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Oiii, voltei. Sentiram saudades? Kkk.
 
Meus amores, My wife está tendo atualização todos os sábados às 20:00 para cima. Hoje teremos publicação até às 22:00, entregarei 2 ou 3 páginas a vocês. 
 
Como presente e em comemoração ao carnaval, lançarei o resto do capítulo 4 até quarta, ainda não sei quantos por dia. Sei que tem muita gente que prefere ler em vez de sair para festejar, então vou dar uma ajudinha kkk. Quem aí vai ficar? 
 
Não esqueça de comentar, adoro os comentários de vocês!!
 
»»»»»»»»»»»
 
— Olá, meninas, vamos começar a aula! — ouço a voz da minha professora na porta e Henrique rapidamente sai de dentro de mim, arruma sua calça e eu arrumo meu collant, dando um pulo para trás quando a porta se abre — Lorry, você já chegou? — Assinto para a pergunta óbvia, tentando fingir naturalidade, e ela me olha desconfiada, mas sorri — pontual como sempre — diz e sorri gentilmente para Henrique. Todos entram, incluindo Félix, que segura a risada me olhando.
 
— Vou ir, amor, não quero atrapalhar — ele me dá um beijo e sai, apenas acenando com a cabeça para Félix, poupando um toque de mãos. Assisto meu namorado sair e ouço a risada discreta de Félix, meu rosto queima em vergonha, ele com certeza sabe o que estávamos fazendo.
 
— Mulher... — ri, sentando-se ao meu lado — nem falo nada, prometo — de fato não fala, mas as risadas não param e eu dou um tapa em seu ombro, notando que há pessoas nos olhando — você não estava machucada? 
 
— Eu estou... mas só uma rapidinha não mata, né? — ele nega com um sorriso pervertido.
 
— É que no seu caso depende.
 
— Vamos lá, todos na barra! — Por sorte, a professora interrompe, me levanto rapidamente, fugindo do assunto, e me posiciono.

 
•••

 
 
Termino meu banho e me troco no vestiário feminino, voltando à roupa com que vim. Saio do banheiro, vendo Félix mexer no celular com um sorriso bobo, aperto meus olhos — está sorrindo feito besta, por quê? — ele me olha, ainda sorrindo.
 
— Seu irmão, ele me deixa louco. Qualquer hora vou descer o cacete nele... — esbraveja e fico sem entender o porquê do sorriso então. 
 
— E por quê...? — ele reflete.
 
— Sei lá, adoro isso. Inclusive, as punições por nos irritarmos são de qualidade — dou uma risada sincera.
 
— Meu Deus, tenho que parar de perguntar as coisas que não quero saber, tudo sem vergonha — falsa frustração em meu tom, ele me passa uma rasteira, me fazendo cair de bunda no chão — era brincadeira... — gemi de dor.
 
— Tem que manter a guarda alta! — debocha, olho-o perigosamente — eu estou só brincando — dá um passo para trás, recuando. Me levanto cuidadosamente, com auxílio de uma mão na barriga, onde levei um tiro. Meu olhar fura e era essa a intenção, colocar medo.
 
— Corre! — mando e, sem mais avisos, ele dispara para fora, umedeci os lábios, sem conter um sorriso de canto, e corro atrás dele. Félix finalmente descontou o que fazia com ele, não estou brava de verdade, mas entre aceitar que ele também pode e correr atrás dele... resposta meio óbvia. Corro em sua cola, ele não está tão longe, mas também não está perto o suficiente para que eu o pegue. Passamos pelas salas correndo e não pude deixar de notar os olhares, mas estou nem aí, o filho da puta me deu uma rasteira, sabendo que levei um tiro e facadas. Isso é maldade, não deixarei passar.
 
— Era brincadeira, mulher... — dá um gritinho não chamativo, porém muito engraçado, e acelera para a sala.
 
Entramos na sala desacelerando e eu abaixei a cabeça sem olhar para todos que nos observam sem pudor. Dirijo-me à minha mesa e Félix se acomoda na parte de trás, recebendo um olhar fatal meu e segura a gargalhada. Sentei-me ao notar que todos já retomaram a escrita e a conversa entre si, ignorando-nos. Respiro aliviada, detesto ser notada. Henrique está focado em algo no celular e nem sequer me olhou. Então, peguei meu caderno da bolsa e abri na matéria de biologia.
 
— Por que está me alisando, rapariga? Não vou te perdoar, não! — exclamo para Félix, que passa a mão em meus cabelos.
 
— Credo, ignorância — sorri, me virando de lado e o fitando — eu me sinto tão realizado por ter feito aquilo, dizem que a vingança nunca é plena, mas me sinto tão bem — exala felicidade, aperto meu olho, com uma carranca.
 
— Eu te odeio! Estou toda dolorida, cai com força — resmungo, ele tapa a boca, rindo. Dou risada junto, da minha própria desgraça — Félix, eu quase fiquei de cadeira de rodas.
 
— Que papo é esse? — ouço a voz de Henrique, com um tom nada humorado. Me viro, olhando-o. Ele está de lado agora, encostado na parede de forma relaxada e preguiçosa, me olhando à espera de uma explicação minha, mas Félix se adianta.
 
— Passei uma rasteira nela, ela caiu de bunda no chão, lá na sala de ballet, e correu atrás de mim por todo o corredor jurando vingança — Félix fala rindo e Henrique sorri de canto.
 
— Não ria, doeu. Ele é maldoso comigo — digo cinicamente, como se nunca tivesse feito isso umas mil vezes com ele, e meu namorado ri.
 
— Queria tanto ter visto isso — olho sem acreditar, então, com toda falsidade do mundo, ele pigarreia e ajeita a postura, trocando para uma autoritária — Quero dizer... está ficando louco de fazer isso com minha mulher? Por que fez? — Henrique diz sério, segurando a risada.
 
— Ela faz isso comigo frequentemente, sem mencionar que ela fez um GIF meu caindo, com a legenda "quebrei meu toba" — Félix fecha os olhos inconformado, poupa em sua voz, dando um drama exagerado, provocando uma risada em coral minha e de Henrique. 
 
— Ficou muito bom, quer ver? Ainda tenho! — concorda sem nem pensar, rindo precipitado. Pego meu telefone, deslizo a tela e viro para ele, lhe arrancando uma risada sincera.
 
— Isso está muito bom — seu rosto ganha mais cor, o abdômen treme em uma gargalhada gostosa de se ouvir. 
 
— Nunca imaginei até ele rindo disso, tudo falso, vou repensar as pessoas com quem ando junto — Félix esbraveja, fingindo indignação — Pelo menos eu me vinguei — gargalho — está parecendo um pouco... Lorry respira.
 
— Vai morrer — Henrique avisa. A risada me enfraquece, meu corpo amolece na carteira, jogada na parede. Tento respirar, mas a graça não permite, chega a doer. Levo a mão à barriga, as lágrimas banham meus olhos.
 
— Foi muito engraçado — rincho.
 
»»»»»»»»»
 
Observo Lorry rindo incessantemente e confesso que isso torna a situação ainda mais engraçada, sua gargalhada é genuinamente divertida e contagiante. Ela ri de maneira nada discreta, chamando olhares para si, mas ninguém parece se incomodar, na verdade se divertem, rindo junto com ela, como um efeito nocivo e contagioso. Ela tampa a boca, tentando abafar a risada, sua pele clara como a neve se torna quase tão vermelha quanto seus cabelos, o que me deixa um pouco preocupado. 
 
— É uma crise — diz Felix com serenidade. Crise? Ela vai morrer. Parece um porco asmático, junto com uma chaleira, até, de repente, se tornar mudo, uma gargalhada completamente silenciosa.
 
