acordar ao lado de um homem bonito e agradável como Vitor.
Observo Vitor admirada com o seu peitoral e postura. Como ele é bonito, percebo que está sorrindo, pensei que estava dormindo. Sinto seu peso sob mim e os olhos castanhos brilhando a olhar para mim.
— Bom dia.
Seus lábios tocaram os meus com gentileza, estar com Vitor é diferente, existe uma calmaria e paz estando ao seu lado. De repente, o meu celular começa a tocar, é o despertador, está na hora de voltar para realidade.
— Eu preciso ir, meu trabalho não pode esperar.
— Bem que poderia esperar, mas eu entendo você. Também preciso ir, hoje quem cuida do caixa do bar sou eu.
Ele acionou a Alexa pedindo para tocar músicas internacionais dos anos 80 e 90. Estendeu sua mão para dançarmos juntos, Vitor é muito musical, sempre está cantando e dançando. 
Gosto disso nele, como leva a vida com leveza sem muitas preocupações ou medos, ele aproveita a vida a cada segundo, tomamos café juntos conversando e rindo com uma trilha sonora maravilhosa ao fundo. Saímos juntos da sua casa, foi quando percebemos uma movimentação estranha na porta da escola. 
Reconheci algumas pessoas da vila Esmeralda, eles carregavam os garotos nos braços provavelmente seus filhos, olhei para Vitor e como eu estava confuso do que realmente estava acontecendo. Vejo sangue na boca deles, percebo que foi algo sério pois alguns estão agonizando e outros inconscientes.
— Acho melhor você não ir hoje para trabalho, Maria. Algo de muito sério aconteceu, não é seguro ficar perto dos lobos nesse momento, eles são muito apegados nos seus filhos.
Fiquei assustada pegando meu celular, preciso avisar Angélica que não é seguro ir para vila, ela atendeu depois de alguns toques, como imaginei está na casa de Kael contei o que vi e pedi para não ir hoje. 
Fui para o bar junto com Vitor percebendo também o movimento de vários membros do clã das bruxas se movendo com rapidez, falando e andando de um lado para o outro, vejo Rosa junto com Basemate em meio de livros e ingredientes para encantamentos e feitiços. 
— Ainda bem que estão aqui. O acordo de paz foi encerrado por Pedro, estamos nos organizando para os próximos dias. Pedro já incentivou os jovens lobos a assediar e praticar bullying contra nossas crianças, mas formos mais rápidas, e atacamos. 
Agora entendi por qual motivo de ver os garotos sujos de sangue, como pareciam muito mal. Olhei para Rosa rezando mentalmente para ela não ter matado eles, apesar disso, são apenas garotos. 
— Rosa, nada justifica matar garotos, a conversa deve ser o melhor caminho sempre.
— Eles não estão mortos, apenas reduzimos a vantagem deles, a guerra está declarada, Maria. Não queria que fosse assim, mas Pedro não nos deu outra opção. Ele pediu a posse dos imóveis alugados para o nosso povo, saímos sem criar atritos. Mas parece que ele queria guerra, e é assim que ele quer resolver, portanto, que ele esteja pronto para arcar com seus erros. 
Foi impossível não pensar que tudo isso está acontecendo por minha causa, sinto como se estivesse sendo sufocada por isso saio para o lado de fora sendo seguida por Vitor. Não deveria ter provocado Pedro, fui uma inconsequente e por minha causa pessoas inocentes se machucaram, além de uma guerra que foi declarada.
— Maria, isso tudo que está acontecendo não é culpa sua, não se coloque nessa posição. 
— Como não, Vitor? Tudo isso está acontecendo por causa da nossa aproximação, e por ter contado para ele sobre nosso namoro. Subestimei Pedro, e agora uma guerra está começando por minha causa como a séculos atrás. 
Não posso permitir que isso continue. Talvez esteja na hora de resolver a minha situação com Pedro de uma vez por todas, agora percebo que essa vingança vai causar dor e sofrimento para pessoas inocentes e vai acabar prejudicando quem não tem nada haver com que houve com Imaculada.