Saint Luna, 15 de agosto de 2021
Domingo - 10:14 A.M.Não foi muito difícil convencer os policiais e investigadores de entrarmos e olharmos a cena do crime. Óbvio que eles não são idiotas, não iriam nos deixar entrar assim, mas por sorte Alex já deixou avisado sobre a nossa presença. Não sei exatamente qual história ele inventou para todos aceitarem suas jovens analisarem cenas de crime, mas se eu não me engano, faz parte de um estágio da faculdade de criminologia.
Aceno para Kaylee para confirmar nossa entrada. O bar continuava o mesmo, os instrumentos da banda ainda estavam no palco, intocáveis. Passo por debaixo de algumas fitas amarelas que indicavam limite ao entrarmos na sala onde o crime ocorreu.
Basicamente, aquela sala era uma dispensa. Lá tinha uma pilha de mesas e cadeiras fechadas, descartáveis, materiais que normalmente usam no bar. O chão estava coberto de sangue, ainda relativamente fresco. Abro minha bolsa e retiro uma câmera digital pequena com um novo cartão de memória e tiro algumas fotos do que vejo pela frente.
— Por que você não tira pelo celular? — Kaylee questiona logo atrás de mim.
— Não é bom deixar fotos de uma cena de crime em um lugar que pode ser facilmente hackeado. — Respondo como se fosse óbvio.
O corpo de Jeremy não estava mais ali, mas o cenário ainda era brutal. Observando bem, não havia nenhuma marca, nenhum registro, nenhum sinal. O bar não possuía nenhuma câmera interna, e isso era um dos maiores problemas. É um total descaso para a segurança de um estabelecimento público que recebe centenas de clientes todos os dias.
— Não tem nada aqui. — Diz Kaylee, depois de alguns minutos procurando seja lá o que fosse pela sala. — Talvez tenha sido realmente só um crime.
— Kaylee. Já ouviu falar que não existe crime perfeito? Nenhuma pessoa conseguiria assassinar outra em um lugar cheio, sem ninguém ver e sem deixar nenhum rastro. — Respondo, tentando não soar tão indignada. — Vamos supor que tenham feito um feitiço. O que você precisa para fazer um feitiço?
— Magia? — Kaylee pergunta como se fosse óbvio, ou só como se eu fosse estúpida mesmo.
— Para haver magia é necessário que haja ritual. Para haver ritual, é necessário materiais. É óbvio que se for um ritual maligno, a natureza vai repelir. Então, em um ritual usado para o mal, normalmente usam-se velas pretas, sangue, ossos de animais, órgãos humanos... — Paro de falar quando cito o último "ingrediente". — E se mataram Jeremy porque queriam uma parte dele para um feitiço? Um feitiço muito maior?
— Claire, você é um gênio. — Kaylee diz se aproximando. — Vou mandar uma mensagem para o Vincent para saber se tem alguma parte faltando do Jeremy.
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A Maldição da Trívia - Uma história de "As Fases da Lua" [CONCLUÍDO]
FantasySaint Luna viveu em paz durante trinta anos. A Ordem das Bruxas estava mantida, o mal havia cessado e tudo estava em perfeita harmonia. Tudo saiu do eixo quando o Livro Primordial das Sombras foi roubado, e agora o caos se instalou novamente. Enquan...