Capítulo - 01

8.1K 390 30
                                    

O dia havia sido tranquilo, Dulce já estava quase encerrando seu expediente. --- Gostava do ambiente de trabalho e mais ainda de sua profissão.

Sentou-se em sua poltrona e suspirou fechando os olhos. Via sua vida passar tão depressa e parecia que não estava vivendo-a. Foi interrompida de seus pensamentos com duas batidas na porta e sem esperar um sinal Christian foi entrando e sentando.

Típico do abusado.

Christian: E aí, gata! --- piscou colocando os pés cruzados em cima da mesa.

Dulce: Christian, quantas vezes tenho que dizer? Ao bater na porta você PRECISA de uma resposta. --- revirou os olhos. --- E anda, vai tirando esses pés da minha mesa.

Christian: Que azeda, eu hein! --- retirando os pés da mesa e se acomodando na poltrona. --- Isso é forma de receber seu amiguinho? --- fez um bico dramático. --- É por isso que está sozinha até hoje. --- resmungou baixo.

Dulce: Deixa de ser intrometido e me diz, o que quer? --- perguntou sem paciência, o dia estava corrido e ela sequer tivera tempo para almoçar.

Christian: Ué, eu vim aqui te convidar com todo meu carinho pra sairmos a noite e você me trata assim? --- tocou no peito negando.

Dulce: Ah, é? E cadê seu amiguinho de balada? --- referindo-se a Christopher.

Christian: Ele também vai. --- inclinou o corpo sobre a mesa antes de continuar. --- Ouvi falar que inauguraram uma casa de show's incrível, coisa de primeiro mundo... E adivinha? --- Dulce cruzou os braços sem fazer caso. --- O papai aqui já tem os ingressos! --- gabou-se voltando a posição de antes.

Dulce: Não, Fercho. Tenho mil coisas para fazer, tenho que ligar para meus pais, estudar, tem o apartamento que deve estar uma bagunça, tem a Ann... --- foi interrompida

Christian: Qual é Dul, você já tá formada e até trabalha, estudar mais o quê?

Dulce: Sabe que não é bem assim, tem a pós e eu não quero ficar acomodada. Não quero ficar na sombra da boa vontade da tia Alexandra e do tio Victor, e muito menos quero passar como a protegida. Além disso, estudar nunca é demais e você devia fazer o mesmo.

Christian: Não importa, Dulce. --- deu de ombros. --- Você sempre encontra uma desculpa. --- levantou-se. --- Maite e Anahí não podem me culpar de nada, eu tentei. --- falou sem pensar.

Dulce: Maite e Anahí? --- perguntou irritada já percebendo a verdadeira intenção de Christian e as mandantes do crime.

Christian: Você e sua boca grande né, Christian. A loira psicopata vai te matar e dar seus restos às fadinhas. --- suspirou. --- Okay, Dulce...

Dulce: Não! Okay digo eu. --- esfregou a mão no rosto. --- Nunca se cansam disso? Que merda! Por que não arranjam alguém pra torrar a paciência e me deixam em paz?! --- não falava exatamente para Christian, que não se envolvia muito no assunto e sim, Maite e Anahí.

Christian: Entende, Dul. Elas estão apenas preocupadas com você. --- acariciou o cabelo da ruiva. --- Não as culpe. Todos estamos.

Dulce: Acredite, eu sei. --- respirou fundo. --- Mas elas exageram, e na boa, eu estou bem. Sério, não tem nada errado com a maneira que eu vivo minha vida. --- Christian lhe sorriu terno.

Christian: Então isso pode ser um sim ao meu convite? --- aproveitando-se. --- Vai, tampinha... Minha companhia não é tão mau assim, todos dizem que eu sou o mais legal do grupo. --- Dulce riu dando-se por vencida.

Dulce: Okay, Chris. Mas só se parar de me chamar assim... E me comprar chocolate. --- completou fazendo charme.

Christian: Mas que tampinha mais mimada essa. --- bagunçando o cabelo de Dulce.

...

Anahí: Vai sair, perua? --- perguntou ao ver Dulce se arrumando.

Dulce: Olha aqui, dona Anahí Giovanna. Não adianta fingir que sua situação não é das melhores --- olhando-a de canto de olho, enquanto finalizava a maquiagem.

Anahí: Ham? Perdão, Dul. Mas não faço ideia do que voce está falando. --- ainda com seu jogo, mas já sabendo o rumo que a conversar tomaria, ou seja, mais uma bronca por tentar ajudar a amiga rabugenta.

Ao ver que Dulce começaria a reclamar, saiu do quarto alegando muita fome.

Dulce: Não toma jeito né, Anahí? --- falando alto. --- Dessa vez passa, apenas porque Christian me convenceu, mas da próxima, é bom ir se preparando. E, ah, avise a Maite o mesmo. --- advertiu.

Anahí: Ain, amiga, olha o drama. --- jogando-se no sofá. --- Vai me agradecer depois que se acabar na pista de dança. Eu mesma, se não tivesse uma sessão de fotos amanhã bem cedo, iria junto.

Dulce: Que tal, como estou? --- dando uma volta.

Anahí: Vestida pra matar! Hoje não tem pra nenhuma. Vai lá e arrasa com as piriguetes de plantão. --- Dulce riu e atirou uma almofada em Anahí, que resmungou.

Dulce usava um vestido vermelho vinho que era bem justo até a cintura e o resto do caimento era franzido, indo até o meio das coxas. Um gladiador preto lhe cobria os pés. Já o cabelo estava liso e com leves cachos nas pontas, a franja caia sobre seu rosto com naturalidade. Os brincos eram discretos, assim como o restante dos acessórios.

O interfone tocou.

Dona Dulce, seu amigo está lhe esperando na portaria. --- anunciou o porteiro.

Anahí: Ela já está descendo, seu José. --- respondeu e desligou. --- Dul, o Christian já chegou --- gritou para ela que retocava o batom no banheiro.

Dulce: É, aí vou eu. --- falou com o menor entusiasmo.

Anahí: Ah, Dul, muda essa cara, vai. --- empurrando-a para fora do apartamento --- Tchau, baby! E divirta-se por mim. --- fechando a porta atrás de si antes que Dulce muda-se de ideia.

Dulce descia a escada sem a mínima vontade --- já que o elevador estava interditado. --- e o pior, os saltos não estavam ajudando em nada. Deu um sorriso ao passar pelo porteiro que briu o portão para ela.

Para sua surpresa não avistara Christian, mas sim...

Aprendendo a Amar - VONDY. -  CONCLUÍDA ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora