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Ela já havia visto o suficiente para ter certeza: Percy Jackson não fazia ideia do potencial que carregava. Era desatento, inexperiente e, aparentemente, comum. Mas Diana sabia que as aparências enganavam. Algo nele estava oculto, e ela precisava descobrir o quê.

Grover, ao seu lado, limpou a garganta, tentando quebrar o silêncio.

— Então... você acha que consegue se aproximar dele? — arriscou, com um tom esperançoso.

Diana arqueou uma sobrancelha para o sátiro, sua expressão carregada de ceticismo.

— Aproximar? Isso é uma missão, não uma colônia de férias.

Grover coçou os chifres curtos, desconfortável.

— Eu só acho que... pode ser mais fácil ganhar a confiança dele se você for... amigável.

— Gentileza não faz parte do meu arsenal, Grover — respondeu Diana, sem desviar o olhar de Percy.

Ela já havia decidido que manteria a distância necessária até entender o verdadeiro perigo que ele representava. Mas Grover parecia determinado a convencê-la de outra abordagem.

— Diana, ele não parece uma ameaça — insistiu o sátiro. — Ele só precisa de um guia. Talvez, se você mostrasse um pouco de empatia...

Diana soltou um suspiro longo, cruzando os braços. A última coisa que desejava era criar laços. Ela era uma guerreira, não uma babá.

— Está bem — cedeu, finalmente. — Vou conhecê-lo, mas só porque preciso. Não espere nada além disso.

Grover assentiu, visivelmente aliviado. Apesar da relutância dela, ele acreditava que as coisas poderiam melhorar.

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No dia seguinte, Percy estava no pátio da escola, distraído, rabiscando um bloco de anotações enquanto fingia prestar atenção nas tarefas de história. Ele parecia alheio ao ambiente, sua mente claramente em outro lugar.

Grover foi o primeiro a se aproximar, sentando-se ao lado dele com um sorriso nervoso.

— E aí, Percy! — disse, animado demais. — Tudo bem se eu sentar aqui?

Percy deu de ombros, largando o lápis.

— Claro, cara. Mas se veio pra tentar me explicar história, nem perde seu tempo. Isso é um desastre anunciado.

Grover riu, mais nervoso do que divertido. Antes que pudesse responder, Diana surgiu, sua presença imediatamente chamando atenção. Percy ergueu os olhos, intrigado. Não a reconhecia, mas algo nela era... diferente.

— Ah, essa é Diana — apresentou Grover, apontando para ela. — Ela é nova por aqui.

Percy arqueou uma sobrancelha, desconfiado.

— Nova, é? E o que te trouxe pra esse lugar tão... emocionante?

Diana ignorou o tom sarcástico dele, mantendo a expressão fria.

— Apenas observando — respondeu, de forma seca.

Percy soltou uma risada curta, encostando-se na cadeira.

— Boa sorte com isso. Não tem muito o que observar aqui.

O silêncio tenso que se seguiu fez Grover se mexer na cadeira, claramente desconfortável.

— Na verdade, Percy, Diana sabe muito sobre mitologia. Talvez ela possa te ajudar com a lição?

Percy lançou um olhar desconfiado para os dois, como se estivesse tentando decifrar um segredo.

— Sério? A "nova garota misteriosa" quer me ensinar mitologia? Tá bom, essa eu quero ver.

Diana cruzou os braços, sem se intimidar pelo tom debochado dele.

— Sei mais do que você imagina, Percy Jackson — disse, desafiadora.

Percy estreitou os olhos, o tom mudando para algo mais sério.

— Como você sabe meu nome?

Grover se adiantou, entrando em pânico.

— Ah, Percy, eu falei sobre você antes! Nada demais, claro! — Ele soltou uma risada nervosa, tentando desviar a atenção.

Percy parecia cético, mas antes que pudesse aprofundar o interrogatório, o sinal da escola soou, chamando todos de volta às aulas. Ele se levantou devagar, lançando um último olhar para Diana.

— Vejo vocês por aí.

Diana o observou partir, os olhos fixos em cada movimento dele. Algo nele ainda a intrigava, embora fosse cedo para entender o quê.

— Bem, acho que isso não foi tão ruim, certo? — arriscou Grover, tentando soar otimista.

— Ele é teimoso — comentou Diana, mais para si mesma do que para o sátiro. — Mas algo está escondido nele. Eu só preciso descobrir o que é.

Grover sorriu, tentando encontrar um ponto positivo.

— Talvez ele também descubra algo em você, se você deixar.

Diana desviou o olhar para o horizonte, ignorando a sugestão. Para ela, não havia espaço para sentimentos ou laços pessoais. Percy Jackson poderia ser uma incógnita perigosa, mas, por ora, sua missão vinha em primeiro lugar.

Minha Guardiã(Inimiga) - Percy Jackson Onde histórias criam vida. Descubra agora