the plan

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A luz suave do pôr do sol filtrava-se pelas cortinas do quarto compartilhado por Robin e Vance. Era um daqueles dias que pareciam eternos, onde o tempo se arrastava, e as paredes da clínica pareciam sufocar qualquer esperança de liberdade. Robin estava sentado à mesa, os dedos tamborilando nervosamente sobre a superfície de madeira, enquanto Vance folheava um livro de psicologia ao seu lado.





"Vance," Robin começou, a voz baixa e hesitante. "Eu... eu estou pensando em algo." Ele olhou para o amigo, os olhos brilhando com uma mistura de excitação e apreensão.




Vance levantou o olhar do livro, curioso. "O que foi? Você sabe que pode falar comigo."



"É sobre o Finney," Robin disse, mordendo o lábio inferior. "Eu... eu quero transar com ele."




A declaração pairou no ar como uma bomba prestes a explodir. Vance arqueou uma sobrancelha, surpreso. "Finney? O psiquiatra? Você sabe que isso é errado, certo? Ele não pode se envolver com você assim."




"Eu sei," Robin respondeu rapidamente, gesticulando com as mãos. "Mas estou pensando que talvez isso me ajudasse a sair da clínica. Se eu conseguir criar uma conexão com ele... talvez ele me ajude a escapar."




Vance fechou o livro e se inclinou para frente, preocupado. "Robin, você realmente acha que isso funcionaria? Finney é profissional demais para se deixar levar por algo assim. E mais importante, você não está colocando sua saúde mental em risco ao fazer isso?"




Robin suspirou, seus olhos perdendo-se na distância. "Eu só... sinto que preciso de algo mais na minha vida. Estou preso aqui há tanto tempo e cada dia parece uma repetição do anterior. Finney é diferente; ele me faz sentir algo que eu não sinto com mais ninguém."




"Mas e se ele não corresponder?" Vance questionou, tentando ser firme mas compreensivo. "E se isso acabar piorando as coisas? Você sabe como é frágil o estado emocional de todos nós aqui."




Finney era mais do que apenas um psiquiatra para Robin; ele era uma presença constante em seus pensamentos, alguém que despertava sentimentos profundos e confusos dentro dele. Enquanto Robin falava sobre suas intenções com Vance, sua mente se enchia de imagens de momentos compartilhados: as conversas profundas durante as sessões, os olhares breves que pareciam carregar um peso não dito.





"Eu só quero sentir algo real," Robin murmurou, quase para si mesmo. "O que há de errado em querer isso?"



Vance hesitou antes de responder. "Nada está errado em querer sentir-se amado ou desejado, mas você precisa lembrar que Finney tem um papel a cumprir aqui. Ele não pode ser seu escape."




Enquanto isso, na mente de Finney, pensamentos turbulentos borbulhavam como uma tempestade prestes a estourar. No fundo da sua consciência profissional, havia uma atração inegável por Robin. Era difícil ignorar a química palpável entre eles durante as sessões; cada sorriso de Robin era como um convite silencioso para cruzar a linha entre terapeuta e paciente.




Finney frequentemente se pegava questionando até onde poderia ir sem ultrapassar limites éticos. Ele sabia que estava jogando um jogo perigoso ao permitir-se pensar em Robin dessa forma; as regras eram claras no campo da psiquiatria: nunca cruzar a linha entre profissionalismo e pessoal.




Mas agora, com a confissão de Robin ecoando em sua mente, Finney estava dividido entre o desejo e a responsabilidade. Deveria realmente considerar sair com alguém sob tais circunstâncias? O pensamento deixava-o inquieto.





Enquanto isso, Robin continuava a sonhar acordado sobre a possibilidade de uma fuga — não apenas da clínica, mas também das amarras emocionais que o prendiam à sua realidade atual. Ele queria acreditar que poderia conquistar Finney e usar esse vínculo como uma ponte para sua liberdade.



No entanto, à medida que os dias passavam e os sentimentos se intensificavam, tanto Robin quanto Finney precisariam confrontar suas emoções conflitantes e decidir até onde estavam dispostos a ir por amor — ou pela ideia dele.

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𝙥𝙨𝙮𝙘𝙝𝙞𝙖𝙩𝙧𝙞𝙨𝙩Onde histórias criam vida. Descubra agora