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Pedro

Uma ira toma conta de mim. Desgraçado maldito está segurando minha mulher como se ela pertencesse a  dele, deixo a fera subir, não totalmente quero mostrar para esses malditos bruxos que não estou de brincadeira.

Jogo as cadeiras e mesas na direção do infeliz, ele consegue se esquivar ainda com Maria em seus braços que parece estar adormecida com certeza deve ter enfeitiçado minha mulher com seus encantados desgraçados. Tento avançar na sua direção para atacá-lo, mas o homem foi esperto pegando Maria em seus braços impedindo qualquer aproximação.

— SOLTE MINHA MULHER AGORA!

— Ela não é sua, Pedro! Vá embora, ou quer que ela descubra quem é realmente?  O feitiço é temporário, e logo ela vai acordar. Mas se quiser ficar, será ótimo assim acabamos logo com isso.

Seus olhos mudam de cor está usando de todo seu poder para brigar comigo. Como se fosse páreo para mim, vou arrancar a cabeça desse bruxo maldito sem muito esforço. De repente, Maria abre os olhos lentamente olhando para mim de um jeito que me angustia.

Imaculada olhava para mim assim, eu sentia o desprezo mesmo depois de ter dado o mundo a ela menos o que mais queria, sua liberdade, a rejeitei, mas sua postura me doía muito mais. Vitor se coloca na sua frente como se quisesse a proteger de mim, mas ela parece não querer.

— O que você quer, barão? Não está satisfeito do que fez ontem a noite estou marcada ainda. Deveria voltar para Cândida, a baronesa com certeza não vai gostar de saber que está aqui. Venha apenas a noite, estou com visita e não quero ser incomodada.

Não era mais Maria, Imaculada está aqui na minha frente, imponente e fria como se nada pudesse abalar sua postura. Tento me aproximar, mas ela que diminui a distância entre nós.

— Seja discreto, não quero mais escândalo com meu nome, já tenho uma má fama, de verdade, tudo que menos preciso é de mais motivos para ser assunto na cidade. Não quero receber outra visita desagradável de sua sogra e esposa. A noite você vem, agora vá embora, estou planejando uma festa e depois vou sair para resolver assuntos pessoais.

Ela voltou e se sentou no sofá próximo a adega, sorriu para Vitor pedindo para se sentar ao seu lado, alguns minutos depois ela desmaiou, Vitor parecia assustado assim como eu.

— Sua presença está confundindo a mente dela, porque simplesmente não vai embora?

— Não é minha presença e sim vocês e esses feitiços. O lugar dela é comigo e mais ninguém, vou levá-la e dizer a verdade, sei que Maria irá entender.

— Entender que a rejeitou? Que a tornou sua amante publicamente ou melhor, vai contar como ela morreu por sua culpa? Pedro, ela só teve um devaneio, sem relação com meu feitiço, peço pela última vez que vá embora.

Ela parecia calma em sua inconsciência, talvez o bruxo tenha razão, Maria está em conflito com sua alma antiga e a nossa ligação de companheiros, é melhor me manter afastado dela mesmo que sinta como se novamente uma parte de mim tivesse sido arrancada.

Maria

Sinto uma mão tocando em meu rosto, e percebo que estou no colo de Vitor, me levanto em um pulo observando a bagunça de mesas e cadeiras que com certeza foram arremessadas por Pedro. Ele não tem direito de fazer isso destruir o estabelecimento de outras pessoas, sinto uma tontura rapidamente sendo amparada por Vitor.

— Ele não pode fazer isso! Destruir patrimônio alheia só por ciúmes.

— Quando Imaculada morreu, ele ficou louco. Matou muitos bruxos, deixou a fera tomar conta de seu corpo. Ele pensou que fosse culpa do clã, quando claramente foi ele que a matou quando a humilhou e rejeitou. Maria, eu acredito que essa vingança não será bom para você, desista disso e volte para sua vida longe daqui.

Eu não posso. Imaculada merece ser vingada, agora que tudo está a meu favor, não posso simplesmente esquecer tudo e seguir em frente sem dar a retribuição que Pedro merece.

— Vitor, eu entendo se não quiser se envolver, mas eu não vou desistir da minha vingança.

— Maria, você acordou a algumas horas atrás e falou com Pedro como se fosse Imaculada. Foi realmente assustador, até mesmo ele ficou apavorado, tanto que foi embora. Não sei se é bom continuar com isso. Maria, você tem uma vida inteira para viver, esqueça o que houve e seja feliz tendo tudo que Imaculada não teve.

Não. Eu não vou fazer isso, Pedro precisa pagar, mesmo que sua destruição signifique a minha própria destruição também.

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