56° CAPÍTULO

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Envergonhado pelas mensagens nojentas que ela leu e acovardado pela minha terrível história está escancarada para a mulher que eu amo, não tenho coragem nenhuma de olha-la, eu não sei se algum dia revelaria essa parte da minha vida a ela, e não pensei que esse dia chegaria e a porta do bueiro seria destampada.

— Saia do meu quarto. _É o que emito, mas não sou firme e autoritário o bastante para ser atendido. A Lavínia se colocava a minha frente como um furacão raivoso, porém não pareceu ser de mim que ela sentia essa raiva, pois ficou sobre a ponta dos pés descalços, passou uma mão para minha nuca e me puxou, beijando-me enquanto as lágrimas dos seus olhos molhava minha pele.

— Meu amor... acabou. _Sussurrou, adentrando com os dedos em minha nuca para os meus cabelos. Eu a olho nos seus olhos marejados, vendo os pingos dos meus cabelos molhados cair em sua testa. Ela chorava por mim, pela minha história. Meu corpo sólido estava paralisado no chão. — Eu juro a você que acabou.

Eu desacredito, negando.

— Acabou mesmo? _Estou desnorteado. Não sei, a descrença de que essa merda tenha verdadeiramente acabado me coloca em estado de fraqueza, tanto que uma lágrima grossa escapa e não consigo diferenciar se é de alívio ou medo que seja um sonho bom onde não existe mais castigo. Acabou?

As mãos dela lançaram meu pescoço e ela puxava meu rosto para beijar minha boca numa necessidade descomunal de me dar alento.

— A menos que os órgãos dela regenere e possa ressurgir outra cabeça no lugar.

— Ela está morta? _Seguro seu pescoço, a afastando um pouco e olhando-a de forma minuciosa.

Ela assentiu, meu coração confiou e acreditou e voltou a bater forte.

— Menos um demônio da gente, amor. _Chorou, trêmula. Ela fez isso por mim... a Lavínia fez isso por mim.

Eu suspirava, subitamente aliviado, tornando a beija-la muito, com todo o meu amor e intensidade do meu ser, a levando com o meu corpo para recuar para trás e a pressionar finalmente contra a parede. Eu precisava ser duro com ela, o que ela fez foi arriscado.

Feroz, trago as duas mãos ao seu pescoço e a enforco sobre a coleira para passar um aviso a ela e aos berros.

— NUNCA MAIS FAÇA O QUE FEZ. NÃO É PARA AGIR PELAS MINHAS COSTAS, AINDA QUE SEJA PARA ME SALVAR, LAVÍNIA...

— Ânge.lo... está me machucando. _Ela cravava as unhas em meus ombros, rasgando-me a pele e se debatendo com os pés em buscar de ar.

— Vamos lá, você ainda tem muito tempo para morrer. As veias jugulares externas e internas que drenam seu sangue ainda estão pulsando na minhas mãos. _Aperto seu pescoço com mais força.

— Filho.. da...

— EU AMO VOCÊ, SUA DESGRAÇADA. SE ALGO TE ACONTECER EU PROCURO VOCÊ ATÉ NO INFERNO E TE MATO DA PIOR MANEIRA. _Esbravejo possessivo.

— Ai...

— NÃO EXISTE VIDA NA TERRA SEM VOCÊ. _Soltei a porra do seu pescoço antes que eu a matasse por ter me drogado e se colocado em risco, socando irado a parede. Em busca de ar, seu corpo caiu para frente e sua testa apoiou em meu peito. Ela puxava o ar com força, abraçando-me pelo pescoço e começando a gargalhar. Eu franzio o cenho, olhando para seus cabelos.

— Amor... eu fiquei com tesão. _Me olhou com os olhos resplandecendo volúpia.

Fico puto.

— Como é que é?

***

Eu caminhava pela loja confortavelmente, mesmo tendo tantas mulheres me olhando de cima abaixo.

— Bom dia senhor, em que posso ajudar? _Uma moça de camiseta rosa e com o logo da loja apareceu no meu campo de visão.

A MERETRIZ - Predestinada a morteOnde histórias criam vida. Descubra agora