✯. 𝗰𝗮𝗽𝗶𝘁𝘂𝗹𝗼 𝘂𝗺

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ERA UMA MANHÃ ADORÁVEL em Montevidéu, as ruas estavam abarrotadas de turistas como sempre acontecia durante o verão e o sol brilhava serenamente através das árvores e dos prédios no centro da cidade. Martina González caminhava por entre os turistas, remoendo a decisão de se embriagar e adormecer no tapete da sala. Sua cabeça era maltratada por uma enxaqueca incontrolável e suas costas carregavam as consequências de uma noite mal dormida. Como de costume em seus dias de folga, estava caminhando até o Los Gimenez, o café comandado pela família de Estela, para desfrutar de um delicioso café da manhã e da companhia da dona do estabelecimento.

— Tina! Já estava ansiosa te esperando — proferiu a senhora de meia-idade quando o pequeno sino acima da porta soou.

— Bom dia, Sra. Gimenez, que bom vê-la! — Cumprimentou-lhe.

— Sente-se, querida, vamos de que hoje? — Perguntou, esbaforida.

— Eu preciso de cafeína, em qualquer forma — respondeu, sentando-se. — Eu vou beber, comer, injetar, o que você tiver.

— Ah, meu bem, a noite não foi boa, não é? — Sra. Gimenez respondeu, seu olhar recheado de compaixão.

— Não mesmo! — Lamentou. — A Estela não tá por aí, não?

— Vou te trazer algo que você gosta, minha querida — disse, se afastando do balcão. — Não, Estela só vem mais tarde hoje.

MARTINA MERGULHOU em seus pensamentos, se deliciando com a caneca de café, percebera que o estabelecimento estava vazio e agradeceu mentalmente ao universo por isso. O sol havia carregado todo o movimento de turistas para a praia, deixando os bistrôs e cafés vazios depois das dez da manhã. A família de Estela era um pouco sua também, tendo em vista seus longos anos de amizade e o carinho mútuo nutrido por todo esse período. Desconectada do mundo ao seu redor, apenas notou que a Sra. Gimenez havia colocado um prato ao lado de sua caneca. Martina encarou o prato à sua frente com um olhar confuso, não costumava pedir croissants. Olhou ao seu redor procurando o possível dono daquele pedido, mas todos os clientes ali presentes já tinham seus banquetes em mãos. Por fim, apenas aceitou o agrado da mulher. Quando se preparava para mordiscar o croissant à sua frente, escutou alguém se aproximar.

— Perdão, mas eu acho que você tá com o meu café da manhã. — Uma voz grave se fez presente atrás dela.

— Ah, claro, sem problemas! Pode pegar — respondeu, percebendo o rapaz ao seu lado. — Eu nem gosto tanto de croissant, mesmo.

— Tem certeza?! Podemos decidir no cara ou coroa se quiser — rebateu divertido.

— Ah, não! Como falei, não sou uma grande fã de croissants — pausou ao ver a senhora lhe entregar uma fatia de torta de morango. — Aliás, prefiro minha tortinha!

— Sorte a minha, então — disse quase em um sussurro. — Se importa?

— Na verdade, sim — implicou, divertida. — Brincadeira, pode sentar!

— Sou Enzo, prazer! — estendeu a mão com um sorriso no rosto.

— Martina! — Apertou a mão do rapaz, retribuindo seu sorriso.

ENZO SENTOU-SE no banco ao seu lado e seu perfume invadiu suas narinas, talvez uma mistura de tangerina com manjericão. Também podia jurar que sentia o aroma de tabaco. Por segundos ou minutos, Martina se ocupou em examinar Enzo, que mexia tranquilamente em seu celular, era um rapaz charmoso e muito bonito, talvez tenha passado tempo demais encarando-o, pois quando se deu conta, o rapaz retribuía seu olhar com uma expressão confusa em seu rosto.

ENZO ACOMPANHOU-A em seu café da manhã. Suas risadas preenchiam o interior da pequena cafeteria, o tempo passou sem perceberem e, quando se deram conta, todos os outros clientes haviam ido embora e só eles permaneceram ali, sentados no balcão de madeira conversando.
Ele lhe contara que também era ator e que em alguns dias estaria deixando o Uruguai por alguns meses para gravar seu próximo trabalho, assim como ela. Não compartilhou muito mais do que isso. Aparentemente, ele frequentava o café dos Gimenez há anos, assim como Martina, mas nenhum dos dois lembrava de se encontrarem por lá.

APÓS SE SEPARAREM da Sra. Gimenez, que esbanjava sorrisos e risinhos bobos para os jovens, eles deixaram o café e se banharam no sol radiante daquele sábado em Montevidéu, seguiram caminhando juntos sem rumo enquanto jogavam conversa fora. Nenhum dos dois sabia exatamente para onde estavam indo, apenas seguiam mutualmente esperando que soubessem para qual destino estavam se dirigindo.

— A gente tá indo pra onde? — O rapaz de cabelos escuros indagou.

— Eu achei que você soubesse, eu só tô te acompanhando — respondeu, interrompendo a caminhada.

— Eu digo o mesmo — rebateu, rindo junto da menina. — Você tem algum compromisso agora? Quer que eu te acompanhe até em casa?

— Na verdade,  não, tenho o dia livre hoje, vou passear por aí, — pausou. — E você?

— Ah, então... eu tô à toa hoje. — Ele franziu as sobrancelhas, o tom de sua voz era sereno.

— Quer vir comigo? — ofereceu. — A gente pode visitar uns lugares bem legais, almoçar juntos talvez...

— Tem certeza? Não quero me intrometer nos seus planos. — Suas expressões se amaciaram novamente.

— Deixa disso! Vem comigo, vai ser legal ter a sua companhia. — Um sorriso apareceu nos lábios de Martina.

— Aonde vamos primeiro? — disse docemente, tocando o ombro da menina.

— Nossa primeira parada é La Rambla de Montevidéu! — A animação tomou conta de seu corpo.


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. Olá, vidas! Espero de coração que tenham gostado do capítulo <3


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O capítulo foi revisado diversas vezes, me perdoem caso alguns erros tenham passado despercebidos.

Beijinhos e até o próximo capítulo <3

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