𝟓𝟓: 𝐆𝐚𝐦𝐞 𝐎𝐯𝐞𝐫

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Nadine Petrov

Dezessete dias se passaram desde o meu sequestro. Dezessete dias de descobertas, torturas, fugas, tentativas de assassinato e ocultação de cadáver.

Sem contar as mentiras. Mentiras, mentiras e mais mentiras...

E, no décimo sétimo dia, a vingança. Hoje seria o último dia em que fugimos, e o primeiro em que iniciaremos uma guerra.

Nesta manhã, acordei ao lado de Kastiel. Tomamos nosso café da manhã na espaçosa cozinha de Michael, e em seguida, levamos Zeus para o nosso último treino matinal, na sala de treino. A sala era arquitetada em madeira polida e limpa, com grandes janelas brancas que nos davam uma visão ampla do jardim central da mansão. Era extraordinário.

Kastiel treinava Zeus usando equipamentos de proteção contra os ataques do cão, já que a mordida de Zeus era monstruosa, capaz de esmagar objetos. Eu por minha vez, estava apenas encostada no freezer, com uma garrafa de água mineral na mão, observando o treino.

Zeus mordia o braço protegido de Kastiel com tanta força que quase o arrastava ao chão. Aquilo me fez pigarrear, atraindo o olhar de Kastiel.

— Pelo visto, Zeus não está sendo fácil de lidar, certo? — provoquei, aproximando-me deles.

Kastiel me lançou um sorriso de canto, limpando o suor da testa com o braço livre, antes de me encarar.

— Isso é ótimo. Significa que ele está sendo bem adestrado — respondeu, tentando regular a respiração.

Assenti, acariciando a cabeça de Zeus. Ele apenas colocou a língua para fora, respirando pesado, demonstrando cansaço.

— Por hoje é só — Kastiel quebrou o silêncio, retirando os equipamentos de proteção e colocando-os sobre a mesa. Durante o processo, ele me olhou nos olhos. — Michael marcou um almoço com todos na sala de jantar para discutirmos os detalhes da invasão.

— Vamos invadir? — questionei, aproximando-me da mesa, posicionando-me de frente para Kastiel.

— Pensa comigo. Eles estão desprevenidos, achando que estamos com medo, fugindo e sem reforços — ele disse, livrando-se das luvas de proteção. — Acho que a última coisa que eles imaginam agora é que fizemos uma aliança com Michael. Parece improvável, mas aconteceu. Eles estão confiantes, agindo em silêncio, sem a menor ideia do que está por vir. Vamos invadir.

Respirei fundo.

— Tem razão — assenti. — Mas e suas costas? Está doendo...?

— Nadine, está tudo bem — ele riu, me olhando. — Aliás, você não deveria se preocupar mesmo com isso.

— E por que não? Eu me preocupo com você, porra!

Kastiel parou por alguns segundos, olhando-me intensamente nos olhos. Então, avançou um passo, eliminando qualquer espaço entre nós. Ele segurou meu queixo com cuidado entre seus dedos grandes, erguendo meu rosto para que nossos olhos se encontrassem.

— Você não parecia tão preocupada quando rebolava em mim com as unhas cravadas no corte — ele sorriu, agarrando meu pescoço, puxando-me para mais perto e roçando nossos lábios com leveza. — Quanto mais forte eu te fodia, mais fundo suas unhas entravam...

Empurrei-o pelo peito, afastando-o. Um sorriso sarcástico surgiu nos lábios dele.

— Não brinque com isso, Kastiel. Os cortes foram profundos e ficaram em carne viva. Pode infeccionar se você não cuidar direito.

— Não se preocupe com isso, eu sei me cuidar — garantiu, a expressão tornando-se neutra.

Respirei fundo.

𝐃𝐄𝐀𝐑 𝐋𝐔𝐂𝐈𝐅𝐄𝐑Onde histórias criam vida. Descubra agora