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Pedro

Maria se levantou pedindo licença para ir ao banheiro, fiz o mesmo alguns minutos depois quando percebi que demorava. Sei que ela ficou o resto do almoço me evitando, minha brincadeirinha por baixo da mesa realmente a deixou incomodada.

Não tenho culpa de ser assim, louco pela minha Luna a ponto de não conseguir ficar longe dela e de suas belas pernas, a vejo entrando na cozinha percebo que se encosta na pia de mármore branco olhando na direção do jardim dos fundos da mansão enquanto toma uma taça de vinho, ela aprecia a vista do jardim, está alheia a minha presença mas de repente quando percebe que estou aqui se assusta ao notar que estou bem ao seu lado.

— Pedro, realmente gostaria de ficar sozinha, sem a sua presença safada perto de mim.

— Não foi minha intenção atrapalhar seu momento de solidão, e sobre a brincadeira de mais cedo foi apenas para descontrair. Não deve me levar tão a sério, espero que não tenha vindo para cá para fugir de mim ou da sua família.

— Não é isso, só queria ficar sozinha. Pedro, já se sentiu deslocado? Ou melhor, como se o lugar que você está não seja o lugar que deveria ficar? Eu nem deveria falar disso com você, mas como é um total desconhecido, não fará diferença nenhuma.

O elo não foi feito. Por isso ela se sente assim, perdida e deslocada, como me arrependo do que fiz com ela. Se pudesse voltar no tempo tudo seria diferente, eu jamais teria deixado meus sentimentos egoístas ficarem acima do sentimento verdadeiro que sentia por ela.

— Sim. O tempo todo para ser sincero, eu cometi alguns erros na vida que me levaram para onde estou hoje, ao contrário de você, fiz escolhas erradas e acabei perdendo muito por isso.

— Tem haver com suas conquistas femininas esses erros, Pedro? Bonito como você é deve ter pisado em algumas no decorrer do caminho, além do fato de parecer bem cafajeste.

Queria poder dizer que errei com ela, que não houve nenhuma antes dela que fizesse meu coração bater forte, mas não posso. Maria parece ansiosa pela minha resposta enquanto bebi o vinho.

— Você pensa que sou um pegador inconsequente, Maria?

— Não, imagina. Você é bonito, rico e com certeza tem uma fila enorme de mulheres loucas para ter sua atenção. Não sou boba, Pedro, e você também não é. O que fez comigo embaixo da mesa do almoço perto de todos mostra que além de não ser bobo, também é bem pra frente.

Essas conversas despretensiosas e irônicas era o que eu sentia mais falta. Imaculada pode estar em outra vida, mas a essência e alma continuam a mesma, ela me conhece bem, sabe que não sou santo, apesar de que depois de sua morte, não consigo ficar com outras.

— Eu tive minhas aventuras como você provavelmente teve as suas. Somos jovens, e normalmente pessoas como nós, se divertem as vezes.

— Não, eu não. Sou contra a diversão sem compromisso, gosto de estar em uma relação sólida, deve ser por isso que sou solteira até hoje. Gosto da segurança de viver um relacionamento tranquilo, eu tive um namorado, que me traiu com um mês de namoro porque não quis ir para cama, quem perdeu foi ele, não é?

Isso quer dizer que eu estava certo. Maria está intocada, eu senti o cheiro ontem de algo diferente nela mostrando que não havia sido tocada antes por outro homem, mas agora tenho certeza. Ela será toda minha, por mais machista que isso possa parecer, adorei saber que serei seu primeiro homem. Maria percebe meu sorriso bobo tomando mais um gole do seu vinho.

— Estou deixando você entediado com essa conversa não é? Vamos voltar. Daqui a pouco alguém vai sentir nossa falta, e não quero dar mais munição aos meus pais. Parece que você se tornou o novo pretendente perfeito da vez.

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