capítulo 11: Memórias

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Nos cantos da minha alma, oculto sentimentos tão intensos que tento em vão esconder. Danço entre o desejo de liberdade para amar e o peso do passado que insiste em me aprisionar.

Ainda assim, vislumbro uma luz de esperança além das sombras do ontem. Ao encarar corajosamente minhas memórias, talvez encontre a verdadeira liberdade para amar, vivendo plenamente o presente e construindo um futuro onde o amor floresça sem amarras.

Elara⚔️

Elara

Cavalgamos rapidamente para fora dos portões do castelo, rumo ao campo, desafiando-nos em uma corrida para ver quem chegaria primeiro. O vento gelado acariciava nossos rostos, enquanto a paisagem coberta por uma fina camada de neve deslizava rapidamente ao nosso redor. A neve brilhava sob o sol da manhã, sua superfície coberta por cristais reluzentes que cintilavam como diamantes.

As montanhas ao longe se erguiam majestosas, suas cristas cobertas por uma fina camada de gelo. Os sorrisos radiantes de Eldric, como nunca antes vistos, inundavam meu coração de alegria. O som dos cascos dos cavalos na neve era como uma batida rítmica, ecoando pelo campo aberto, enquanto a brisa gelada sussurrava em meus ouvidos.

Eldric se esforçava para me ultrapassar, mas fui eu quem chegou primeiro ao campo. A vista deslumbrante nos acalmava. Ele sorriu, seus olhos brilhando com uma mistura de alegria e admiração diante da paisagem que se estendia à nossa frente. Era como se o peso do mundo tivesse sido temporariamente suspenso, deixando apenas o momento presente, repleto de beleza e serenidade. Logo, ele se aproximou e desmontou do cavalo.

“-Então era para aqui que você queria fugir?” perguntei, ainda ofegante pela adrenalina.

Ele se aproximou e me ajudou a desmontar do cavalo, sua mão quente e firme na minha. “Não exatamente, mas é um lugar que eu queria te mostrar. É muito especial para mim; sempre que eu fugia das aulas de combate, vinha parar aqui,” disse, olhando ao redor com um olhar nostálgico.

“-É realmente bonito,” comentei, admirando a paisagem. O lugar era sereno.

Eldric segurou minha mão novamente e me guiou até uma imponente árvore. Seu toque era gentil e reconfortante, diferente do que costumava ser. Espero que continue assim, sem as constantes brigas que tínhamos antes.

Sentamos no chão, aos pés da grande árvore. O som suave do vento balançando as folhas e o cheiro fresco da natureza nos envolviam. Ele suspirou, observando o lugar, e então me olhou, forçando um sorriso. Mas seus olhos revelavam o turbilhão de sentimentos que ele tentava esconder.

“-Quer falar sobre o que aconteceu?” perguntei, tentando ser delicada.

“-Acho que o que você viu já disse tudo,” sua voz era um pouco ríspida. Eu tentei não me abalar e coloquei a mão em seu ombro.

“-Tudo bem, não vou te pressionar. Fale quando estiver pronto,” disse suavemente. Ele me olhou, surpreso pela minha paciência.

“-Desculpe, você não tem culpa dos meus problemas,” ele respondeu, baixando o olhar e mexendo na neve ao nossos redor.

“-Que tal me contar sobre você? Sobre sua família e sua vida na floresta?” ele sugeriu.

Concordei com a cabeça, querendo distraí-lo de seus pensamentos sombrios, e comecei a contar:

"-Na verdade, eu não tenho muito o que falar. Minha mãe morreu quando eu tinha treze anos e, desde então, vivo sozinha. Treinei para fazer parte da guarda, mas meus poderes mais me atrapalharam do que ajudaram," digo, séria, observando-o se aproximar e colocar uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.

A Guerra Dos Reinos : A Profecia Dos Deuses Onde histórias criam vida. Descubra agora