capítulo 7: Promessas

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Nos trilhos sombrios da guerra, espalhamos dor e desolação, mas quem sabe o amor não seja a chave para curar nossas feridas? Perdido em um mar de pensamentos e fé, questiono quem são os verdadeiros inimigos: o passado que nos assombra ou o rancor que nos rouba a paz?


Príncipe Eldric ✨️


Eldric

A decepção nos olhos de Elara é evidente, e a culpa corrói meu coração. Sinto sua mão se afastar da minha assim que as palavras saem da minha boca.

"-Eu sou filho do rei Gareth," digo, tentando me aproximar dela, mas ela recua rapidamente, seus olhos arregalados de choque. Sua mão segura a espada com força, os nós dos dedos brancos de tensão. A lâmina brilha ameaçadora sob a luz suave da tarde. Ergo as mãos em gesto de paz, meu coração martelando no peito.

"-Elara, sente-se para que possamos conversar. Você tem todo o direito de estar brava, mas por favor, me escute," peço, a voz tremendo ligeiramente enquanto dou um passo hesitante em sua direção. O vento sopra suavemente, levantando folhas e criando uma dança delicada ao nosso redor.

"-Por que eu conversaria com um descendente daquele que ainda mata meu povo?" ela responde, a espada agora apontada diretamente para meu coração. Vejo seus olhos marejados, sem saber se é de tristeza ou raiva. Uma lágrima escorre por seu rosto.

"-Me diga por que me trouxe aqui," ela exige, sua voz carregada de dor e desconfiança.

"-Para salvar meu irmão, eu juro," digo sinceramente, minha voz suplicante. "Não contei quem eu era porque sou idiota e tive medo da sua reação," continuo, aproximando-me mais até a espada tocar meu peito. A sensação fria do metal me faz tremer, mas mantenho minha posição.

"-Mas se não acredita, termine agora, atravesse a espada," declaro com firmeza, olhando profundamente nos seus olhos, tentando transmitir minha sinceridade e desespero com um toque de sarcasmo. "Vamos, Elara, você é forte o suficiente para isso."

Devagar, ela abaixa a espada, a lâmina raspando levemente contra minha roupa. Tento me aproximar novamente e, hesitante, coloco minhas mãos em seu rosto. Seus olhos brilham com uma mistura de emoções conflitantes.

"-Eu não sou o meu pai, nem o rei que proclamou a guerra dos reinos. Sou exatamente o que você viu todos esses dias. Não sou perfeito. E depois que te conheci, depois que você salvou minha vida, me dei conta do quão equivocado meu pai está," digo, sussurrando  minha voz cheia de emoção.

"-Eu te vi como você realmente é, uma guerreira destemida e uma pessoa incrível. E percebi que não quero seguir os passos do meu pai. Quero ser diferente, quero ser melhor. E quero que você acredite em mim, mesmo que eu mesmo ainda esteja tentando entender tudo isso."

Ela respira fundo, seus olhos fixos nos meus, avaliando cada palavra, cada expressão. O silêncio que se segue é pesado, cheio de possibilidades e incertezas.

Nesse momento, fiz até uma prece aos Deuses, dizendo que, se eles existem, que façam ela acreditar em mim. Aproximo-me ainda mais, meu rosto a poucos centímetros do dela, preso em seu olhar. Há algo que me puxa para ela, mais forte do que qualquer resistência que eu possa ter.

Elara levanta o rosto, seus olhos encontrando os meus com uma intensidade que quase me faz vacilar.

"-Eu não posso... isso vai contra tudo que eu fui ensinada," ela diz baixinho, sua voz tremendo de conflito interno.

A Guerra Dos Reinos : A Profecia Dos Deuses Onde histórias criam vida. Descubra agora