Feira de Livros

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Rafa tomou o resto do drink, e falou:

- Chega! Vamos? Amanhã vou só pegar os livros e deixar na academia principal. O professor Ricarddo que vai levar, ja que a sua Professora preferida está de folga.

Ronaldo saiu brincando com ela:

-   Minha? Jamais! Sou Fiel meu amor! Quero todos os professores aos meus pés, menos ela! A dona dela é um perigo!

-   Ah, cala a boca! - Disse ela, sorrindo finalmente, e balançando a cabeça.

{...}

   A academia fechava ao meio dia em
ponto aos sábados. Estava faltando poucos minutos e Rafa já havia recolhido todos os livros. O carro estava cheio. Naqueles poucos dias, recolheram mais quatrocentos exemplares de literaturas variadas e bem interessantes.

-   O Professor Ricarddo não vem? Já vamos fechar, e os livros?

-   Ai, Rafa, ele acabou de enviar uma mensagem, falando que teve um problema sério. Pediu para que eu levasse na casa da professora, mas minha mãe tá me esperando. Você podia quebrar essa né? Leva lá, é só entregar as caixas pra ela.

Ela se sobressaltou:

-   É o quê? Na casa dela? Não é serio isso? Liga pra ela, pede pra vir buscar!

-   Tá bom, então! Você espera ela? Já está fechando.

Ronaldo não parava de falar no celular, parecia de propósito e ela andava pelos cantos.

- Onde ela mora?

O amigo entregou um papel com o endereço. Gizelly esperava que Paulinho levasse os livros, mas não seria bem assim.

- Só vou levar por que é caminho para minha casa! Vocês programam as coisas e depois sobra pra mim! Não é certo!

   Ronaldo soltou uns beijinhos no ar e continuou falando ao telefone.
   Depois que a academia fechou, Rafa saiu para o endereço de Gizelly. Era um prédio bem colorido no centro da cidade. Numa das avenidas principais e movimentadas, o festival aconteceria próximo dali.

- Boa tarde - disse ela na porteira. - A senhora pode interfonar para o 308? E pedir para descer, a senhora fala que os livros chegaram.

A mulher não estava num bom dia, e respondeu:

- Ah, dona! Tá quebrado desde a semana passada os interfones. Tem que ir lá chamar! E não pode ir pelo elevador também não! Já parou três vezes hoje.

Ela não contava com aquilo, mas foi.

Rafa não tinha muita frescura com nada. Mas o prédio de Gizelly não era muito auspicioso.
Nos poucos andares que subiu, viu uma discussão de casal, um casal se beijando na escada, uma mulher seminua pelo corredor, música alta.

- Gente...reunião das tribos é aqui! - Disse ela para si mesma.

   Rafa bateu na porta devagar algumas vezes e não foi atendida, imaginou que ela não estava, mas quando girou a maçaneta, viu que estava aberta e deparou-se com a cena: Gizelly sem camisa apenas com um sutiã e um short. Descalça, em cima de uma escada pequena pendurando algumas cortinas na varanda. Conseguia ver bem suas pernas torneadas. Gizelly ouvia Sertanejo, num volume considerável, e por aquele motivo não escutou a porta abrir.
   Rafa olhou os arredores. A casa com poucos móveis, um tapete no centro, uma poltrona e um sofá pequeno, uma parede inteira coberta de prateleiras de livros e uma ou duas garrafas de bebida. Vassouras e um balde por ali pelo canto.

- Professora?

   Ela indagou tossindo duas vezes, tirando Gizelly do prazer da música e de seu trabalho com as cortinas.
   Por pouco ela não despenca de uma vez da escada. Deu um pulo ao vê-la. Estava tão surpresa que não disse nada imediatamente e Rafa não poderia deixar de ser ácida.

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