27. Temporário 📚

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Abro devagar os olhos, sentindo a preguiça me atacar e ergo a cabeça, não vendo meu celular na cabeceira da cama. Mesmo nem imaginando que horas sejam, imagino que já esteja na hora de levantar. Me espreguiço na cama e só aí noto onde estou e que estou sozinha na cama e no quarto.

Não ouço barulho de nada e penso que Victor deve ter saído para algum lugar. Me levanto da cama, mesmo não querendo e decido arrumar a cama, ainda morrendo de preguiça. Vestida com a roupa que eu usava ontem, amarro o cabelo em um coque bem frouxo e saio do quarto em seguida. Olho todos os cantos e não vejo nenhum sinal de Victor mesmo. Vou até a porta do seu apartamento, destravo ela e quando vou sair, uma voz surge.

- Onde está indo? - Victor diz, me fazendo girar a cabeça em direção da cozinha, onde o vejo.

- Embora... - digo, sem tentar corar.

- Não vai tomar café?

- Hã... Melhor não.

- Fiz panqueca. - disse e por um momento, pensei em ficar. Eu amava panquecas. Principalmente em café da manhã. - Está cedo para ir embora. Tome um café. - fitei ele, pensativa. Ele queria que eu ficasse?

- Hã... Tá bom. - volto para dentro do apartamento, tentando não ficar tímida perto dele e fecho a porta. Vou até a cozinha e me sento no banco do balcão. - Panqueca de quê? - puxo conversa.

- Queijo. Mas tem de carne também. - disse de costas para mim, enquanto mexia no fogão. Se virou para mim, carregando dois pratos. - Mas como você não come carne, fica com a de queijo. - me entregou um prato.

- Ah... Obrigada. - pego o prato.

- Suco?

- Sim. Por favor. - ele abriu a geladeira e retirou o suco de dentro e pegou dois copos no armário, se sentando comigo. - Preciso ir embora depois. - comunico. - Quero chegar cedo em casa.

- Tudo bem. Eu levo você. - começou a comer. - Dormiu bem?

- Uhum. - resmungo tímida. Era estranho a ideia de estar aqui com ele, tomando café juntos, logo de manhã. - A gente dormiu mesmo junto? - ergui o olhar pra ele, comendo a panqueca que fez, que estava de bom grado.

- Sim. - disse, soando tão normalmente, que era estranho. - Algum problema?

- Não. - nego na mesma hora. - Só é estranho isso. - confesso. - Nunca pensei que... dormiria na mesma cama com o meu professor.

- Pode ter certeza que eu também nunca pensei em dormir com uma aluna na mesma cama. - ele diz, tentando não achar aquilo mais estranho quanto eu. - Seu celular estava tocando.

- Meu celular? - franzo a testa, me levantando do banco e indo até onde lembrava que tinha deixado meu celular.

Pego o aparelho nas mãos, vendo as duas chamadas perdidas de Carol e uma da minha mãe. Penso o motivo de ter me ligado, não encontrando nenhum. Opto por ligar de volta para Carol, para saber se é alguma coisa importante ou não. No segundo toque, ela atende.

- Onde você tá? Você disse pra sua mãe que você dormiu aqui em casa e você não tá aqui? Que história é essa? Onde você tá, hein?

- Eu?

- É!

- Não posso dizer. Mas o que aconteceu?

- Sua mãe ligou pra você e você não atendeu, aí ela me ligou e disse que queria falar com você e não conseguiu. Eu tive que mentir, dizendo que estava no banho e mais tarde ligava, mas ai ela mandou eu te passar o recado.

- O que ela queria?

- Disse que ia passar aqui em casa para almoçar. Minha mãe chamou ela e ela vai vir, então acho melhor você estar aqui, antes que ela chegue e a minha mãe também.

𝐌𝐄𝐔 𝐐𝐔𝐄𝐑𝐈𝐃𝐎 𝐏𝐑𝐎𝐅𝐄𝐒𝐒𝐎𝐑 𝐁𝐀𝐁𝐀𝐂𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora