Capítulo 14: Máscaras

                                    

                                          
Vozes que me chamam na noite fria e vazia, Estou pronta para ouvir o que desejam de mim, Revelações sussurradas, segredos a contar, Em cada eco, um mistério a desvendar.
Elara ⚔️

Ao nos juntarmos a eles na escada, o Rei me cumprimenta:
"Elara, que bom que ainda está conosco. Tive que me ausentar esses dias, mas espero que goste da festa que Alaric preparou," ele diz sério, seus olhos observando cada detalhe ao nosso redor.
Eu apenas me curvo brevemente em reverência antes de responder:
"Que bom que está de volta. Tenho certeza de que está tudo perfeito."
O ambiente ao nosso redor está cheio de vida; os lustres de cristal brilham, refletindo a luz das velas que iluminam suavemente o grande salão. O som das conversas animadas e da música ao fundo cria uma atmosfera vibrante. O aroma de flores frescas e perfumes caros permeia o ar, enquanto a decoração luxuosa envolve todos os presentes em uma aura de opulência.
Eldric se aproxima de mim, estendendo o braço, mas é interrompido pelo Rei:
"Eldric, venha e fique ao lado de Catarina," ele ordena.
Eldric me lança um olhar, seus olhos azuis intensos cheios de frustração, mas faço um sinal silencioso para que ele não faça nada. Ainda relutante, ele se junta a Catarina, que veste um deslumbrante vestido dourado que reflete a luz como se fosse feito de pura luz do sol.
"Alaric, fique com Elara e Leonor," diz o Rei.
Alaric acena com a cabeça e se junta a mim e a Leonor. O Rei começa a descer, sendo aplaudido por todos, o som dos aplausos ecoando pelo salão decorado com tapeçarias antigas e arranjos de flores exuberantes. Em seguida, Eldric e Catarina seguem, enquanto nos aproximamos dos degraus. Meu coração acelera, cada batida ecoando em meus ouvidos.
Sinto uma vontade momentânea de escapar, mas Alaric segura minha mão firmemente, sua pele quente e reconfortante. Seus olhos encontram os meus, e ele sorri, não me deixando fugir. Descemos os degraus, os olhares curiosos e sussurros das pessoas pesando sobre nós. Ao chegarmos ao último degrau, somos recebidos por amigos de Alaric e começamos a conversar.
A música suave e encantadora toca enquanto algumas pessoas dançam com movimentos graciosos e fluidos. Outras conversam e bebem, seus rostos mascarados escondendo sorrisos maliciosos e olhares furtivos. O aroma do vinho tinto e dos pratos exóticos se mistura ao perfume das flores, criando um ambiente intoxicante.
Com o passar das horas, as pessoas se tornam mais desinibidas pelo álcool, risos altos enchendo o salão. O que era um baile começa a se assemelhar a um bordel, com beijos e abraços por toda parte.
Eldric me observa a noite toda, seus olhos cheios de desejo e tristeza, mas sempre puxado de volta por Catarina. Tento ignorar suas intenções e me afasto. Leonor está enturmada, suas risadas doces se destacando na algazarra. Enquanto observo, as luzes diminuem, a música se torna mais lenta, criando uma atmosfera onírica.
Mesmo sem querer, acabo observando Eldric e Catarina juntos. Ele está bem vestido, seus olhos azuis passam uma certa frieza, mas seu sorriso é lindo e acolhedor. Lembro das palavras do meu querido ancião: “Nossos destinos não são linhas retas traçadas desde o momento em que nascemos. Cada escolha que fazemos, cada passo que damos, desenha novas possibilidades. O que nos define não é o caminho que nos foi imposto, mas a coragem que temos para forjar nosso próprio destino.” No entanto, ao vê-lo, parece que ele nasceu para governar este reino. Sinto meu egoísmo interferindo, incapaz de aceitar essa realidade.