Merda.
— Touché, gatinho! — ela pressiona em meu pescoço a lâmina, os olhos esfriam ao sentir seu pescoço prestes a cortar também — esse empate está me estressando, sabia...— seu telefone toca em alerta máxima. 
Max tem um celular próprio, com um alerta próprio chamado de alerta vermelho, só usado em situações de muita urgência, assim como eu. Ela me olha, seus olhos escuros e vazios, concentrada. Nesse caso, só acabaria de duas formas: ou os dois mortos, ou um seria mais rápido, ambos se preparam para o corte.
— Max, alerta vermelha, a polícia está aí! — a voz metálica invade o local e ambos arregalamos os olhos.
De onde veio a voz se ela não atendeu?
— Isso é um truque para não morrer, monstrinha? — ela aperta os olhos, pressionando a catana em meu pescoço. Através de seu olhar, entendo que não, ela transmite preocupação e surpresa tanto quanto eu — no três, gatinha! Um...dois...— ambos baixamos as espadas, sem esperar o último número.
— Dá tempo de fugir? Estamos só de katana! — bufa.
— Dá para vocês tentarem, mas me escutem bem! Seu carro é do lado ao contrário, eles estão passando e revistando o carro dele, então corre, pela porta dos fundos. Vão! — ela ordena e corremos.
— Tem atiradores? — pergunto, correndo junto a ela até a porta.
— Tem! Dois snipers posicionados em cima do galpão no lado leste. Eles estão mirando na outra porta, a principal. Até eles perceberem a saída de vocês por trás e se posicionarem na direção, é um minuto no máximo. Nesse tempo, cheguem no carro e acelerem. Bem provável que sejam seguidos, tem carro de corrida da polícia aí.
— Ai, que droga! Estamos na porta — avisa, paramos ofegantes — no seu sinal.
— Calma... Calma — pede, provavelmente esperando os atiradores em cima do galpão terminarem a vistoria de todo o perímetro e voltarem à sua posição inicial, à porta principal — agora! — a polícia abre a porta do galpão e saímos pela outra, correndo aloucadamente até o carro azul de Max, que o destrava pelo controle — vocês foram localizados! — a voz avisa, meu coração dispara ainda mais com a adrenalina. Enquanto corremos até o carro.
»»»»»»»»»
— Rex? — Max joga a chave e ele pega, já que estava mais perto do banco do motorista, e não dá tempo de que ela troque a direção em que corre. Ele entra ajustando o banco para seu tamanho e ligando, pronto para a fuga — acelera, gatinho! — cerra o maxilar, roncando motor.
— Saída leste, é a única! Vocês vão ter que passar do lado deles — uma risada escapa de sua voz, pelo fato de eles fazerem hora com a cara do FBI.
Rex roda o carro e os barulhos de bala batendo no capô são notórios. Max pega as pistolas no porta-luvas e se prepara para dar cobertura quando passarem ao seu lado — Estabilize, e quando eu falar já, você destrava a porta e para o carro! — Rex a olha rapidamente em protesto, mas confia nela, apenas assentindo. Os tiros acertam o painel e a traseira também, Max atira pela janela dando cobertura. Rex vê os policiais entrando nos carros de corrida preto estampados do FBI, eram três no total e um continha uma metralhadora de chão no banco do passageiro. MERDA. — Agora! — ela grita, fechando o pente que reabasteceu, enrolando a mão no cinto. Ele freia de uma vez, ela abre a porta, se pendurando por uma mão no cinto, deitando seu corpo tão baixo que quase rela o chão e atira nas rodas do carro com a metralhadora, estourando os pneus traseiros e faz o mesmo com o da frente. Ele acelera novamente e ela entra para dentro, vendo as balas passarem de raspão.
— Porra — diz em choque, com a habilidade precisa da garota.
— Menina, eu vi isso mesmo? — A voz metálica diz em choque, acompanhando pelas câmeras do galpão — não é à toa que te amo! —  Max ri — Rex, é com você! — alerta ao ver o carro cheio de agentes os perseguindo e ele sorri de canto, trocando a marcha e aumentando a velocidade.