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Harry desmoronou, caindo de joelhos.
Sua mente reclinava-se entre o apagão e o turvo, hora ele entrevia traços embaçados, hora não entrevia nada.
O céu desabou no ápice em que sentiu seu pai, ajoelhar em sua frente, acomodando os braços precisamente em torno de si.
Deus, era real.
Um sentimento obscuro. Um pedaço do coração trincado, perdido. Um vazio, vago. A mente não era capaz de aceitar, não queria aceitar, jamais aceitaria.
Harry perdia para a dor.
Perdia para as lágrimas.
Perdia para as recordações.
Perdia para o tempo perdido.
Perdia para o tempo.
Perdia pros sorrisos.
Perdia pro amor.
Perdia o que nunca considerou perder.Perdia sermões proclamados com o maior amor do mundo.
Perdia um coração.
Perdia pro oxigênio.
Perdia pra inconsciência.Harry não sabia tudo que perdia.
Ele só... perdia.
Era jornadear em meio de lembranças e perceber que a vida tomou uma parte indispensável de si, para todo o sempre.
Sentia-se perdido, e não desejava se reencontrar.
A tristeza consumia cada gota de entusiamo que havia em seu coração e a ilha, de um meticuloso segundo para o outro, perdeu toda sua cor vivaz.
O vazio se alastrava sobre ele, silenciosamente.
No início, Harry tentou lutar contra a vertigem, não obstante, somente restou ignorá-la, não se importando mais com a própria tontura.
Era como um pesadelo lhe dando uma violenta dor de cabeça.
Daqueles em que você insiste em dizer que é temporário, que irá eventualmente passar, que é só um dia ruim. Mas não, não é um pesadelo, não é temporário e não é só um dia ruim.
A vida deveria, em algum momento futuro, continuar, ainda com um sentimento de que algo ficou para trás.
E a sensação incessante de que iria, repentinamente, receber uma carta, uma chamada perdida entre as notificações do seu celular, uma batida na porta de seu quarto, um grito da cozinha chamando por si e então, tudo não passaria de um sonho.
Embora estas sejam as coisas quais nunca aconteceram.
Compreender a dor, em silêncio, permaneceu sendo a única opção.
Harry estava imóvel à horas e essa compreensão, fazia parte do rompimento de seu processo de negação.
Havia dor? Havia, e tudo bem. O luto não era um estado que se deve passar batido ou somente como algo a ser deixado para atrás.
O luto era necessário.
Era o encadeamento do entendimento e da assimilação de que a outra vida, que tocou a sua vida, não estava mais presente, porém ainda assim, viveria eternamente.
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latente de verão
FanfictionSendo o ilustre novo morador da Ilha da Goiaba, Harry Styles finge saber surfar, fazendo graça com os surfistas locais, logo após sua chegada. É lá onde ele conhece Louis Tomlinson, o surfista mais agradável, cauteloso e conhecido da região, quem o...