Capítulo 5

261 53 1
                                    

Harry acordou no dia seguinte animado ao mesmo tempo que um lado seu parecia desanimado com a ideia de ficar longe de Snape. Merlin! Estaria ele se apegando a ele?! Balançando a cabeça, ele tomou um banho rápido e se vestiu. Descendo as escadas ele encontrou Snape na cozinha.

— Bom dia.

Snape acenou em resposta.

— Acho que preciso voltar, já fiquei fora tempo demais.

Snape mal o olhou e se dirigiu a porta.

— Vou lhe levar até onde você pode aparatar.

Harry o seguiu. Durante todo o trajeto ele gostaria de ter reunido coragem para falar algo, mas suas mãos tremiam e sua voz parecia que evaporou. Quando Snape parou, Harry quase tropeçou nele.

— Você pode aparatar aqui.

— É… Snape…

— Você pode sempre voltar… quando quiser. As proteções o deixarão entrar.

Harry não sabia como se sentir, ele queria abraçá-lo ao mesmo tempo que queria amaldiçoá-lo por deixá-lo tão confuso.

— Obrigado.

Antes de aparatar ele olhou para o chão antes de levantar o olhar para Snape mais uma vez.

— Quando invadi sua sala a quase um mês, eu não sabia que chegaríamos a tanto. Naquele dia eu pedi que você virasse meu aliado, porém aqui agora sinto que ganhei mais do que isso.

Snape o estudou, e Harry sentiu suas barreiras cederem um pouco.

— O que seria isso, Potter?

— Sua amizade.

E ele aparatou, deixando Snape sem palavras pela segunda vez em menos de 24 horas.

XXX

Snape gostaria de pensar que as últimas palavras de Potter não o afetaram e as coisas eram as mesmas como sempre foram. Mas de vez em quando ele se pegava pensando e sorrindo levemente. Tirando esses pensamentos perigosos da cabeça, ele voltou a se concentrar nas suas tarefas, tentando a todo custo parar de pensar que poderia estar construindo outro tipo de relação com Potter.

A guerra estava quase batendo a porta, na melhor das hipóteses ele morreria e o garoto poderia sobreviver e viver livremente, na pior.. bem ele não queria pensar nela agora.

— Seus pensamentos são altos, Severus.

Snape bufou.

— Ou apenas você seja intrometido demais, Albus.

Albus ri e Snape gostaria de sentir a palma quente tocar seu ombro como sempre fazia quando ele dava uma risada.

— Não é errado o que está sentido, na verdade fico feliz que depois de tanto tempo você está se permitindo a amar novamente.

— Mas que diabos você está falando, Albus?

— Você sempre foi bom em negar seus próprios sentimentos, não é?

— E você sempre foi bom em se meter onde não foi chamado. Você está morto demais para começar a delirar.

— Não perca essa chance Severus.

Snape convocou uma garrafa de whisky e bebeu diretamente da garrafa, sentindo muito mais do que deveria sentir.

XXX

Harry estava animado, enquanto estavam presos Ron e Hermione encontraram com Luna e um duende presos na mesma cela e agora com ajuda do duende eles tinham mais uma pista sobre outra Horcrux. Estava acabando e Harry por um momento se permitiu ter esperança.

— Hermione, er… hum, vou sair um pouco. Talvez eu demore mas não se preocupe, estarei aqui para amanhã irmos a gringotes.

— Harry, você está encontrando alguém?

— O que?

— Sei lá, você parece diferente e você passou uns três dias longe da gente e sei que nesse tempo você foi ajudado por alguém.

— Sim mas…

— Está tudo bem, você sabe né. Na verdade fico feliz, você parece bem mais animado. Só tome cuidado, vigilância constante. – Hermione disse e Harry ficou confuso.

Ele parecia que estava indo encontrar com alguém? Um possível interesse amoroso? Ele riu histericamente ao pensar em Snape dessa forma. Merlin, ele estava enlouquecendo.

Antes de aparatar no pequeno chalé, ele passou em outro lugar antes para pegar o que precisaria. Com tudo em mãos ele aparatou até o chalé, caminhando em passos largos ele chegou na porta e bateu e um pouco decepcionado por Snape não está lá ele entrou e deu uma olhada na casa.

Indo para a cozinha, ele pegou as coisas que levou e começou a preparar o que seria uma torta de maçã. Ótimo, ele estava fazendo uma sobremesa para Snape. Se ele não estava louco antes estava bem perto de está agora.

Ignorando seus pensamentos ele tratou de começar a cozinhar para poder voltar logo para seus amigos. Ele cantarolava baixinho enquanto cozinhava, fazia tempo que ele não fazia algo por vontade própria. Ele não entendia essa vontade incontrolável de agradar Snape, mas se ele não fizesse nada ele surtaria.

Depois de algumas horas, a torta estava pronta. Pegando sua varinha ele sussurrou o feitiço.

Deixei algo para você no chalé.

Ele sentou na esperança de ver Snape chegando caso ele realmente aparecesse. Harry acordou horas depois e se assustou com o horário. Lamentando por Snape não ter ido, ele guarda a torta na geladeira e sai aparatando logo em seguida.

XXX

Snape observou Potter sair para finalmente entrar na casa, ele ficou tentado a aparecer assim que recebeu a mensagem mas pensou melhor e resolveu esperar. Um tempo depois ele chegou no chalé e observou um Potter desmaiado no sofá, parecendo calmo e sereno, sua idade finalmente fazendo sentido. Apenas um jovem despreocupado.

Ele queria acordá-lo e ver o que Potter tinha preparado pra ele, mas não sentiu que estava pronto para um encontro cara a cara tão cedo. Merlin, ele queria amaldiçoar algo.

Procurando por toda a casa e não achando nada, ele finalmente abre a geladeira e vê uma torta de maçã que até então não estava lá. Ele nunca foi fã de doces mas não podia recusar algo que foi feito com tanto… entusiasmo.

Ele comeu o primeiro pedaço e céus, era divino. Ele nunca imaginou que Potter teria algum talento para algo, mas se surpreendeu novamente. Ele comeu em silêncio divagando sem parar, sua mente dando voltas e mais voltas.

Quando terminou, ele sentiu que não estava mais sozinho. Nesse momento o perdão de Lily finalmente fez algo por ele, ele se sente livre e talvez mais que disposto a tentar viver essa nova amizade.

Rewriting our bonds - SnarryOnde histórias criam vida. Descubra agora