— Amor, respira... — tento falar, mas sou interrompido por uma gargalhada ainda mais intensa — isso é normal? 
 
— Bem, a última sessão durou vinte minutos... mas tem como interromper falando algo de que ela tem vergonha, quer ver? — Levantei a sobrancelha, ele sorri de canto como quem vai iniciar um plano maligno — Hellory, hoje é que dia do mês, já começou? — Hellory paralisa, seu riso cessa instantaneamente, olhando para ele como se estivesse assistindo a um filme de terror.
 
— Quer fazer companhia para nossa irmã? — ameaça, aperto meus olhos, vendo Félix negar cinicamente com um sorriso. 
 
— Não entendi — confesso, alheio ao porquê ela ficou tão apavorada. Ele sorri diabólico, voltando o olhar para mim.
 
— De acordo com meus cálculos, daqui a exatos nove dias você descobrirá. Hoje ainda, talvez.
 
— Cala a boca! — Hellory ordena, tapando sua boca.
 
— O que você fez? Ou vai fazer? — questiono, olhando-a à espera de um esclarecimento. Félix ri, sutilmente.
 
— Recomendo na primeira fase você correr... — Hellory tenta tapar sua boca novamente, franzo o nariz.
 
— Não é nada, vida — sorri amarelo.
 
— Não é nada, vida — Félix repete, a imitando. Ela lança um olhar mortal em sua direção, me fazendo rir, algo bom não é. — O Lorry, ele vai gostar, conta aí...
 
— Não, sobrevivo desde os meus 14 anos intacta, não precisa.
 
— Ah, duvido que fique daqui para frente, pelo que sei, não fica mesmo — ele me olha e sorri.
 
— Eu vou ter que exigir uma explicação à força? — pergunto sério.
 
— Félix é linguarudo, eu só fico um pouquinho mal com a TPM e ele me zoa com isso — arqueei a sobrancelha, sabendo que não é somente isto.
 
— Um pouquinho? — ela o olha intensamente.
 
— Tá bom, muito. 
 
— Dor, meu bem? — questiono e ela assente.
 
— Sem zoeira, no primeiro sinal de cólica, abandona ela — ele ergue um pouco a barra da camisa, revelando uma cicatriz pequena, mas visível. Franzo o nariz, a olhando preocupado — isso foi uma panela.
 
— Meu Deus.
 
— Já te pedi desculpas, foi sem querer — ele a olha fixamente, incrédulo, e eu sorri de canto — sem querer querendo... mas você vacilou também, quem que vê eu pegar as coisas na cozinha e pergunta: "vai cozinhar?" Deu raiva. 
 
— Me xingasse, não me tacasse uma panela — fala o óbvio, ela segura sua mão.
 
— Desculpa? — pede novamente.
 
— Não! — faz língua para ela, que retribui e ambos emburram. Hellory lhe dá as costas, com semblante bravo. O celular de Félix vibra em sua mesa, então ele sai de sua pose birrenta — menina... você nem contou que a Sam e o Klaus chegaram.
 
— Quê? Nem eu sabia. Ele não me falou que já estão lá em casa — ela pega o celular e eu aperto os olhos — ah... avisou sim.
 
— Quem é Klaus, Hellory? — pergunto com raiva, mas sem demonstrar, ou pelo menos tentando. Quem é o desgraçado?
 
— Um amigo, ele é irmão da Sam, minha amiga, a conheci no convento junto com Cler. 
 
— Inclusive, não vai levar Hanna e Cris para conhecê-la? Eles já te pediram — Félix questiona e franzo o nariz por jurar que ela tinha morrido. Lorry entristece-se rapidamente, mas o olha fingindo naturalidade. De fato, morreu.
 
— Não! Ninguém vai incomodá-la, deixe-a dormir — seu tom é cortante e eu engulo em seco, sentindo alguma coisa dentro de mim se apavorar por algum motivo. — Enfim... vou escrever fofoqueiros, sou pobre, mas não sem futuro — anuncia e me viro corretamente para frente, fito meu caderno com o conteúdo do quadro e meu celular. Brinco com o lápis, curioso, que se foda. Entro no grupo da escola para pegar o número de Félix, que sei estar lá. 
 
