Boa leitura.
Chegamos a Long Island logo depois de Diarra, graças à capacidade de deslocamento dos centauros. Quíron ficou encarregado de me levar, a viagem inteira foi em total silêncio, um longo silêncio desconfortável.
Eu queria ter conversado sobre Cronos ou sobre a profecia que colocaria fim a minha vida ou a de Sabina, mas não quis pressiona-lo com mais perguntas, e nem mesmo Quíron me deu abertura para tal. Eu sabia que estava sendo difícil para ele, quer dizer, Sabina era como uma filha, ele a viu crescer, e eu, bem... Ele também gosta de mim, né? Saber que seu pai vai ser o responsável por matar duas de suas campistas favoritas deve ser um porre.
Quando chegamos ao acampamento, os centauros estavam ansiosos por conhecer Dioniso, tinham ouvido falar que ele promovia festas insanas, mas ficaram desapontados, o deus do vinho não estava com disposição para celebrar quando o acampamento inteiro se reuniu no topo da colina meio-sangue.
O acampamento tinha acabado de passar por duas semanas difíceis, o chalé de artes e ofícios tinha sido totalmente queimado em um ataque surpresa de um Draco Aionius ( Não fazia ideia de que monstro era esse até Sabina dizer que se tratava de um lagarto gigante que cospe fogo )
Os quartos da Casa Grande estavam transbordando de feridos, os campistas do chalé de Apoio, que eram os melhores curandeiros, estiveram trabalhando horas a fio nos primeiros socorros. Todos pareciam exaustos e maltratados quando nos amontoamos em volta da árvore de Sofya. No momento em que Diarra pendurou o Velocino de Ouro no galho mais baixo, o luar pareceu clarear, passando de cinzento para um prata claro, uma brisa fresca sussurrou entre os galhos e fez o capim ondular até o vale, tudo entrou em um foco mais nítido, a luz dos vaga lumes nos bosques, o aroma dos campos de morangos, o som das ondas na praia.
Aos poucos, as agulhas do pinheiro começaram a esverdear, perdendo o tom marrom. Todos vibraram, estava acontecendo devagar, mas não havia dúvida, a mágica do Velocino penetrava na árvore, enchendo-a com uma força nova e expelindo o veneno.
Quíron ordenou vigia vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana, no topo da colina, pelo menos até que pudesse arranjar um monstro apropriado para proteger o Velocino, disse que publicaria um anúncio no pasmem, Instagram do Olimpo! Porque sim, o Monte Olimpo têm um Instagram divino! Não que isso seja estranho, não é mesmo?
Nesse meio tempo, Diarra foi carregada nos ombros por seus companheiros de chalé até o anfiteatro, onde foi homenageada com uma coroa de louros e muita comemoração em volta da fogueira, ninguém deu a menor atenção a Sabina ou a mim, era como se nunca tivéssemos partido.
Acho que era o melhor agradecimento que poderíamos receber, porque, se admitissem que tínhamos escapulido furtivamente do acampamento para realizar a missão, teriam de nos expulsar, e de verdade, eu não queria mesmo mais nenhuma atenção, era boa a sensação de ser apenas uma das campistas, para variar.
Mais tarde, naquela noite, quando estávamos assando guloseimas e ouvindo as irmãs Ardakani nos contarem uma história de fantasmas sobre um rei perverso que foi comido vivo por corvos, Diarra me empurrou por trás e sussurrou ao meu ouvido.
— Não é porque você foi legal uma vez, Deinert, que está fora de perigo com Ares, ainda estou esperando
a oportunidade certa para acabar com você.Dei-lhe um sorriso de má vontade.
— O quê? – perguntou ela.
— Nada.– respondi.— É bom estar em casa.
Diarra apertou os olhos, olhando-me com desconfiança, e saiu.
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A filha de Poseidon | Siyoon
FanfictionE se os deuses do Olimpo estivessem vivos em pleno século 21? E se eles ainda se apaixonassem por mortais e tivessem filhos que pudessem se tornar heróis? Segundo a lenda da antiguidade, a maior parte deles, marcados pelo destino, dificilmente passa...