Me sento corretamente, à espera da confissão, e eles se organizam entre eles, para ver quem começa.
— Eu já fui preso, já corri em um campo pelado, já caí em público na frente da primeira pessoa na qual eu amei — Carlos fala e fico pensativa.
— Gente, o Henrique nunca caiu na minha frente, não é ele! E acho que a mentira está no campo. Que diabos essa pessoa estaria fazendo correndo pelado na porra de um campo? — Eles riram, dando de ombros, me fazendo apertar os olhos.
— Gente, mas aqui... se não é o Henrique, acho que pode ser o Cris, mas ele nunca foi preso.
— Já sim — Hanna o interrompe — nós dois éramos presos por nosso pai, lembra? Tinha cela e tudo — arqueio a sobrancelha, ao lembrar desse fato conturbado, e Félix abre a boca em esclarecimento.
— Cris, com certeza. E a mentira está na que ele caiu em público, ele nunca caiu na minha frente — Félix mata a charada.
— É! — ele fala.
— Espera, mas o que você estava fazendo pelado em um campo? — Mamãe questiona. Cris olha com raiva para Hanna.
— Quando eu tinha nove anos...
— Putz, verdade, eu esqueci — Hanna dá uma gargalhada sincera.
— Essa puta pegou minhas roupas no vestiário da área de treinamento e jogou no campinho que havia do lado. Eu pulei, tomando o maior cuidado do mundo para que ninguém me visse pelado e, adivinhem?
— Tinha um boi lá — Hanna fica vermelha de tanto rir e nós ficamos de olhos arregalados — ele gritando socorro, correndo pelo campo e o boi atrás dele, foi muito engraçado. O imbecil estava com uma camisa vermelha e boi seguindo. Ele só foi perceber isso depois de cinco minutos correndo pelo campo, nunca mais o vi correndo tão rápido.
— Meu Deus — gargalhamos e ele faz uma carranca.
— Vai, próxima! Essa é a charada — Cris diz com um sorriso de bom humor — somos pessoas duronas, às vezes malvadas — Cris começa e eu franzo o nariz com o "somos".
— Achávamos que nunca encontraríamos um amor que nos revelasse o prazer da vida e o quão bom é compartilhar esses momentos com alguém especial. — Rói continua.
— Quando encontramos essa paixão, foi como um carro em alta velocidade, atingindo-nos em cheio, na primeira olhada em seu sorriso. — Carlos continua, e percebo ser uma declaração coletiva e olho para Henrique animada, já que de acordo com a fila, seria o próximo a falar, mas nada acontece. Ele nem sequer me olha, disperso no olhar surpreso de todos a quem as declarações eram dirigidas. Meu peito se aperta, saindo de minha ilusão de que ele faria parte disso, mas me mantenho em silêncio e não apago meu sorriso, já que, de qualquer forma, estou feliz por eles.
— Todas as manhãs, ao acordar, meu primeiro pensamento é você e no quanto quero acordar todos os dias, tendo você ao meu lado. — Cris diz, vidrado aos olhos de Félix, que já está chorando, entendendo a situação e aonde iria chegar. Henrique se levanta, indo a algum lugar que não sei, em silêncio.
— Todos os dias, poder apreciar a maior obra de arte que nenhum museu pode ter, e passar minhas noites em claro. — Carlos diz e todos se ajoelham diante de seus respectivos amados e possíveis futuros par.
— Então você, Hanna Scott — Rói tira a caixinha de aliança e Henrique chega com três buquês de flor. Rosas vermelhas são entregues para Hanna, rosas azuis para minha mãe e para Félix rosas. Eles desabam a chorar, emocionados.
— Félix Rodrigues — Cris abre a caixinha de aliança.
— Lilyan Blosoon, aceitam namorar conosco? — A última caixinha é aberta e o pedido é feito. — O que nós precisamos? — finalizam a falsa charada em uníssono e eu olho para os três.
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My wife
FanfictionHellory vive uma vida dupla, entre a menina perfeita aos olhos de todos e assassina profissional procurada em todo o país. Max, sua personalidade oculta, busca vingança por suas irmãs do convento onde foi treinada, que foram assassinadas brutalmente...