Capítulo 2

                                    

                                          
Severus bateu na porta antes que sua determinação falhasse; se Potter teve coragem, ele também poderia. Já fazia duas semanas desde o encontro com o garoto em Hogwarts. Apesar de preferir que esse momento nunca tivesse existido, ele sabia que agora era tarde demais para mudar as coisas. E ele devia isso a Albus, sua morte não tinha porque ser em vão. Impaciente, ele bateu novamente, revirando os olhos quando a cabeça de Potter apareceu pela fresta da porta. 
— Como você sobreviveu por 17 anos, é um mistério. – Ele disse exasperado. — Deixe-me entrar Potter, não tenho o dia todo.
Harry abre passagem e Snape o olha intensamente. Esse menino não aprendeu nada durante esses anos?
— Suas palavras já confirmaram o suficiente, Snape. Não tinha porque fazer um teste estúpido. 
Snape não diz nada, caminhando silenciosamente pelo corredor ele entra na biblioteca ignorando os gritos histéricos da Sra. Black.
— O que você pretende fazer no próximo ano letivo? – Ele pergunta, olhando em volta sentando em uma poltrona.
— Não voltarei para Hogwarts. – Harry diz se sentindo desconfortável, pairando perto da porta.
— Seria estupidez demais até para você. – Snape o olha, se irritando ao notar como o garoto parecia deslocado. — Sente-se Potter, eu não vou atacá-lo.
— Ron e Hermione podem chegar a qualquer momento, e eu não disse nada a eles sobre nós.
— Não existe nós, Potter. E eles saíram não tem muito tempo. Isso nos dá alguns minutos. 
— Como você… 
Snape ergue a sobrancelha e Harry desisti, era uma pergunta estúpida afinal. Cansado ele se senta em uma poltrona em frente a de Snape e desvia o olhar.
— Não tão corajoso agora, não é?
— É tudo muito estranho. Mesmo eu sabendo da verdade, uma parte pequena dela, eu ainda sinto raiva de você. 
— Bom, isso deixa as coisas equilibradas para os dois lados.
Harry bufa.
— Não tem motivo para você me odiar Snape, isso beira a obsessão na verdade. 
— Isso não vai funcionar se você continuar agindo como um adolescente irritante. Você pode me odiar, mas eu ainda quero que você me respeite. Entendido, Potter?
Harry segura sua varinha com tanta força que tem medo de quebrá-la.
— Sim, senhor.
Snape parece satisfeito. 
— Então, quais os planos do trio dourado? – Snape zomba levemente. 
— Dumbledore nos deixou uma missão de achar e destruir as Horcruxes de Voldemort. São pequenos objetos…
— Eu sei o que são. – Snape o interrompe de repente se recostando na cadeira muito quieto. — Aquele velho maluco. – Ele diz baixinho mas Harry ainda consegue ouvir.
— Nós já destruímos duas, Dumbledore achava que podia haver seis ou sete. – Harry diz.
— Você sabe que é uma missão suicida, não sabe? – Snape diz com calma avaliando as reações de Harry.
— Eu sei, mas se não for eu, quem fará? Eu sou o escolhido, não posso mudar isso.
— Muito bem então, eu o ajudarei. Você pode entrar em contato comigo sempre que achar que precisa de ajuda, mas só se realmente for necessário. – Snape diz se levantando. — E por favor não seja estúpido.