06. todas as noites

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WASHINGTON, DC ⎾12:57 pm⏌

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WASHINGTON, DC
⎾12:57 pm⏌

CADA SOLAVANCO DO CARRO FAZIA MEU CORAÇÃO DISPARAR, como se tentasse pular para fora do peito. Eu via as ruas se transformando em borrões pela janela, misturadas em faixas de luz e sombra que passavam rápido demais para serem identificadas. Minha mente estava em constante alerta, como se estivesse prestes a mergulhar de um penhasco e não tivesse ideia do que me esperava lá embaixo.

Eu não sabia o que esperar de Steve, e, sinceramente, isso me assustava um pouco. Na noite passada, ele sequer prometeu me ligar, e agora simplesmente envia seu motorista para me levar até a casa dele? Que tipo de jogo ele estava jogando? Parecia confiante demais, seguro de si, como se soubesse que eu diria "sim" antes mesmo de considerar outras opções.

Fechei os olhos, tentando ignorar a ansiedade que crescia em mim. Eu me sentia envolta em uma teia de perguntas sem respostas. Quem realmente era esse homem? Alguém com tantos recursos a ponto de ter um motorista particular à disposição, que sequer me dava satisfação antes de decidir o próximo passo. Eu estava me deixando envolver, mesmo sabendo o risco de dar mais controle a alguém que, até onde eu sabia, era quase um estranho.

As ruas passavam rápido demais, e o silêncio no carro era quase sufocante. Eu queria dizer alguma coisa ao Jarvis, tentar aliviar a tensão, mas ele parecia inabalável, fixo na direção, como se nada fora do comum estivesse acontecendo. O silêncio só tornava minha mente mais barulhenta, ampliando minhas dúvidas. O motorista estava focado na estrada e Jarvis parecia alheio ao meu desespero interno.

Tinha algo na postura dele, rígida e indiferente, que só fazia aumentar minha insegurança. Ele estava lá apenas para me levar até Steve, para me conduzir até o ponto onde todos os meus temores se tornariam realidade - ou se dissolveriam, se eu tivesse sorte. A verdade é que eu estava arrependida. Não do meu trato com Steve, e sim de ter me deixado levar pelo impulso que me fez entrar naquele maldito carro.

O que eu estava fazendo? Se ao menos tivesse tido tempo de passar em casa... Minha cabeça era um caos, cheia de pensamentos e preocupações que não paravam de surgir.

Comecei a notar cada pequeno detalhe que me incomodava em mim mesma. A calça jeans que usei o dia inteiro já estava desconfortável, pesada e apertada. Meu cabelo, que prendi num coque apressado para disfarçar a oleosidade, agora estava ainda mais bagunçado, com mechas caindo dos lados e me deixando com um ar de descuido. Eu podia até sentir o gosto do salgadinho de cebola que comi no intervalo, um sabor que parecia impregnado e que agora me deixava horrorizada.

Será que ele notaria?

Fechei os olhos por um segundo, imaginando o que ele pensaria se me visse assim, suada, com o hálito horrível, a pele grudenta. E como se já não fosse o suficiente, lembrei da depilação que adiei. Agora, isso parecia um detalhe gritante, uma falha impossível de ignorar. Mas o pior de tudo, o toque final para esse dia desastroso, era a minha roupa íntima. Respirei fundo, lutando contra o desejo de desaparecer naquele banco.

𝐂𝐎𝐌𝐎 𝐍𝐀̃𝐎 𝐒𝐄𝐑 𝐔𝐌𝐀 𝐕𝐈𝐑𝐆𝐄𝐌 🔞 Onde histórias criam vida. Descubra agora