Mensagem on:
 
Henrique: Quem realmente é Clare? Não quero fazer essa pergunta à Lorry, seria inconveniente.
 
Félix: Sua melhor amiga no convento, elas se conheceram desde a adolescência de Lorry, e eram muito próximas, arrisco dizer que Clare é a pessoa que Lorry mais amou, eram irmãs. Clare era a pessoa capaz de lidar com Lorry e estava sempre presente, portanto, Lorry sente sua falta e evita até mesmo comentar sobre sua morte.
 
Henrique: Entendi. Você a conheceu? De que morreu? Peço desculpas pela minha curiosidade.
 
Félix: Sim, eu a conheci. Lorry e eu sempre conversávamos por vídeo chamada e foi assim que conheci Cler. Nos tornamos amigos íntimos mesmo sem nos conhecermos pessoalmente. Após dois anos, me permitiram ir para lá e nos conhecemos de fato, ela era um amor. Morreu naturalmente, infarto. 
 
Henrique: Nossa, sinto muito. 
 
Félix: Todos sentimos, mas tenho medo do que Lorry sente. Já percebeu que ela fica bem mal, mais do que deveria pelo luto, ela não deixa quase ninguém visitar seu túmulo. Eu, ela deixa, porque éramos amigos próximos. Fora isso, só a mãe de Cler, mas de resto, nem o vento pode, ela passa horas chorando. 
 
Henrique: Ela não deixa porque "ela precisa descansar", né? 
 
Félix: No fundo, ela apenas não deseja compartilhar sua dor com ninguém. Lorry, apesar de ser alegre e sorridente, já não possui, ou melhor, está construindo um novo refúgio. Ela não permite que Hanna, Cris ou qualquer outra pessoa vá até lá, pois eles não a conhecem. Apesar de amá-los profundamente, ela estabeleceu que, se um dia ela apresentar alguém para Cler, deve amá-lo verdadeiramente e, após isso, não permitirá que essa pessoa se afaste novamente, assim como ela desejava não a ter deixado ir. E até hoje não temos certeza do quanto ela sofreu, pois ninguém a viu chorar de verdade e ela nunca compartilhou suas lágrimas.
 
Henrique: Caramba, não sabia que Lorry carregava tudo isso, de fato não parece.
 
Félix: Acho que desde que isso aconteceu nunca vi Lorry de fato chorar, ela já chorou por motivos "besta", mas nunca de fato demonstrou fraqueza. Inclusive, tenho um aviso. 
 
Henrique: O quê?
 
Félix: Há momentos em que Lorry fica bastante abatida e, em outros, presumimos que também ficará. Sempre que ela entra em tpm, ela se torna sensível e carente, mas mesmo assim evita relacionamentos e se isola no quarto. Ela afirma que prefere estar sozinha, mas Clare já me disse que ela gostava de estar completamente grudada nela durante esse período, então ela apenas sente falta... aviso que ela pode se afastar de você, mas isso não é pessoal, é normal, não precisa se preocupar, ela sempre se recupera no final.
 
Henrique: Ok, e o que você está presumindo?
 
Félix: a Lorry faz aniversário daqui a um mês e meio, será seu primeiro aniversário sem a Cler e não sabemos o quanto ela se sentirá triste. E na semana que vem é a vez da Cler, ela estará sensível.
 
Henrique: Ok, não vou forçar a situação e a deixarei em paz.
 
Félix: Sim, o bom é que só tem esse mês de aula, aí ela pode ficar em casa. É torcer para ela não ficar tão ruim.
 
»»»»»»»
 
Gostaram do capítulo? 
 
Não esqueça de comentar, quem comentar vai arranjar um macho gostoso igual ao Henrique. Amém. 
 

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